Capítulo 27 - Amanhecer

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[Narrado por Eric Lluv]

OUVIMOS A VOZ DE TAMARA que soa pelo labirinto. Ela nos encontra e olha a destruição ao redor.

— Vocês estão bem?

Assentimos. Um monte de guardas de Aurora espalha-se pelo labirinto.

— Joseph está ferido, e fugiu — digo, para os guardas.

Tamara me olha, com o peso no olhar.

— Eric, ah...

— O que aconteceu?

— Sua mãe.

Minha respiração pesa.

— O que aconteceu, Tam?

— Ela está bem, Eric. Mas...

— Mas, o quê?

— Venha comigo.

Ando o mais rápido que consigo e vejo as paredes da igreja enegrecidas pelo fogo. Parte da vegetação ao redor ainda chamusca. Alguns guardas de vermelho estão presos, ainda deitados no chão, e bloqueadores os rodeiam. Entro na igreja e alguns guardas afastam-se de minha mãe deitada sobre um dos bancos.

— Eric!

Corro na direção dela e vejo a queimadura que cobre todo o seu braço esquerdo. Alguns médicos jogam umas coisas sobre a ferida escura.

— Mãe, ah...

— Está tudo bem, meu amor. — Ela toca minha mão com sua mão direita. — E como você e ele estão? — Ben aproxima-se e ela olha para ele. — Desculpe-me, Benjamim!

Ben sorri.

— Então isso é uma coisa de família?

— O quê?

— Nada, mãe — digo, rápido. — Como a senhora está?

— Estou bem, meu querido. Luna está presa e tudo está controlado. Onde está Joseph?

— Ele fugiu — digo. Ela faz uma careta que deve ser de dor.

— Vossa Majestade. — Ouço a voz aproximando-se atrás de mim. — Que bom que a senhora está bem!

Viro-me e vejo o rosto branco do General Frost.

— Como você tem coragem? — digo.

— Não entendi, Vossa Alteza.

— Filho, o que...

— GUARDAS! — grito. Minha mãe olha para mim. — Levem-no.

Os guardas aproximam-se do General Frost.

— O que está havendo?

— Ele faz parte de tudo isso, mãe.

— Minha rainha...

Minha mãe olha para o velho branco e não hesita:

— Levem-no!

***

O sol nasce em Montero, espalhando uma luz pálida sobre as montanhas geladas.

Não encontraram Joseph, mas a rainha Luna permanece presa nas masmorras do palácio. Será levada para a cidade de Aurora quando voltarmos para a Capital. As notícias das Terras Altas chegaram de manhã: Pedro Santos, Victor Sierra e os guardas que estavam com eles conseguiram expulsar os soldados de Victoria de lá. O reino de Aurora está salvo por enquanto. Por isso, agora, caminho, depois de os médicos passarem um monte de coisas nos machucados do meu rosto e em algumas queimaduras que apareceram no meu corpo, na direção da saída do palácio. Vejo Ben parado à porta.

— Oi!

— Olá!

Ele me abraça.

— Você realmente vai ficar bem?

— Sim, tenho um exército inteiro para me proteger — digo. Ele sorri.

— Mas não tem alguém com uma pontaria tão boa quanto a minha com flecha.

Sorrio.

— E você?

— Ah, sim. — Ele diz. — Tenho o filho das Terras Altas comigo. Nada vai acontecer.

Enrique aproxima-se. Eles estão partindo para as Terras Altas. Enrique para ficar a par do que aconteceu lá e Ben porque, simplesmente, ele mora lá. Ele precisa ver sua família.

— Assim que as coisas melhorarem lá em Aurora, eu vou te ver.

— Não demore muito, pois posso não estar disponível sempre.

Ele diz, sorri e me dá um beijo.

— Tchau!

Enrique acena e eles partem.

***

A viagem de volta para Aurora, em circunstâncias diferentes, é tão silenciosa quanto a que nós viemos. Cochilo boa parte do caminho e quando chegamos ao castelo, passo o restante da noite dormindo um sono tão pesado que, ainda, até duvido que esteja realmente acontecendo.

No dia seguinte, minha mãe me chama à sala do Trono.

— Mãe... — digo enquanto entro na sala. Ela está olhando para o retrato do meu pai na parede.

— Olá, Eric!

— Você me chamou?

— Ah, sim, eu queria discutir com você uma coisa.

— Ah... — balbucio alguma coisa, mas não sai nada inteligível.

Ela vira-se para mim, vejo seu braço esquerdo repleto de faixas brancas.

— Irei renunciar. — Ela diz, como se dissesse que está frio.

— Mãe...

— Eric, eu estava falando sério quando eu te disse que quero ser uma mãe melhor para você.

— Mas, mãe, você não precisa renunciar por isso.

— Eu também estava falando sério quando eu disse que, na realidade, eu só queria provar para todos que eu conseguiria. — Ela sorri para mim. — E eu provei, e não tenho mais nada o que provar para ninguém.

— Mas, então, o que vai ser...

— Eric. — Ela me interrompe. — É sobre isso que quero discutir.

Eu olho para ela assustado.

— Mãe, eu não consigo.

Ela sorri e pega na minha mão.

— Apenas pense sobre isso.

Vejo ela saindo da sala, me deixando sozinho aqui, junto ao trono.

***

Galerinha, o que estão achando? Diz aí :)

(AVISO: A CONTINUAÇÃO DESSA HISTÓRIA CHAMA-SE A PROFECIA DO PLEBEU E ESTÁ SENDO ATUALIZADA SEMANALMENTE)

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A Canção do Rei [Concluída]Where stories live. Discover now