Capítulo 24 - Vá resgatar seu príncipe Encantado

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[Narrado por Ben]

ART ARGUMENTOU QUE QUERIA FICAR mais tempo no castelo enquanto vínhamos embora e minha avó falou para ele sossegar, ele sossegou e logo dormiu na carruagem que a rainha nos ofereceu

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ART ARGUMENTOU QUE QUERIA FICAR mais tempo no castelo enquanto vínhamos embora e minha avó falou para ele sossegar, ele sossegou e logo dormiu na carruagem que a rainha nos ofereceu. Lucas estava muito absorto e falou quase tão pouco quanto eu. O caminho foi silencioso e quieto. Eu sentia, entretanto, o peso do olhar da minha avó sobre mim. E eu queria continuar falando das coisas que aconteceram depois do jantar que não aconteceu, mas infelizmente não consigo.

Olho a iluminação fraca do Palácio do Lago refletida no lago e sinto frio. Bruce relincha. Olho para o céu limpo, sem nuvens, e percebo que ele já não é tão bonito quanto foi antes, assim como as luzinhas refletidas no lago já não prendem minha atenção como prendiam antes. Sento-me na pedra espaçosa e me apoio debruçado sobre minhas pernas, fecho os olhos e vejo Eric envolto em uma escuridão triste. Bruce relincha novamente. Sim, garoto, também sinto falta dele. Fico aqui por tempo demais, sem sentir nada além de uma tristeza estranha, uma solidão estranha.

Eu e Lucas continuamos indo para Vila Vermelha para tentar conseguir alguma comida.

— Ben... — Ele diz, certo dia, enquanto estamos saindo para ir ao Mercado, e acena com a cabeça para o arco escorado e esquecido, já montei em Bruce e, então, percebo a falta do arco.

Pego o arco no chão sem dizer nada.

— Acho que você deveria fazer alguma coisa.

— Não tem nada para se fazer.

— Sei lá, encher a cara na taverna da Vila Vermelha, cair de bêbado nas ruelas da vila, beijar alguns caras. — Ele diz, querendo dizer "você deveria ir atrás dele". Conversamos dessa forma por tanto tempo que já sei como decodificar as entrelinhas do que dizemos um para o outro.

Me lembro de Eric e de sua incapacidade de seguir meu raciocínio diferenciado. Porra, por que isso tem que ser assim?

Eu rio.

— Acho que não vale a pena.

— Encher a cara e beijar alguém sempre vale a pena.

Ele tem razão, mas não no meu caso. Percebi que sou absurdamente covarde para algumas coisas, entre elas, em assumir o que sinto e em relevar as coisas para ficar com a pessoa que amo. A realidade é que nunca amei ninguém (além da minha família) e esse sentimento é absolutamente assustador.

— Você realmente acha que eu devo voltar? — perguntei outro dia.

— Claro que sim, não aguento mais te ouvir chorar pelos cantos.

— Eu não choro pelos cantos.

— Você que acha.

— Mas eu desrespeitei a mãe dele, que por acaso é a rainha do reino.

— E você quer beijar ele ou a mãe dele?

— LUCAS!

— Agora, falando sério pela primeira vez na minha vida, você gosta dele, você disse que ele gosta de você, qual é o problema então?

A Canção do Rei [Concluída]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora