Tão...

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- O que tenho que fazer?

- Simples, ta vendo aqueles carneiros ali? Solte eles. - Disse Igor apontando para um cercado lá dentro. - Para começo, tá bom!

Guilherme vai até lá e sente um cheiro ruim.

- Mas que cheiro é esse? - Exclamou. - Que nojo!

Igor ri daquela situação.

- Acho que é... Acho não, tenho certeza que é serviço número dois que eles fizeram! Hahahaha!

- Não tô vendo graça! - Disse Guilherme com o nariz tapado. - Eu não vou limpar isso não!

- Calma. Calma... Meu pai que limpa, porque eu odeio. - Falou Igor, ainda rindo. - Vamos, vamos, tem muita coisa pra fazer. Abra esse cercado.

Guilherme abriu cuidadosamente o cercado e de repente uns 8 carneiros saíram correndo e consequentemente ele caiu. Igor vai ajudar. Estende sua mão.

- Quer ajuda pra levantar? Que fraco você hein, são quase filhotes e você é empurrado por eles. Tsc, tsc...

Guilherme vira o rosto e diz:

- Não. E nem vou agradecer. Nem pedi sua ajuda, sei me levantar sozinho.

Igor ainda está rindo. Não se abalou com a cortada que lhe foi dada, apenas sorriu. Aquele era seu jeito de levar a vida. O momento é quebrado quando ele fala:

- Bem, se já começou assim, imagino o que vem por aí. Vamos lá, você vai me ajudar a carregar esses fenos lá para onde os cavalos estão.

Guilherme se levanta, sacode a roupa e apenas sinaliza com a cabeça um sinal de "sim".

- Mas, antes de mais nada. - Alertou Igor. -Você não vai trabalhar assim com essas roupas. Pelo menos o sapato não.

- Vou ter que ser obrigado a usar essas camisas quadriculadas e bota, igual a você? Jamais! - Exclamou Guilherme.

- Não, não. - Rebateu Igor. - Não é necessário se vestir igual a mim, apenas ponha as botas que vou pegar agora, você pode acabar pisando em lama, e outras coisas.

Igor vai até o canto do celeiro onde estavam algumas ferramentas e pega um par de botas, dessas que parecem galochas de chuva, próprias para trabalho em campo.

- Toma, vê se é teu número.

- Infelizmente é. - Guilherme sussurrou.

E calçou as botas. Se sentiu envergonhado, mas não tinha jeito.

- Vamos por a mão na massa! - Exclamou Igor. - Ou no feno, como preferir!

Guilherme não achou graça daquilo, e ficou calado. Começaram a levar os fenos para o lugar dos cavalos.

- Não são tão pesados. - Disse. - É suportável. Quando acabamos?

Terminando de falar aquilo, ele vê Igor carregando vários fenos, amarrados, que chegavam a cobrir seu rosto.

- Com esses aqui, acabamos. - Falou Igor, enquanto desviava das poças de lama, como se fosse um ninja.

- Graças a Deus! - Gritou Guilherme. - Estou morto de tanto caminhar pra lá e pra cá.

- Temos mais serviço, moço. Não se acomode. Dependendo da hora, vamos terminar por hoje ou não. - Igor comentou, enquanto distribuía seu carregamento entre os cavalos dali. - Ponha esses fenos ai perto desse cavalo branco e vamos voltar para o celeiro.

Os garotos voltaram para lá, e Igor vê a hora num relógio que ficava perto das ferramentas.

- Hum... Já são 11:40? A hora do almoço é já e estou com fome, vamos para dentro, depois voltamos e terminamos o serviço.

Uma nova vida (Romance Gay/Em revisão)Where stories live. Discover now