um Deus culpado

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Após a recente situação, Xiao Zhan e Wang Yibo puderam apreciar um tempo a mais juntos conversando sobre as vidas em que se encontraram. Claro que o Deus não ia muito longe com a conversa, porque ele não podia e não sabia de todas as coisas que o destino pretendia para eles.

Mas uma coisa era certa naquele momento em que os dois estavam na casa de Yibo. — Uma semana depois. Assistiam televisão. — O jovem questionava-se mentalmente e continuamente sobre o beijo, e claro que Zhan sabia disso, só não queria ser invasivo em perguntar repentinamente. O humano queria muito saber o que significava o beijo, também estranhava um pouco pensar que Zhan era um Deus e não um ser qualquer, além disso, tinha medo de que o outro sumisse ou morresse do nada, então voltaria a ficar sozinho.

— Não está prestando atenção. — Xiao quebrou o silêncio, vendo que o menor não havia atendido seus três chamados. Ele só queria dizer que estava ficando tarde e indagar se o Sr. Wang não se incomodaria com a sua presença ali, mesmo que o velho já tivesse ido dormir.

— Desculpa. — sussurrou ao voltar à realidade.

— No que pensa?

— Não finge que não sabe. — disse em tom zombeteiro.

Aí está. — Zhan pensou. — A alma teimosa que conheci nas minhas vidas como humano.

— Por que está irritado?

— Eu não... — suspirou. — Só tô sem paciência. Pensar demais me deixa... Frustrado. Você não parece cooperar!

— Eu?

— Para de se fazer de sonso. — deu um leve empurrãozinho no braço do mais velho, que mal se moveu por aquilo. Então Wang juntou os pés sobre o sofá e abraçou suas pernas. — Você sabe como eu sou.

— Eu sei. — aquela mudança de tom do menor o fez ficar mais preso ao assunto que começava a surgir.

— Eu não consigo dizer... O que sinto.

— Eu sei.

— E você não disse nada mesmo sabendo de tudo!

— Eu sei.

— Só sabe dizer isso?! — franziu o cenho irritado e virou a cabeça para ele, que não respondeu nada. — Por quê? Você me deixa muito chateado quando me trata assim.

— Quando eu te tratei assim? — veio um silêncio à seguir. Então o Deus se lembrou da criança de 10 anos questionando Deus e extremamente triste com sua própria vida e lembrou-se, também, do adulto que o fez querer ir para a Terra, porque repetiu as mesmas coisas daquela criança de 10 anos.

Era dolorido ser um Deus, porque achavam que ele podia fazer tudo, mas ele não podia. É fato, ele tinha o poder, mas ele não tinha ao mesmo tempo. Um pouco mais complicado do que ele queria que fosse.

— Sinto muito. — havia sinceridade nas palavras do maior. Ele abaixou a cabeça e fechou os olhos por momentos, como se estivesse em luto por um minuto. — Eu sinto muito mesmo.

Yibo não entendeu aquilo.

— Quando eu era jovem e inocente eu acreditava em um mundo e um universo perfeito. Depois das minhas vidas e antes de ser um Deus, eu jurei que cuidaria das almas e das estrelas para elas não sofrerem. Mas era maior do que eu... E foi uma decepção quando eu soube como as coisas deveriam ser. O destino, ele... É mais cruel do que parece. E não cruel como eu, que não posso fazer nada, ele admite sua crueldade porque é dela que pessoas como eu surgem. Foi o que ele me disse.

— Eu entendo. — em outra vida Yibo insistiria em si e seria egoísta, mas agora o garoto estava sendo compreensivo. Ele apenas apoiou o queixo em seus joelhos. — Mas eu ainda sinto dor.

Xiao o olhou. Wang Yibo estava maduro, ele não deixava de invalidar suas dores e ao mesmo tempo compreendia o tamanho daquilo.

— Mas agora que você tá aqui não precisa ser assim. — agora quem fechou os olhos foi ele.

— Eu não posso interferir no seu crescimento, porque tenho poderes. — resolveu contar a verdade. — Precisa aprender a dizer o que sente. Nem todos a sua volta vão adivinhar, como eu.

— Tudo bem. — ajeitou a postura e virou-se totalmente para ele. — O que foi aquele beijo? — indagou.

GOD || YiZhanOù les histoires vivent. Découvrez maintenant