GOD || YiZhan

um Deus que vê

Yibo acordou novamente, no mesmo lugar, poucos minutos depois de ter desmaiado mais uma vez. Mas agora era diferente.

— O que aconteceu? — Xiao Zhan quem questionou dessa vez, afinal ficou bastante confuso quando o garoto começou a agir estranho e acabou por desmaiar novamente.

— Minha cabeça tá doendo muito, lao-Xiao. — sussurrou ao virar-se para levantar, mas o Deus não deixou.

— Fique aqui por mais um pouco. Você ainda não parece bem. — segurou-o pelos ombros para ele ficar ali, em seguida sentou-se ao lado dele.

— Acho que tive um sonho estranho. — olhou para ele, franzindo o cenho por um momento. — Você tava lá... Em todos os sonhos.

— Sonhos? — parecia curioso.

— O primeiro... Não. — iria começar a contar, porém se interrompeu. — Em todos eles eu perguntava pra você se tinha medo de morrer. E você não parecia você, mas eu sabia que era você.

— Não eram sonhos. — o mais velho não demonstrava nenhuma reação, mas por algum motivo, Yibo sabia que ele se sentia frustrado ou confuso.

— Então eram o quê?

— Lembranças, Yibo. — levantou-se. — Em todas as vidas, aquela pessoa me perguntou se eu tinha medo de morrer. E eu sempre respondia que não.

— Por que na maioria delas eu era mais velho que você?

— Essa é mesmo sua primeira pergunta? — riu baixinho, sentindo o peso da frustração sair quando a pergunta do humano foi tão genuína.

— É... — formou um beicinho.

— Bom, não importa muito, sua alma ainda é mais nova que a minha. — riu mais uma vez. — Mas foi por isso que eu disse aquilo...

— O quê?

— Lembra-se na cafeteria, a primeira vez em que estávamos juntos e conversamos de verdade? — ele assentiu. — Eu disse que você parecia quase um ser celestial.

— Ainda não entendi...

— Isso significa que, talvez, você tenha aprendido e não vá reencarnar mais. Ou pelo menos não vai reencarnar muitas vezes mais.

— Ah... — levantou lentamente para não acabar desequilibrando-se, porque ainda sentia dor de cabeça.

— O que foi? — parou para analisar ele. Ficou com medo de ter assustado o humano ou coisa assim.

— Eu tô com fome. — deu de ombros. — E tô irritado porque eu só lembro de alguns flashes das minhas vidas, eu queria saber tudo!

— Talvez não seja o momento. — riu anasalado e seguiu atrás dele para irem até a cozinha. — Pelo menos se lembra dos momentos comigo.

— Qual foi a vida que mais passei tempo com você? — perguntou curiosamente.

— Era minha vida 10.203. — tentou lembrar com detalhes. — Domínio de Yuan, em Pequim. Éramos príncipes.

— Oh... E quando nos conhecemos? — parou em frente a geladeira antes de abrir a porta dela.

— Minha segunda vida, eu era uma criança e você me encontrou com uma mulher nobre, porque eu tinha me perdido da minha mãe.

— Faz sentido. — pegou um pote que já tinha algo pronto, o pai havia deixado lá antes de sair para o trabalho. — Mas por que me chamou de cabeça dura quando estávamos no café? Disse que eu sempre acumulava muito carma.

— Bom, isso só o destino pode te contar, não posso me intrometer.

— Tudo bem. — deu de ombros, retirando a tampa do pote colocando no micro-ondas.