um Deus, a morte, o humano e o anjo

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Depois que os pais de Wang Haoxuan se despediram dele, o humano foi se deitar. Ele não demorou nada para adormecer.

A morte suspirou antes de inclinar-se lentamente para aproximar-se do rosto do garoto e deixar um selar na testa, mas não ocorreu tão rápido, porque estava hesitante.

— Não faça isso. — a morte olhou quando um homem de vestes totalmente brancas falou. Ele apareceu do nada.

Claro que Bowen já tinha uma ideia de quem era. Afastou-se do menino e continuou parado. Tirou seu capuz e esperou que o outro dissesse algo.

— Não precisa fazer isso...

— É meu trabalho. — Bowen disse e viu aquele homem segurar a mão do humano. — É o guardião dele?

— Sim. — assentiu. — Não cuidei muito bem dele. — culpou-se.

— É o destino. Não foi algo que fez ou deixou de fazer... — não terminou a frase, porque queria saber o nome do anjo.

— Song Jiyang.

— Song Jiyang. — repetiu para si mesmo.

— Não acha cedo?

— Ninguém escapa de mim.

— Eu sei disso. — olhou para o jovem adormecido. Era difícil ser guardião de uma alma e ver em todas as vidas essa pessoa morrer, na verdade era mais fácil quando a pessoa morria numa idade mais avançada, só que essa era a primeira vez que Wang Haoxuan morria cedo. — Não sente pena deles?

— Eu não sinto nada. — a morte estava sendo sincera. Mesmo que, por algum motivo, parecesse difícil levar a alma desse garoto.

— Não é verdade.

— É.

Os dois ficaram em silêncio quando viram o garoto mexer-se um pouco na cama. Alguns instantes depois ele abriu os olhos e sentou-se vagarosamente, coçando-os para acordar. Não fazia nem 30 minutos que tinha adormecido.
Quando ele colocou os pés para fora da cama, do lado esquerdo onde Li Bowen se encontrava, na intenção de descer, parou imediatamente e subiu a cabeça lentamente.

— Quem é você?

— Está me vendo? — franziu o cenho levemente, não queria demonstrar que estava chocado.

— É, eu tô. — falou como se fosse óbvio e levantou da cama. — Ah... — depois que analisou as roupas dele entendeu. — É a morte?

— Como isso é possível? — Bowen olhou para Jiyang.

— Ele viveu muitas vidas. — o anjo respondeu, mas o garoto olhou para ele também. — Consegue me ver, também?

— Sim... Mas quem é você?

— Isso é coisa dele. — Bowen segurou o braço do garoto sem muito cuidado e começou a puxá-lo para ir até um certo quarto.

— Aiyo! O que tá fazendo?! Isso machuca! — reclamou, tentando se soltar do mais velho, mas não conseguiu. Song Jiyang teve que ir praticamente correndo atrás deles.

— Solta ele, Bowen! — pediu, mas foi ignorado, como esperado.

Quando chegaram à um quarto, a porta foi aberta com brutalidade e os três viram o homem de costas, olhando a lua cheia pela janela. Bowen apenas empurrou o humano para frente.

— Grosso! — Haoxuan estava irritado, mas não mais que Jiyang. Ele poderia matar a morte se fosse possível.

— Nunca mais faça isso. — o anjo parou de frente para a morte. — Pode ter o poder de levar pessoas, mas não tem o direito de machucá-las. — sua expressão não era nada boa, até o humano ficou com medo daquilo.

— Não entende a gravidade do assunto, Song Jiyang? — o mais alto também estava irritado.

— Parem com isso. — os três viraram para olhar o homem que chamou atenção deles.

— Oh, Xiao Zhan! — o Wang sorriu. — Espera, por que a gente tá aqui, Dona morte? — indagou ao mais alto dali.

— Pare de me chamar assim, humano. — falou sério. — Meu nome é Li Bowen.

— Tá, Li Bowen. — ironizou, revirando os olhos.

— Explica isso. — Bowen apontou para o garoto.

— Quem é esse homem...? — Jiyang sussurrou para si mesmo.

— Ele é. — a morte explicou e Song arregalou os olhos.

— O que o senhor tá fazendo aqui?! — estava chocado.

— Isso não importa agora. Eu ia dormir mas entraram aqui de repente.

— Não finge que não sabe. — Bowen apertou os punhos, odiava quando o atrapalhavam no trabalho.

— O quê? — Xiao sorriu. Talvez ele estivesse provocando um pouco a morte.

Haoxuan apenas foi para perto de Jiyang, segurando na sua roupa, porque não sabia o que estava acontecendo, mas se sentia seguro com ele. O anjo puxou a mão dele para segurar delicadamente e lhe deu um sorriso gentil para que ele não se preocupasse tanto.
Enquanto isso, Bowen ficou mais próximo de Deus e esperou uma resposta de verdade.

— Sabe... No final das contas o destino sempre sabe o que faz. — Zhan contou, voltando a olhar a lua. — É interessante.

— Apenas volte como as coisas estavam antes e me deixe trabalhar. Como vou levar um garoto que me vê? — apontou.

— Não consegue levar se ele te vê? — o Deus sorriu ladino, então a morte se importava um pouco...

— ... — Bowen não sabia o que responder.

— Aquela estrela ao lado da lua, um dia, vai ser uma pessoa. Na verdade duas... — olhou para Bowen. — Ou mais.

— Eu odeio charadas, pare de brincar. Acha isso engraçado? Isso pode destruir a linha comum que estava predestinada!

— Os humanos adoram charadas. — deu de ombros, olhando de relance para as mãos dadas de Jiyang e Haoxuan. — Tem certeza que só isso vai destruir o que estava... Como você disse? Predestinado?

— É claro. — ele foi até o humano e o mesmo deu um passo para trás, mas Bowen pegou a mão dele que segurava a de Jiyang, tomando-o do anjo e o puxou até Xiao. O guardião até tentou segurar o humano de volta. — Veja aqui- — ele cortou a própria fala.

— Eu só vejo a marca da vida. — sorriu.

— Como isso é possível...? — Bowen olhou a mão do garoto alguns segundos e depois soltou-a. — Antes ele estava predestinado para morrer hoje, mas agora...

— O que tem? — Zhan questionou.

— Ele não tem marca.

GOD || YiZhanWhere stories live. Discover now