Não foi sua culpa

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Fiquei calada e assim também ficaram as coisas ao redor de onde eu estava, sai de trás da porta que estava a minha frente e olhei com cuidado através da porta e não tinha mais ninguém.
    Sai da sala e caminhei pelo corredor em direção oposta da minha Exploração. Embora eu quisesse voltar para a quadra o mais rápido possível, eu não poderia fazer barulho correndo ou andando rápido, então caminhar devagar em passos longos parecia ser a melhor opção.

Caralho, por que esse lugar precisava ser tão grande? Chega a parecer um labirinto!
Ao longe ouço risos e minha primeira ação é entrar numa porta a minha direita e me esconder.
Não quis pagar para ver de quem eram as vozes e estava assustada demais com essa situação para tomar outra atitude.

Quando eu decidi sair da sala escura que eu estava, me deparei com um homem jovem passando em frente a porta e ao ouvir a mesma abrir, olhou para trás... não era da equipe do nash... certeza...

— Ah... - soltei um gemido baixinho com o susto.
— Quieta! O que tá fazendo aqui? Trabalha aqui? - ele voltou até mim me questionando e prendendo contra a parede.
— Não, não! Eu não trabalho aqui, eu tô com o meu amigo.
— E onde está o seu amigo?
— Lá nos fundos perto da sala dos troféus. - eu não faço ideia de onde a sala dos troféus ficava mas decidi dar a informação mesmo assim.

Ele olhou para o lado e nesse momento passei por baixo de seu braço e corri no corredor.
Sua mao tentou agarrar meu braço mas só o que conseguiu foi arranha-lo com suas unhas e sentindo a ardência no pulso eu corri.

— Pessoal tem uma menina aqui!! - ele gritou

Pensei rapidamente em procurar a sala com microfone que vi no início e avisar alguém sobre o que tava acontecendo e pra me acudir também.

Ouvia passos atrás de mim e corri. Cheguei a uma porta que estava entre aberta e parei pra ver se era a sala na qual eu procurava, mas não era e Quando me virei pra seguir caminho pude ver o rapaz que me desvencilhei dele, correr na minha direção.

No piso liso de porcelanato ele se jogou em direção às minhas pernas, derrapando no chão e assim que me atingiu cai por cima dele, batendo o cotovelo com força no chão.
   Ele segurou forte em meus antebraços e me virou rápido me jogando no chão.
Senti uma dor na cabeça após essa ação e ao tentar elevar a mão a nuca ele segurou ambas as minhas mãos e as apertou.

— Não, Não por favor! - choraminguei e eu já não sabia o que doía mais, o cotovelo, a cabeça ou as mãos que esse arrombado ainda apertava.
— Onde você acha que vai?

Não respondi e nem dei tempo de ele perguntar de novo, mordi o braço direito dele o mais forte que pude e em desespero ele soltou minhas mãos e eu tentei levantar rápido. Escorreguei e ele agarrou no meu pé, com o outro pé chutei o rosto dele uma única vez e o ouvi gritar. Levantei rapidamente e escorregadamente, e corri.

Achei a sala que eu queria e na mesa de  equipamentos tentei achar onde liga o microfone e ao me abaixar pra olhar embaixo da mesa se tinha alguma tomada solta, alguém me chuta na altura do quadril e me puxa pelas pernas.

— Não se esconde de mim não princesa! - ele disse sorrindo e me deu um tapa no rosto assim que me virou de frente pra ele.
— O que você quer de mim?- perguntei enquanto chorava assustada com tudo isso.
— Sabe que nem sei mais?

Ele deu um soco forte  na minha barriga que me fez perder o fôlego por alguns segundos  e na busca de respirar fundo joguei minha cabeça para trás e foi aí que vi uma tomada solta...
Perto do microfone havia um botão liga/Desliga que parecia pertencer a ele mas não funcionou quando apertei então precisa da tomada.
   Fechei os olhos de uma maneira que ele achasse que eu estivesse desmaiando e fiquei imóvel, sentindo a barriga ainda doer.
Ele mecheu no meu rosto e me soltou logo em seguida.

Deixei o botão em cima ligado, então se essa realmente for a tomada do microfone ele já irá ligar de imediato, preciso ser... Rápida.

Abri os olhos lentamente e o vi ainda na sala porém de costas para mim, estiquei meu braço dolorido e pluguei a tomada, o microfone ligou porém fez um alto barulho agudo e o cara olho para trás. Ele segurou em uma única mão Minha e me puxou abruptamente na direção dele, ele me proferiu mais um tapa no rosto e eu gritei, se eu gritar alguém virá.

Olhei de relance para o vidro ao lado e vi alguns jogadores subindo as escadas correndo e quando tornei a visão ao homem vi nash atrás dele, nash o deu um chute nas costas, o homem me empurrou e eu cai sentada. Silver logo chegou e deu um soco na nuca do homem enquanto ele virava e o resto da equipe o pegaram violentamente e o levaram para o corredor.

Nash se aproximou de mim com feição preocupada e ergueu a mão pra me levantar.

— Mi, o que aconteceu? Quem é esse?
— Eu também não sei, ele chegou com os outros pra roubar os troféus. - falei devagar.
— Outros? - ele se virou em direção a porta - silver, tem mais na sala dos troféus, vieram roubar!
— Pessoal deixa ele dormindo aí, vamo lá. - ouvi silver dizer no corredor.

— Desculpa, mi. - ele passou a mão no meu lábio e ao olhar , vi sangue no seu dedo.
— Não foi culpa sua.
— Eu quem te trouxe pra cá...
— Mas você não sabia...
— Vem, vamos lá pra fora e vamos ligar para a polícia. Estão roubando e ainda te bateram, isso não vai ficar assim.

Fiquei calada e segui com ele pro lado de fora, me sentei no banco do carro de nash com a porta aberta e as pernas pra fora, respirando ofegante pelas dores na barriga, nash falava furioso no celular e a equipe ainda não tinha voltado...

Nash gaurdou o celular e veio até mim.

— Eles estão vindo. Tem medo de ficar um pouco sozinha aí no carro enquanto eu vou avisar aos meninos que vamos no hospital?
— Hospital?
— Sim, você está machucada, você vai. Consegue ficar?
Acenti, ele saiu correndo e eu fechei a porta do carro.

Um minuto depois duas viaturas chegaram e um policial ao me ver no carro bateu no vidro e pediu pra abaixar o vidro, abaixei.

— Foi aqui a tentativa de roubo e agressão?
— Sim.
— Você é a?
— A agredida...
— Sinto muito, mas o seu nome?
— Miyuri Atsushi, senhor.
— Você tem algo a contar que viu ou ouviu?
— Só ouvi que eles queriam roubar, um deles trombou comigo no corredor, corri dele, ele me alcançou e me bateu.
— Entendi, me passe seu endereço para irmos em sua residência colher seu depoimento, quando você estiver em condições melhores.
— Residência Gold, senhor policial! - ouvi a voz de nash se aproximar - Apareça por lá e poderá colher o depoimento que quiser, mas agora irei levar ela no hospital, licença.
— Está certo, eu irei.

Nash entrou carro e o ligou logo em seguida, saiu da vaga e pegou a estrada.

— O que aconteceu com os outros? - perguntei
— Sentadinhos, esperando a polícia prende-los. - ele falou e continuou- Depois claro, de o silver e os outros brutamontes machucarem um pouco eles.

Nash olhou pelo espelhinho do carro, olhou para mim o banco de trás.

— Isso te incomoda? A Violência?
— Me deixou menos triste.

Panther's HeartWhere stories live. Discover now