Ever puxou a gola de Taehyung, apontando um dedo rechonchudo para a mesa de frutas.

— As crianças acordaram agorinha. Será que é feio pegar algumas coisas? — Taehyung perguntou à Muiel.

— Fique à vontade, menino. É sua festa, e não podemos deixar os bebês com fome!

Alocaram as crianças em duas cadeiras baixinhas, feitas de madeira, que possuíam o encosto e as laterais mais elevadas para evitar quedas. Um pequeno balcão fechava a parte da frente, onde Taehyung foi colocando as frutas descascadas para os filhos comerem. Logo que terminou, Sir. Monier também entrou na tenda e se aproximou deles.

— As flores chegaram, Lorde Jeon. — O mensageiro carregava alguns dos muitos arranjos de margaridas coloridas que completaria a decoração da festa. 

Sir Monier viajara junto de Muiel. No dia anterior, Taehyung a vira tentando convencê-lo de que deveriam procurar uma casa para eles na ilha. Nas palavras dela, Taehyung e Jeongguk precisariam de alguém por perto para socorrê-los na nova rotina.

Taehyung ficara curioso pelos dois. Estavam oficialmente juntos? Lembrava-se que Monier sempre tivera adoração pela comida de Muiel, decerto porque era a forma com que ela demonstrava sua apreciação pelo mensageiro. Enquanto ele, como beta, sabia recepcionar afeto daquela maneira.

Com uma piscadela, Monier entregou um buquê de margaridas brancas para Jeongguk. Em meio a tantas flores coloridas, o conjunto acabava se destacando.

Jeongguk segurou no cotovelo de Taehyung, pedindo:

— Preciso que saia da tenda. — Gentilmente, ele então guiou um confuso Taehyung para a entrada.

O alfa deu-lhe o buquê de margaridas, dando cinco longas passadas para trás.

— Certo. Agora ande até mim.

Taehyung ergueu uma sobrancelha cética.

— Nós não temos um altar, e eu tampouco sou um ômega virgem pra carregar flores até um.

— Querido, a ilha se chama Altar. Pode caminhar para qualquer direção dela que terá o mesmo efeito.

— Não vou vencer essa sua lógica, vou?

— Não. Vamos, só quero ver você caminhando até mim…

Taehyung escondeu o rosto atrás do buquê, cheirando as flores, suas bochechas ganhando tons rubros. Ele suspirou.

— Está bem — concedeu. Arrumou a postura, elevando os ombros. Fitou Jeongguk, que estava com os braços descansados na frente do corpo; portava uma expressão intensa e um sorriso largo.

Taehyung ameaçou dar um passo, mas seu pé vacilou na areia: uma timidez súbita estava lhe tomando. Mesmo praticamente sozinhos, estar sob a atenção de Jeongguk sempre servia uma experiência intensa. Naquele instante, era também como se estivesse caindo a ficha do que ocorreria naquele dia. Ele iria mesmo se casar.

Pincelou os lábios levemente trêmulos com a língua, mirando Jeongguk por debaixo dos cílios grossos. Para encorajá-lo, Mango surgiu ao seu lado, rápido como um vulto. O bichano passara a manhã explorando as decorações da festa, e agora se punha a rodear os pés de Taehyung.

— Vai me levar até o altar, Mango? Então está bem.

Dando um sorriso singelo, Taehyung suspirou e avançou dois passinhos arrastados, dramatizando seu caminhar propositalmente. Mango seguiu com ele.

As bochechas de Jeongguk doíam, porque ele não conseguia parar de sorrir e admirar o rosto do beta envolto pelas margaridas. Com o oceano fazendo música para a entrada de Taehyung, Jeongguk soube que jamais esqueceria aquele sentimento de assisti-lo. Soube que, ainda que o tempo transformasse tudo em poeira, eles desafiariam a força apagadora da natureza e seriam um do outro até a próxima eternidade.

Servante (jjk + kth) (ABO) - ConcluídaWhere stories live. Discover now