Capítulo Catorze

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Antoinette me espera explicar a minha preocupação, mas eu não consigo encontrar as palavras para expressá-la. Tudo o que posso fazer é segurá-la com tudo que eu tenho e nunca deixá-la ir. Ela respira fundo e começa a recitar seus votos de casamento.
- Eu te dou meu voto solene de ser sua parceira fiel na saúde e na doença, para ficar ao seu lado nos momentos bons e ruins, para compartilhar sua alegria, bem como a sua tristeza. - ela recita em um murmúrio.
Ouvindo seus votos me congela em meu lugar, me desarmando.
- Prometo te amar incondicionalmente, para apoia-la em seus objetivos e sonhos, honrar e respeitar você, sorrir com você e chorar com você, compartilhar minhas esperanças e sonhos com você, e trazer consolo nas horas que precisar, - estou sem fala e incapaz de responder ou mover um membro. Eu só ouço sua fervente recitação dos votos que ela me escreveu com meus olhos arregalados, assustada, preocupada, ansiosa, e até tremendo. Meus lábios se separam, mas as palavras não saem. Ela continua falando o resto dos votos, me relembrando o que ela prometeu fazer como uma esposa, uma parceira de vida.
- E cuidar de você enquanto nós duas vivermos. - ela diz, e suspira olhando para mim com olhos de sondagem.
- Oh,Toni! - sussurro e me movo, nosso contato físico quebrado. Estamos apenas deitadas lado a lado. Eu olho para minha esposa maravilhada. Ela está tentando fazer tudo que pode pra ser a esposa que ela prometeu que seria... E eu estou em meus esforços pra protegê-la, fazer descarrilar as suas tentativas, porém sem vontade. Estou admirada com ela. Eu acaricio seu rosto delicadamente com as costas de meus dedos. O que posso dizer em resposta a isso, a não ser lembrar o que eu tinha prometido a ela? Só que eu também estou levando o meu trabalho como sua esposa e sua protetora, muito a sério... Ela tem que saber disso. Ela deve saber isso! Eu começo sussurrando meus votos com uma voz rouca, embalada com todos os meus medos, o amor e a devoção á ela para lembrar o que eu prometi e que ela é próxima e querida para o meu coração.  
- Eu solenemente juro que eu irei proteger e abraçar no fundo do meu coração nossa união e você, eu prometo te amar fielmente, abandonando todas as outras, pelos momentos bons e ruins, na doença e na saúde, independentemente de onde a vida nos levar. Eu vou proteger você, confiar em você e respeitar você. Vou compartilhar suas alegrias e tristezas e confortá-la nos momentos que precisar. Eu prometo cuidar de você e manter suas esperanças e sonhos e mantê-la segura ao meu lado. Tudo que é meu, agora é seu. Eu te dou a minha mão, meu coração e meu amor desse momento em diante enquanto nós duas vivermos.
Lagrimas começam a fluir dos olhos de Antoinette. Eu não quero preocupar minha esposa, mas por não falar com ela eu a estou magoando. Eu não sei o que fazer. Eu olho para Antoinette com todo meu amor e luta dentro de mim.
- Não chore. - sussurro conforme limpo suas lágrimas.
- Por que você não fala comigo? Por favor, Cheryl, - ela suplica pra mim.
Eu fecho meus olhos em agonia. Como eu posso fazer isso quando meu primeiro instinto é protegê-la de tudo, protege-la até mesmo do próprio mundo? Aqui ela esta me pedindo para expô-la a eles.
- Eu jurei que iria lhe trazer consolo em tempos de necessidade. Por favor, não me faça quebrar meus votos. - ela suplica ainda mais. Fazê-la quebrar seus votos é a coisa mais distante da minha mente, por isso, com dificuldade eu decido contar a ela. Eu suspiro, abro meus olhos cautelosamente, com medo, desolado:
- O incêndio é criminoso. - eu consegui dizer. Seus olhos se arregalam na minha resposta.
- E minha maior preocupação é que eles estejam atrás de mim. E se eles estiverem atrás de mim... – Eu paro e fecho meus olhos. Tenho medo que se eu disser isso alto isso possa ter tornar verdade. Eu não posso arriscar. Mas ela termina meus pensamentos.
- ...Eles possam me pegar. - ela diz em um sussurro.
Ouvindo isso alto, de seus lábios me faz estremecer. Ela acaricia meu rosto para aliviar meus medos. E de alguma forma o seu toque me amolece por dentro.
- Obrigada. - ela diz.
Eu sulco minhas sobrancelhas para ela. Será que ela está me agradecendo porque ela está em perigo? Será que ela não valoriza a vida dela?
- Pelo que?
- Por compartilhar comigo. - ela responde. Bem, ela é mestre em induzir á dar informação. Eu balanço minha cabeça, e pela primeira vez desde a confirmação do incêndio criminoso eu tenho o fantasma de um sorriso em meus lábios.
- Oh, Toni,você pode ser muito persuasiva.
- E você pode aninhar e interiorizar todos os seus sentimentos e se preocupar até a morte. Você provavelmente vai morrer de um ataque do coração antes que você tenha quarenta anos, e eu quero você por perto por muito mais tempo do que isso. - diz ela.
- Você será a minha morte. A visão de você no Jet Ski quase me deu uma coronária! – eu digo pra ela e me jogo de costas na cama cobrindo meus olhos com meus braços. Não é só o Jet Ski. É o jeito que ela ignora a maioria das coisas que eu peço pra ela não fazer, pensando em seu bem estar, mas sendo Antoinette, ela não escuta. Eu estou em um sofrimento constante dentro de mim... Estou em uma questão difícil com ela. Por um lado todas suas travessuras me dá vida, mas por outro lado elas me preocupam até a morte. Veneno e antídoto em um belo pacote, que é Antoinette.  
- Cheryl é só um Jet Ski,é como pilotar minha antiga motocicleta.Você pode imaginar como você vai ficar quando visitarmos sua casa em Aspen e eu for esquiar pela primeira vez? – ela pergunta.
É a nossa casa pelo amor de Deus, e ela nunca irá esquiar se eu puder evitar! Ela pode ler o horror no meu rosto.
- Nossa casa. - finalmente consigo resmungar.
Ela continua como se ela não tivesse me escutado. 
- Sou crescida Cheryl, e sou muito mais resistente do que pareço. Quando você vai aprender isso?
Eu não sei seu eu jamais irei superar esse medo? Ela é a pessoa mais valiosa que jamais existiu pra mim. Como eu posso conscientemente permitir que ela esteja em qualquer tipo de perigo? Se eu disser qualquer coisa pra este fato, ela vai discutir comigo. Minha boca fica em linha fina em resposta, mas sem dizer nada eu apenas encolho os ombros.
- Então sobre o fogo. A polícia sabe sobre o incêndio criminoso? – ela pergunta.
- Sim. - digo em uma expressão séria.
- Bom. - ela responde.
Agora seria uma boa hora para informá-la da segurança adicional.
- A segurança ficará mais apertada. - eu digo despreocupadamente, esperando oposição. 
Mas ela responde com:
- Eu entendo. - então olha pra baixo para minhas roupas.
- O que? – pergunto distraidamente.
- Você.
- Eu? O que tenho eu?
- Sim, você ainda esta vestida. - ela diz.
Eu olho para minhas roupas lembrando o desejo irresistível que eu tive de me enterrar nela.
- Oh! - respondo divertida, e finalmente começo a sorrir para ela.
- Você sabe o quão difícil é para mim manter minhas mãos longe de você, especialmente quando você esta dando risinhos como uma colegial.
Ela imediatamente se move e me atravessa. Quando ela levanta as mãos eu imediatamente entendo o que ela quer me fazer cócegas. Eu rapidamente agarro seus pulsos e a paro. Eu não posso aguentar receber cócegas.
- Não. - eu digo para ela firmemente.
Ela faz beicinho, seus sentimentos feridos. Eu anseio que Toni me toque de qualquer maneira que puder, mas isso tudo é tão novo, e eu ainda não posso suportar receber cócegas. Eu não sei como eu reagiria. Lutar ou fugir. Eu não quero esse tipo de gatilho associado á Toni.
- Por favor, não. - eu digo em um sussurro.
- Eu apenas não poderia suportar. Eu nunca recebi cócegas quando criança. - eu digo, e ela relaxa as mãos em gesto pra me deixar saber que ela não vai fazer cócegas em mim. 
- Eu costumava assistir Clifford com Thabita e Elizabeth fazendo cócegas neles e parecia muito divertido, mas eu nunca pude… Eu… - sou incapaz de admitir, ainda incapaz de encarar aqueles medos. 
Antoinette coloca seu indicador em meus lábios efetivamente e agradecidamente me silenciando.
- Silêncio, eu sei… - ela murmura e suavemente beija meu lábio, e, em seguida, se enrola no meu peito, onde eu era incapaz de segurá-la no começo. Agora é um sentimento bem vindo. Meus braços a abraçam apertado, e eu enterro meu nariz no seu cabelo, inalando seu perfume. Eu afago suas costas gentilmente, suavemente, a tranquilizando. Ficamos deitadas assim por um longo tempo. Eu não posso ter o suficiente dela. Ela finalmente me pergunta a questão que tem fermentado em sua cabeça.
- Qual foi o período mais longo que você ficou sem ver o Dr. Flynn?
- Duas semanas. Por quê? Você tem uma urgência incorrigível de fazer cócegas em mim? – peço.
- Não. - ela ri.
- Eu acho que ele te ajuda. - ela diz.
Eu faço um barulho muito deselegante. 
- Ele devia, eu o pago suficiente. – Mas ela agora me deixou curiosa.
Ela esta preocupada comigo? De repente é muito importante pra mim descobrir. Eu gentilmente puxo seu cabelo, fazendo ela me encarar. Estamos olho no olho, nossos olhares se encontram. Eu quero saber o que ela sente exatamente. Eu desesperadamente quero saber que ela se importa comigo.
- Você esta preocupada com meu bem estar Toni? – peço em um tom suave.
- Toda boa esposa fica preocupada com o bem estar do seu amado marido,no meu caso da minha amada esposa, Blossom. - ela me provoca.
Mas suas palavras são calmantes para minha alma.
- Amada? – sussurro sem ser capaz de esconder meu desgosto. Eu quero tanto ser amada por ela, mas ainda não consigo superar o sentimento de ser desmerecedora de amor.
- Muitíssima amada. - ela responde e me beija. Eu me perco nela e em nosso momento particular.
- Você quer ir á costa para comer,Toniy? – pergunto.
- Eu quero comer onde você estiver mais feliz. - ela responde com firmeza. 
- Bom, resolvido então. - eu digo sorrindo.
- A bordo do iate é o lugar onde eu posso mantê-la segura. Obrigado por meu presente, baby. - eu digo pegando a câmera e segurando ela para trás, eu tiro fotos de nós duas depois que todas as minhas merdas, meu medo mais profundo foi exposto.
- O prazer é todo meu. - responde Antoinette e eu encontro meu lugar feliz mais uma vez: nos braços da minha esposa.

[***]


Antoinette e eu jantamos á bordo, mas ela esta terrivelmente calada, sua mente esta em um lugar distante.
- No que você esta pensando? – pergunto em um tom suave, interrompendo seus devaneios enquanto eu tomo um gole de meu café depois do jantar. 
- Versalhes. - ela responde.
Sim, nós tivemos um monte de diversão lá.
- Ostentoso, não era? - Eu sorrio.
Ela olha em volta do Fair Lady, confundindo o que eu implícito.
- Não estou falando do Fair Lady. Isso dificilmente pode ser chamado de ostentação.
- Eu sei, mas ainda é adorável. A melhor lua de mel que uma garota poderia querer. - ela diz.
- Sério? – peço surpresa.
Estou muito satisfeita em ouvir que ela gostou da nossa lua de mel, apesar da ligação do meu trabalho, o fogo, a foda de punição, os chupões... Estou feliz que fiz alguma coisa certa.
- Claro que é.
- Nós só temos mais dois dias. Há alguma outra coisa que queira fazer ou ver?
- Eu só quero ficar com você. - ela sussurra.
- Bem, você poderia ficar sem mim por uma hora? Eu preciso checar meus emails, descobrir o que esta acontecendo em casa.
- Claro. - ela diz em um tom brilhante que ela reserva quando ela quer esconder seu desapontamento. De uma forma, sua resposta me faz feliz. Estou feliz que ela queira passar tempo comigo, e até mesmo uma hora longe de mim é difícil pra ela como é pra mim.
- Obrigado pela câmera baby. - digo e faço meu caminho para o escritório á bordo.
Aciono meu laptop no escritório e começo a ir pelos meus emails. Até agora não há nada novo. Welch me informou que eles compartilharam a evidencia que sua equipe coletou com a policia, mas ela não está convencido que será resolvido rapidamente. Ele não esta feliz com o progresso lento. Pego meu celular e disco seu numero. Welch atende ao primeiro toque.
- Sra. Blossom?
- Welch qual o problema com o departamento de policia?
- Não há problema com o departamento de policia Sra. Blossom. Mas eu tenho preocupações que eu não queria expressar no email. Já que a senhora é a segunda maior contribuinte do estado de Washington, o departamento de policia irá se encontrar obrigada á fazer tudo pelo livro (regulamento) e lentamente, então eles não deixarão espaço pra erros. Mas tempo não é algo que temos. - ele diz espelhando minhas preocupações.
- Por que você diz isso? – pergunto em uma voz mal controlada.
- Eles têm que ir por toda a evidência, e estabelecer suas próprias conclusões. Enquanto isso esperamos. Sabemos que essa é a segunda tentativa, coloco minha reputação na linha para afirmar que é o mesmo criminoso. Primeiro Charlie Tango e agora Blossom House. Nossa segurança não estava vigiando Charlie Tango era a segurança do aeroporto, mas essa é nossa casa, então pra dizer... – ele diz e eu o corto.
- Nós dois sabemos que o criminoso conseguiu passar pela nossa segurança no nosso próprio território, na nossa grama! Então me diga Welch onde é seguro? Estou fazendo os recursos viáveis para você encontrar esse maldito! Faça o que for preciso, então que Deus me ajude, vou ter suas bolas em um prato! – eu berro e posso senti-lo estremecer.
- Entendo. - ele balbucia em uma voz estável.
- Me diga de uma vez por todas: o que você precisa para pegar esse maldito?Você esta com falta de pessoal, você não tem evidência suficiente para identificar nada, sem especialistas suficientes? Que porra precisa pra você identificar e encontrar esse cretino?- silvo entre meus dentes cerrados.
- Como o chefe de sua equipe de segurança eu gostaria de sua permissão para trazer Pella. Como a senhora sabe ele é muito caro.
- Eu pensei que ele somente investigava incidentes relacionados com aeronaves. - digo me inclinando para trás em minha cadeira, empurrando minha mão pelo meu cabelo em exasperação. O couro da cadeira protesta com meu empurrão forçado.
- Não senhora, Pella tem suas mãos em todo tipo de coisa, mas ele não gosta de fazer isso conhecido. Há uma razão pelo qual os principais caras de op (operações especiais) aposentados dariam seus braço direito e uma perna para trabalhar para ele, mas então novamente, iria contra o objetivo. Mas eu divago... Eles estão todos de boca fechada claro, mas uma das minhas fontes sussurrou em meu ouvido que ele mesmo fornece serviços para os governos, para investigar os assassinatos, sequestros, você pode dizer... – ele diz diminuindo a voz.
- E você sabe disso como?
- Preferiria não revelar minhas fontes senhora. Código de conduta não dita. Mas eu sei que isso é verdade...
- Por que ele iria investigar para os governos? Claramente eles teriam mais recursos do que ele tem. - eu digo momentaneamente intrigado.
- Politica clandestina... Negativa plausível... senhor nomeie… ele tem amigos em cada governo. É um mistério, sem mencionar uma fonte de inveja de como ele faz seus amigos poderosos. Dessa forma, os governos podem manter suas mãos limpas. E ele pode fodidamente entrar e sair de qualquer país sem medo como se ele fosse dono do maldito lugar, investigar como uma sombra e chegar com resultados! – ele diz ardentemente.
- Como ele consegue fazer isso?
- Porque de alguma forma ele tem homens e recursos em todo lugar, e inigualável senso de rastrear qualquer coisa com pouco ou nenhum rastro. Ele não vai sujar as mãos, mas eu nunca ouvi falar de alguém que coleta evidencias, junta as peças do quebra-cabeças, e chega a resultados onde outros tenham falhado com uma competência incrível. E ele sempre define suas próprias regras.
- Você esta tentando dizer que você falhou? – eu pergunto, raiva construindo em mim.
- Não senhora. Estou pedindo para trazer o melhor. A policia vai desacelerar a investigação, e precisamos de resultados, como semana passada! Eu usei todas minhas fontes para chegar a ele, mas mesmo a força de elite esta de lábios apertados quando se trata dele, é como se ele tivesse selado a lealdade deles. Ele não faz muitos amigos, e ele é extremamente leal aos poucos que faz, e ele parece pensar em você como um amigo! Ele pode ser persuadido a sair uma segunda vez. Ele pode apenas ser capaz de achar laços com a sabotagem do Charlie Tango com o incêndio criminoso onde a policia ou eu não posso fazer a conexão. Ele pode perceber laços e localizar evidencias e fazer conexões com a investigação inicial de Charlie Tango que ele completou.
- Tudo bem! Chame ele!
- Sim senhora. Vou passar a palavra para ele.
- Mais alguma coisa?
- Isso é tudo por agora senhora. Eu a atualizarei assim que ocorrer qualquer mudança na investigação, ou se eu ouvir uma palavra do meu contato sobe Pella.
- Faça rápido. Caso contrário…suas bolas Welch!
- Sim senhora. - ele responde solenemente e eu desligo.
Exasperação me inunda. Eu não gosto de nada estando fora do meu controle: Pessoal ou negócios. Eu vou fazer tudo em meu poder para recuperar o controle de volta em minha vida. O pensamento de que há um maníaco lá fora que esta atrás de mim, possivelmente atrás da minha esposa ou mesmo minha família esta me levando a loucura! Eu tomo uma respiração profunda conforme me levanto e ando pelo comprimento da sala e então deixo o escritório pra encontrar minha esposa. Vejo Antoinette vindo para me ver no deck. Ela vê meu rosto antes que eu possa colocar a máscara impassível no lugar e ela silenciosamente caminha para o meu abraço. Cruzo os braços sobre ela e a abraço apertado por vários minutos até que o sentimento de impotência diminui.

[***]

- Não ! Não Cheryl! Não vá!
Acordo no escuro conforme Antoinette se agita na cama, falando em seu sono nervosamente. Ela esta arfando por ar como se alguém a estivesse asfixiando, tendo um ataque de pânico!
- Hey. - eu gentilmente sussurro para não assusta-la. Ela esta aflita e seu pânico assusta o inferno fora de mim. Eu tenho que ser muita cuidadosa com as informações que eu compartilho com ela de agora em diante. Eu não quero que tenha esses pesadelos. Este fardo é meu, para eu carregar, não dela. 
- Oh Cheryl! - ela murmura.
Eu posso ouvir seu coração agitado, e sua aflição quebra o meu coração. Eu envolvo meus braços em volta dela. Eu sinto o grande fluxo de lágrimas no meu braço.
- Toni, o que é? – pergunto, acariciando sua bochecha tentando abrandar e acalma-la. Oh Deus! Sua aflição me atormenta por dentro, me rasgando.
- Nada. Só um pesadelo bobo. - ela sussurra. Eu beijo sua testa, suas bochechas manchadas pelas lágrimas, e a borda de seus lábios suavemente.
- Só um sonho ruim baby. - digo prometendo amparar e protegê-la de qualquer coisa que possa ser gatilho para essa reação novamente.
- Eu estou com você. Vou te manter segura.
Ela aconchega sua cabeça na dobra do meu braço, inalando meu cheiro profundamente. Eu a seguro apertado, aninhando ela em meus braços entre minhas pernas. Seguro Antoinette em meus braços incapaz de dormir por bastante tempo. Ela adormece novamente, mas continua inquieta pelo resto da noite, e finalmente eu também caio em um sono perturbado, inquieta.

[***]

Acordo cedo novamente. Chamar as duas últimas noites passadas de inquietas seria o eufemismo do ano. Antoinette não tinha nada além dos pesadelos, nervosa, chorando e falando em seu sono, constantemente preocupada. Tendo sido incapaz de perseguir as suas preocupações esta silenciosamente me levando à loucura. Quem estiver fazendo isso comigo e com minha esposa vai ter que pagar por isso uma vez que eu o pegar! Eu rapidamente tomo meu banho, me seco e coloco meu jeans com minha camiseta cinza. Levando meu celular eu lentamente saio da cabine e vou para o escritório. Disco o telefone de Welch.
- Uhm… Bom dia Sra. Blossom. Desculpe-me, eu não estou certo de que horas são na França agora. - ele diz se desculpando.
- São 05h18min da manha. – respondo.
- Esta tudo bem? – ele pergunta em alerta.
- Ouviu alguma coisa sobre Pella? – peço ignorando sua pergunta.
- Na realidade eu escutei. Eu estava esperando por uma hora apropriada para ligar para a senhora.
- E?
- Atualmente ele esta em Londres, mas o mais cedo que ele pode estar em Seattle é terça-feira. - ele responde.
- Terça-feira… Tudo bem. - respondo.
Posso viver com isso.
- Alguma coisa nova na investigação da polícia?
- Não senhora. Apenas o laboratório de criminalística veio e procurou por digitais novamente, mas eu duvido que eles encontrem algo novo.
- E os servidores? Barney redirecionou a sala do servidor para o armazenamento de dados externo?
- Sim senhora, isso já foi feito. Mas esta é só uma solução temporária. Quando Pella e seu time completarem seu trabalho na sala do servidor aqui, teríamos que retomar a utilização disso. Temos dedicado proteção ao armazenamento de dados externo 24/7, mas usando nossos próprios servidores aqui na localização seria ainda o mais seguro.
- Eu concordo. Te vejo na segunda- feira então. - eu digo desligando.
Me sirvo de um copo de vinho até a borda, mesmo que seja muito cedo. Eu volto para a cabine. Eu tomo uma pequena poltrona estofada e a levo até o lado da cama em silêncio, eu começo a assistir Antoinette. Seu sono é inquieto. Eu a observo por horas. Ela está falando de novo em seu sono mais uma vez. Algumas palavras são ininteligíveis. Mas algumas outras são bastante claras:
- Cheryl... - ela murmura em seu sono.
O pronunciamento do meu nome é embalado com preocupação e ansiedade.
- Eu estou com medo... Não o machuque! - Porra! Ela está tendo um pesadelo sobre mim.
- Shhh... - eu faço pra ela em um sussurro. Ela geme e se vira na cama. Suas mãos institivamente alcançam meu travesseiro e ela sente minha ausência. Imediatamente em pânico, ela se agita e acorda. Respirando com dificuldade, ainda sob os efeitos de seu pesadelo, ela olha em volta da cabine para mim. Eu coloco o copo de vinho para baixo imediatamente, e rapidamente me movo e me estendo ao lado de Antoinette.
- Hey, não fique em pânico baby. Esta tudo bem. - digo suavemente em um tom tranquilizador. Seus olhos estão arregalados, quase aterrorizados. Eu acaricio seus cabelos carinhosamente, alisando-o longe de seu rosto, e esse é o único lugar que eu a toco para não assustá-la. Sentindo minha presença calmante, ela se acalma imediatamente. Eu tento colocar minha máscara impassível, mas a ansiedade é tão grande, não consigo. Meus olhos continuam alerta, e preocupação os atando.
- Você tem estado tão agitada nos últimos dois dias. - murmuro.
- Estou bem Cheryl. - ela diz e sorri, o sorriso que ela reserva pra quando ela quer esconder o medo e tensão. Ela não consegue me enganar. Nós dois estamos tentando proteger ao outro da preocupação. Mas é meu trabalho afugentar os pesadelos. Não dela. A dor, preocupação, ansiedade estão todos escritos em seus olhos.
- Você estava me observando dormir? – ela pergunta.
- Sim... – respondo meu olhar fixo no dela, estudando seu rosto.
- Você estava falando.
- Oh? – ela pergunta em um tom preocupado do que ela pode ter revelado.
- Você está preocupada. - eu sussurro.
Sua angústia me enche de preocupação. Esta gravada no franzir em seu rosto. Eu me inclino e beijo sua testa entre as sobrancelhas.
- Quando você franze, um pequeno V se forma bem aqui. É suave para beijar. Não fique preocupada baby. Eu vou cuidar de você.
- Não é comigo que estou preocupada, é com você. Quem esta cuidando de você? – ela geme.
Sua angústia que me preocupa, mas também puxa as cordas do meu coração. Minha esposa me ama profundamente o suficiente para ter pesadelos com medo por mim. Sorrio para o seu tom admoestando.
- Eu sou suficientemente grande e feio o suficiente para cuidar de mim. - Eu estaria condenado se o último dia de nossa lua de mel for lembrado com essas lembranças ruins. Eu tenho que fazer alguma coisa para mudar isso. Algo divertido. Algo que ela quer fazer… Já sei!
- Vem. Levante-se. Há uma coisa que eu gostaria de fazer antes de ir para casa. - eu digo sorrindo largamente. Ela olha para mim surpresa, e eu acerto sua bunda deliciosa. Ela grita em resposta, mas se levanta. Eu a levo de banho tomado, devidamente vestida e alimentada com café da manhã. Finalmente conseguindo colocar coletes salva-vidas para nós dois, eu a levo para o Jet Ski. Ela me olha, completamente perplexa. Amarrando a chave do Jet Ski no pulso dela, eu olho para ela com expectativa. Ela pisca em surpresa, seus olhos se arregalam.
- Você quer que eu pilote? – ela pede incrédula.
- Sim. - sorrio em resposta.
- Não esta muito apertado?
- Esta tudo bem. Oh… é por isso que você esta usando um colete? – ela pergunta erguendo uma sobrancelha zombeteira.
- Sim. - digo sorrindo.
Ela dá risinho em minha reposta.
- Que voto de confiança em minhas habilidades de condução, Sra. Blossom. - diz ela com sarcasmo.
- Como sempre!. - respondo.
- Bem, não me repreenda. - ela previne.
Eu mantenho minhas mãos em um gesto defensivo, ainda sorrindo como um idiota.
- Eu ousaria? - Peço em um tom ferido simulado.
- Sim ousaria, e sim você regularmente faz, e não podemos estacionar e discutir na calçada aqui. – ela me lembra colocando suas mãos nos quadris.
- Muito bem colocado. Vamos ficar aqui nessa plataforma o dia todo debatendo suas habilidades de condução ou vamos ter alguma diversão?
- Muito bem colocado.Vamos nos divertir. - ela diz segurando o guidão do Jet Ski. Ela se situa no assento, e eu subo atrás dela, chutando-nos longe do iate. Percebo que Taylor e dois marinheiros estão nos assistindo, provavelmente pensando que a maníaca por controle Cheryl Blossom deve ter perdido a cabeça por deixar sua esposa dirigir o Jet Ski. Todos olham divertidos. Eu sigo em frente e envolvo o meu corpo em torno de Antoinette tão perto quanto possível. Nem mesmo o ar pode passar entre nós.
- Pronta? – ela grita pra mim sobre o barulho do motor do Jet Ski.
- Como sempre vou estar. - digo em seu ouvido.
Antoinette aperta lentamente as alavancas atrás do guidão para aumentar a sua velocidade. Nós lentamente nos afastamos do Fair Lady. Antoinette aperta as alavancas mais forte e o Jet Ski junto com a gente se atira pra frente.
- Ual! Toni! – eu grito, mas estou tão excitada. Estamos reafirmando a vida juntas, e é delicioso! Antoinette acelera após o Fair Lady em direção ao mar aberto. Estamos do lado de fora do Porto de Plaisance de SaintClaude-du-Var, e Nice Cote d'Azur. Antoinette, com alguma curiosidade bizarra dirige o Jet Ski para o aeroporto construído quase no Mar Mediterrâneo. O Jet Ski move pulando sobre as ondas como uma pedra habilmente jogada na água. Eu posso sentir a emoção que Antoinette está experimentando. Ela está no sétimo céu!
- Da próxima vez que fizermos isso vamos ter dois Jet Skis. - Grito sobre o barulho. Eu posso sentir seu sorriso em resposta, sabendo que eu vou permitir ela fazer algo que eu considerei perigoso apenas ontem. Um barulho extremamente alto do motor de um jato se aproximando assusta Antoinette e ao invés de aliviar o acelerador, ela aperta mais forte.
- Toni! – consigo gritar enquanto nós duas somos lançadas fora do Jet Ski com nossos braços e pernas agitando no ar nas águas geladas do Mediterrâneo. A última coisa que ouço é o grito dela quando ela mergulha na água com um grande impacto. Graças ao colete salva-vidas ela esta na superfície quase que imediatamente, mas ela esta tossindo e cuspindo água do mar, e olhando em volta pra me encontrar. Fui catapultada pra longe dela, mas eu nado em direção a Antoinette, ansiosa para ter certeza que ela esta bem. O Jet Ski esta a poucos metros de distancia, calmamente flutuando na superfície.
- Você esta bem? – peço em pânico completo explodindo.
- Sim. - ela resmunga sua garganta esta provavelmente ainda queimando da água salgada que ela engoliu. Alivio me inunda imediatamente, e agarro e seguro nela, segurando ela apertado em meu peito conforme meu coração esta batendo como um tambor da selva. Então me inclinando pra trás eu checo seu rosto pra ver se ela esta realmente bem.
- Vê Cheryl, não foi tão ruim! – ela diz rindo. Sim, ela esta bem.
- Não, acho que não foi. Exceto que eu estou molhada. - eu gemo em um tom brincalhona.
- Estou molhada também! – ela chia.
- Gosto de você molhada. - digo cobiçando ela.
- Cheryl! - ela me repreende, maliciosamente. Eu sorrio o mais amplo possível, e me inclinando eu beijo minha esposa com tudo que eu tenho. Nós não paramos de beijar até que ambos estamos sem fôlego. Porra! Agora, eu estou quente e dura por minha esposa. Talvez eu possa fazer algo sobre isso no chuveiro.
- Vem. Vamos voltar. Agora, temos que tomar banho. Eu vou pilotar. - digo antes de montar o Jet Ski novamente.

[***]

Enquanto nós nos sentamos no saguão da primeira classe do British Airways no Aeroporto de Heathrow, em Londres, estamos esperando o vôo de conexão para Seattle. Quando eu estou lendo o Financial Times, ouço o barulho do obturador de uma câmera. Eu olho para cima e sorria para Antoinette. Ela está tentando chamar a minha atenção? Ela está olhando para minha camisa de linho branco e calça jeans, e seus olhos se concentram em meus óculos de aviador dobrados dentro do V da minha camisa aberta.
- Como você esta? – peço.
- Triste em estar voltando pra casa. Gosto de ter você só pra mim.
Eu sorrio para ela em resposta, segurando a mão dela, eu a levanto para os meus lábios e beijo seus dedos. Eu adoraria ter mais tempo a sós com ela, mas eu não posso deixar minha mente longe do criminoso e que ele deve ser capturado para que possamos ter qualquer tipo de paz.
- Eu também. - respondo.
- Mas? – ela pede levantando suas sobrancelhas.
- Mas? – repito, mas eu não soei convincente para ela.
Ela inclina a cabeça pro lado em seu olhar questionador, cavando por mais informação. Eu tenho que trabalhar duro em meu olhar impassível se eu quiser faze-la acreditar.
Eu suspiro.
- Eu só quero esse incendiário preso e fora das nossas vidas. - digo finalmente.
- Oh! - ela responde, entendendo minha preocupação.
- Vou ter as bolas de Welch em um prato se ele deixar qualquer coisa do tipo acontecer novamente. - digo ameaçadoramente.
Eu disse isso a Welch! Desta vez eu consigo olhar para Antoinette impassível, desafiando-a a me opor, se ela estiver se sentindo corajosa o suficiente. Ela apenas sorri em resposta, e levantando a câmera, ela imortaliza o olhar impassível.

[***]

Nós finalmente chegamos ao Escala após Sawyer nos pegar no aeroporto. Lar doce lar! Antoinette está tão cansada, ela está dormindo no carro.
- Hey, dorminhoca, estamos em casa. - eu murmuro no ouvido de Antoinette.
- Hmm. - ela murmura ainda meio dormindo. Eu saio, e ando para o lado dela da porta do passageiro e abro. Em vez de deixá-la sair, eu me inclino, desato seu cinto de segurança e levanto Antoinette em meus braços, andando com ela para os elevadores.
- Hey, eu posso andar. - ela protesta, mas ela ainda está muito sonolenta.
Eu bufo. Esta é a nossa primeira vez como esposas em nossa casa. Eu cruzo com ela através do batente da porta.
- Eu preciso te levar pela porta. – eu a lembro. Seus braços enroscam ao redor do meu pescoço com muita boa vontade.
- Acima dos trinta andares? - ela me desafia, sorrindo.
- Antoinette, estou muita satisfeita em anunciar que você ganhou um pouco de peso.
- O quê? - Ela quase grita, acordando completamente.
Sua reação me faz sorrir.
- Então, se você não se importar, vamos usar o elevador. - Eu digo estreitando meus olhos sobre ela, brincando. Taylor abre as portas do saguão do Escala e sorri.
- Bem vindo ao lar Sras.Blossom's.
- Obrigada, Taylor. - eu respondo.
Quando Taylor vai voltar para o Audi onde Sawyer está esperando por ele, Antoinette transforma toda a força de seu olhar em mim.
- O que quer dizer que eu ganhei peso? - ela pergunta. Eu sorrio ainda mais, e seguro-a mais perto do meu peito enquanto eu ando pelo saguão.
- Não muito. - eu digo, mas lembrando que ela só recuperou parte do peso que ela perdeu quando ela me deixou. Eu não posso deixar de lembrar a agonia que eu senti quando ela não estava em minha vida. Meu rosto cai.
- O que foi? - Ela pergunta com uma voz alarmada.
- Você ganhou um pouco do peso que você perdeu quando você me deixou. - eu digo calmamente em angústia enquanto eu aperto o botão de chamada do elevador.
- Hey. - Sua voz é serena.
Seus dedos seguraram meu rosto me fazendo olhar para ela.
- Se eu não tivesse ido, você estaria aqui de pé, assim, agora? - Ela pergunta sondando.
Eu sorrio. Não, nós não estaríamos.
- Não. - eu digo assim que as portas do elevador abrem. Eu me inclino e a beijo depois que eu entro no elevador com ela em meus braços.
- Mas eu sei que eu poderia mantê-la segura, porque você não iria me desafiar.
Às vezes eu sinto falta do controle. Gostaria, contudo, não trocar o que temos agora, que nunca teria ocorrido se ela não tivesse sido desafiadora. Todo o toque, a proximidade, o casamento tudo teria sido um sonho distante inalcançável para mim. Seu desafio é um pequeno preço a pagar.
- Eu gosto de desafiar você. - diz ela estreitando os olhos.
- Eu sei. E isso me fez muito... muito feliz. - eu digo sorrindo para ela.
- Mesmo eu estando gorda? - Ela pergunta. Sua observação me faz rir.
- Mesmo que esteja gorda. - Eu digo beijando-a, a nossa conexão começa me aquecer, deixa o sangue fervendo. Ela tece os dedos no meu cabelo, me segurando contra ela, e nosso beijo, o tango de nossas línguas é inebriante. Totalmente sensual. O elevador para na cobertura, as portas se abrem e estamos ambos sem fôlego. Eu não mudaria isso por nada no mundo.
- Muito feliz. - murmuro minha declaração.
O meu olhar é escuro, o meu sorriso é lascivo e é a nossa primeira noite como esposas. O que é melhor do que batizar casa com sexo avassalador?
- Bem vinda ao lar.- eu sussurro assim que meus lábios se trancam nos dela novamente, e então eu sorrio para ela.
- Obrigada!- ela responde sorrindo para mim.
Eu ando em todo o hall de entrada, o corredor, a grande sala, e a coloco na ilha da cozinha, fazendo-a sentarse, com as pernas balançando. Eu pego duas taças de champanhe e uma garrafa de Bollinger da geladeira. Abro a garrafa e despejo o champanhe rosa pálido em cada taça, e entrego-lhe uma delas. Eu abro  suas pernas e movo-me entre elas, ficando com ela cara a cara.
- Um brinde Sra.Topaz-Blossom!-Eu levanto a minha taça.
- Para nós, Sra.Blossom!- ela sussurra, sorrindo timidamente. Nós batemos as taças e ela levanta-a aos lábios para tomar um gole.
- Eu sei que você está cansada agora, após a longa viagem de volta para casa. - eu sussurro enquanto eu esfrego o nariz contra o dela.
- Mas eu realmente gostaria de ir para a cama, e não para dormir. - eu digo beijando o canto da boca.
- É a nossa primeira noite de volta aqui, e você é realmente minha. - eu digo e vejo um arrepio percorrer seu corpo.
Eu planto um beijo suave em sua garganta. É o início da noite, e para os moradores de Seattle, não é hora de ir para a cama ainda, mas, novamente, não viajaram tão longe como nós, também.

Livre - Aos olhos de Cheryl Where stories live. Discover now