Capítulo 7

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Ei, vocês!

Pessoas lindas, peço que tenham cautela com a leitura do capítulo e se você for sensível ou que gatilhos sejam despertados com determinados assuntos, por favor, pulem os dois flashbacks de MIAMI. (Descrições de agressão física e psicológica.)

Não é obrigação, mas será ótimo se puderem ler ouvindo as músicas indicadas. 

No mais, nos vemos lá embaixo. 

Boa leitura!

***

Miami – 2001
Narrador

Play: Odina – Father

Dia três de março sempre fora uma data importante para Camila e mesmo que na maioria das vezes não comemorasse seu aniversário por motivos até então desconhecidos, naquele ano ela achava que tudo poderia ser diferente. Ela estava completando oito anos e conseguia entender algumas das coisas mais complexas que aconteciam à sua volta.

O despertar da pequena Cabello foi sutil naquela manhã e os barulhos que tanto a perturbavam por dias e noites não eram ouvidos através da porta fechada. Camila se espreguiçou na cama de solteiro no meio de suas cobertas e de seus dois inseparáveis amigos de pelúcia. Tink, o pequeno panda foi ao chão conforme a garota agitava seu corpo para tirar a preguiça de uma noite bem dormida. 

Camila arregalou os olhos e levantou-se depressa para poder recolher seu bichinho do chão, pedindo desculpas a seu amigo. Ela juntou Tink ao lado de Dipsy, o porquinho rosa da sorte que havia ganhado de seu avô materno em sua frente e sentou-se com as pernas cruzadas olhando para eles com um enorme sorriso.

- Vocês sabiam que hoje é dia três de março? – perguntou alterando seus olhos entre os dois como se fosse receber alguma resposta. – Isso quer dizer que é meu aniversário.

- Hm, hoje o dia amanheceu bonito e sem aqueles barulhos. – seu olhar agora direcionado para a janela ao seu lado direito, lhe proporcionava a visão de um céu bastante azul. – Mas está muito silêncio e a mamãe ainda não veio me ver.

Todos os anos, Sinuhe acordava a filha com uma fatia de bolo de chocolate que carregava uma vela no topo repleta de estrelas. Em todos os seus aniversários, desde que Camila se lembrava, a vela nunca repetiu a cor, mas sempre conteve estrelas coloridas ao redor.

Ficou mais alguns minutos olhando seus amigos, esperando que a mãe aparecesse com seu pedaço de bolo, mas nada aconteceu. Virou o pescoço para a porta quando ouviu uma movimentação e sombras passando pela fresta refletindo no chão brilhante do quarto.

Arrumou sua franja que quase cobria seus olhos e pensando ser sua mãe, achou por bem fingir que ainda estava dormindo. Rapidamente a pequena latina puxou Tink e Dipsy para junto de si e cobriu seu corpo, fechando os olhos em seguida. Ela esperou por um bom tempo, mas nada aconteceu.

A frustração já se fazia presente e em sua mente de criança, ela pensou que a mãe estivesse preparando o seu bolo e talvez esse fosse o motivo da demora. Cansada de esperar, levantou-se da cama calçando suas pantufas em um tom de rosa claro e arrumando o pijama branco em seu corpo. Os passos foram vagarosos até a porta, sendo aberta bem devagar para ver se ainda existia algum movimento no imenso corredor.

Camila pensou por alguns instantes se deveria seguir para a cozinha ou para o quarto da mãe, mas lembrou-se que não poderia entrar naquele cômodo se não fosse permitida por Alejandro, homem que era para ser seu pai, mas que não gostava de ser chamado assim pela garota.

Always Been YouWhere stories live. Discover now