Tão rápido!

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Chamava-se Guilherme. Um garoto revoltado com tudo e todos. Era alto, branco, cabelo preto raspado nas laterais e olhos no mesmo tom. Vivia fazendo bagunça e quando não, ficava no seu quarto isolado. Tinha apenas 17 anos, morava com seu pai, o qual não tinha a devida atenção. Quando tinham tempo juntos, eles sempre discutiam, e essas brigas sempre resultavam em tristeza. Eram pai e filho,mas muito desunidos. Guilherme apesar de tudo, era um garoto inteligente.
Certo dia, num final de semana, como de costume, ele se isolava, para evitar de falar algumas coisas. Esse era o jeito dele chamar a atenção do seu pai. Quando de repente, uma voz grossa e batidas na porta o assustam.

- Saia desse quarto Guilherme! Vamos conversar!

- Me deixe sozinho pai! Eu não quero conversar!

- Já decidi o que vou fazer com você e suas atitudes infantis!

Guilherme interrompe a fala do seu pai.

- Para de falar isso, eu já estou cheio! Seja um pai de verdade e acabou!

O silêncio predominou ali. Nesse momento, o pai do Guilherme foi para o telefone, discou um numero e começou a falar. Guilherme, curioso, saiu do quarto para espionar a conversa, mas não conseguiu ouvir o que estavam dialogando. Chegou a hora do jantar. Seu pai tinha preparado a comida e deixou um bilhete no qual estava escrito "não volto hoje." e saiu de carro, todo arrumado, como de costume nos domingos.

Passado o fim de semana, chegou a hora de ir para o colégio. E chegando lá, foi chamado para conversar com a diretora, a qual, queria conversar urgentemente com ele. Dado o recado, Guilherme foi direto para a secretaria, e foi perguntando:

- Bom dia senhora diretora, o que deseja falar comigo?

- Bom dia Guilherme. Sem mais delongas, te parabenizo por suas excelentes notas. E também quero te falar uma coisa.

- O que, senhora diretora? - Engolindo seco.

- Faltam 5 meses para acabarem as aulas, e como você sabe, temos 3 meses de férias. Onde quero chegar é: você não precisa vim mais a escola. Se quiser, claro. Suas notas são as maiores dentre todos os alunos desse colégio. Ou seja, se assim quiser, nos veremos só ano que vem!

- Vou pensar, senhora diretora. Muito obrigado!

- Por nada! E mais uma coisa, por causa das suas notas,você foi automaticamente inscrito no programas de intercâmbios do estado. Onde os melhores alunos, ganham bolsas para estudar no exterior, com tudo pago.

-Mas isso é maravilhoso! Enfim, a aula já vai começar, tenho que ir!

- Tchau!

Ele teve uma manhã típica como as outras. Foi para a aula e como sempre ficou sozinho, já que não tinha amizades. Voltou para casa no final do turno, e foi direto ligar para seu pai, para falar as novidades, pois pensava que apesar de ser ausente, era obrigação dele contar o que se passava na escola. Falou tudo que tinha conversado com a diretora do colégio. Seu pai aprovou, e o respondeu com um "sim" e "uhum" sarcasticamente ditos. Começa a anoitecer, seu pai chega do trabalho, apesar de não ter dormido em casa. Guilherme estava vendo tv no sofá, quando sua distração é interrompida.

- Arrume as malas, Guilherme! Você irá passar um tempo fora daqui. Irá para a fazenda do seu tio, aproveitar esse tempo ocioso que você tem. Pelo menos lá vai fazer alguma coisa!

- Como assim, pai? -esbravejou.

- Lá você vai aprender como é que se vive! Arranjei uma folga para mim. Viajaremos logo cedo, amanhã. Está tudo combinado entre eu e seu tio.

Guilherme se lembrou da conversa de seu pai no telefone. Era como se seu pai já tivesse planejado isso, apenas estava aproveitado uma oportunidade. Sem poder reagir ou falar algo e com 5 meses sem precisar ir à escola e mais 3 meses de férias, sem contar as paralisações que viriam no ano letivo, só restou acatar.
A noite passa e a manhã chega. Guilherme e seu pai estão prontos para a viagem.

- Onde fica essa fazenda pai?

-Um pouco longe daqui... - Respondeu com um sorriso no rosto.

Entraram no carro e partiram,e Guilherme, preso em seus pensamentos. Ponderava consigo mesmo a frase " o que sera que me aguarda lá?".
Umas 3 horas e meia de percurso, finalmente chegaram. Se via uma enorme fazenda, com uma casa no meio. Branca e de 2 andares, com varanda e um lindo jardim na frente. Guilherme olhou e ficou assustado. Pararam na porteira dessa tal fazenda.

- Chegamos.

- Mas o que significa isso, pai?

E ali estavam, um casal e um jovem, na porteira da fazenda. Estavam à espera.

- Me responda, pai!

Guilherme e seu pai, saem do carro e vão de encontro àquelas pessoas.

- Boa tarde irmão! -Disse o pai do Guilherme

- Boa tarde! - Disse aquele homem.

- Bem, Guilherme. Esse é seu tio e a esposa dele. Você ficará aqui por um tempo, para ver se esfria sua cabeça. Você está muito rebelde! - Falou seu pai, sem prepará-lo antes para a noticia e sem medir as palavras. - É isso!

- Co...Como assim? Eu vou ficar aqui?! Não acredito! - Com uma voz de choro. - E o colégio?!

- Sim, vai. E quanto ao colégio, não se preocupe. Resolverei tudo.

O que mais Guilherme queria fazer era correr dali, mas não conhecia a localidade nem as pessoas ali. Aquietou-se.

- Boa tarde a todos. - De cabeça baixa e voz triste, mordeu os lábios de raiva.

Uma nova vida (Romance Gay/Em revisão)Where stories live. Discover now