Capítulo #11

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Capítulo #11

Enji derrotou seu inimigo com muitas dificuldades. Seus olhos brilhavam e ele suspira lentamente, causando o efeito "respiração visível".

O braço de Enji estava à mostra e liberava vapor. Enquanto ele respirava, a mancha escura que engolia seu braço se espalhava, avançando além do cotovelo.

Enji cai de joelhos no chão e olha ao redor. Rei e Yuna estavam acordando Lingyun e Wis.

Enji, com um olhar cansado, olha para baixo, lamentando sua falta de poder. "Isso foi perigoso, um homem comum com tanto poder... não posso me dar o luxo de cair de novo..." pensou Enji, buscando uma resposta para superar sua fraqueza.

Lingyun desperta e pressiona sua cabeça com dor, mas não há ferimentos severos. Rei, que estava ao lado de Lingyun, explica a situação para ele.

"Depois que vocês caíram, tivemos a sorte de segurá-lo pelas pernas, então nosso amigo feroz ali deu uma surra nele", diz Rei, enquanto observa Enji de longe.

"Entendo..." disse Lingyun, chateado com sua falta de poder.

Wisteria sacode Yuna.

"Wis! Acorde, já acabou!"

Grita Yuna, sacudindo a garota deitada no chão.

Suas roupas fazem barulhos, a respiração de Yuna está pesada, demonstrando sua preocupação.

Enquanto o sol desaparece no horizonte e os ventos ficam mais fortes, a noite chega.

Wisteria, que estava desmaiada, ao ser sacudida por Yuna, desperta parcialmente. Sua visão clareia lentamente, seus cabelos estão bagunçados e suas roupas estão sujas. Ela se lembra do que aconteceu e se senta rapidamente, assustada e perplexa. "Pessoal!" Grita Yuki Wisteria, preocupada com seus amigos!

Yuna abraça Wis antes que ela perceba. Yuna está tentando reconfortá-la. "Está tudo bem, nós conseguimos..." Diz Yuna, que chora pelas costas de Wis...

Wisteria fica sem reação, suas lágrimas escorrem pelo seu rosto sem sequer precisar piscar, caindo pelo chão frio e escuro.

Enji, que está ajoelhado e cansado, se lembra da última batalha, no momento em que está prestes a acertar um soco no homem de branco.

"Aquele soco foi muito mais forte do que o normal, mesmo depois desse impacto, meu punho não dói nem um pouco..." Então ele cerrou seu punho, com um olhar determinado no rosto.

Enji lentamente se recompõe, levanta e perde o equilíbrio, olha para trás e diz: "Vamos nos apressar, quanto mais demorarmos, mais imprevisível fica." Disse ele, enquanto olhava por cima do ombro, ainda de costas, e todos os seus amigos se levantam, acenando com a cabeça.

Enji concentra sua atenção à sua frente, observando o homem que havia derrubado minutos atrás, o encara de forma fria. Seus olhos buscam respostas, mas seus sentimentos falam mais alto... Enji sente um rancor profundo pelo homem de branco!

Quanto mais ele o observa, mais ele sente rancor, até sentir sua personalidade se esvair, suas íris em forma de fenda são cada vez mais afinadas, seus sentidos são amplificados pouco a pouco, o mundo ao redor toma cores diferentes. Nesse ponto, Enji é capaz de ouvir os sinais vitais de tudo em um raio de 45 metros quadrados.

"Ah... mais uma vez... isso...!" Diz Enji, lentamente em um tom extremamente frio.

Nesse momento, ele se lembra que esse tipo de coisa já aconteceu algumas vezes, uma delas foi quando estava salvando Wis, e outra... Foi quando era criança. Lá estava ele, o garotinho fofo de cabelos brancos manchados de sangue. Havia muito sangue pelo chão, homens usavam roupas amarelas e máscaras de gás, ocultando seus rostos em todos os momentos. Havia flashes e barulhos, dor, gritos, cores, cheiros... e uma garota, alguém definitivamente importante.

Por fora, o coração do garoto acelera cada vez mais. Suor, respiração pesada, é insuportável. Quem é essa garota? Quanta confusão! Enji perde o controle de seus olhos, que tremem em desespero diante de tanta confusão. A cabeça do garoto começa a doer. "ARGHH!!" Enji grita, perdendo o equilíbrio e cobrindo seu rosto com a mão esquerda.

Lingyun, Rei, Yuna e Wis se assustam e percebem que Enji está agindo de forma estranha.

"Enji, você está bem...?" Questiona Rei, preocupado.

Enji sucumbe àquela dor insuportável, quando de repente... alguém aparece em seus pensamentos. Essa pessoa é Wis, ela diz: "Estou com você, não se preocupe, vai ficar tudo bem..." Seu sorriso é tão doce e puro que acalma o coração do garoto. Ele lentamente recupera a calma e respira fundo, enquanto sorri gentilmente, como se nunca tivesse passado por problemas.

"Ah...! Estou bem! Foi só uma dorzinha de cabeça..." Enji sorri com os olhos ao olhar para trás.

Lingyun e Rei ficam preocupados, isso não parece certo.

Wisteria e Yuna têm olhares determinados. A sensação de impotência não só esmagou seus corações, mas também forjou suas almas e mentes.

Lingyun e Rei ficam de pé, um olha para o outro e acena com a cabeça em concordância.

Lingyun coloca a mão em seu próprio rosto, verificando seu machucado.

Os ventos sopram forte, e a lua traz tons de sombra diferentes ao iluminar o prisma. Então eles começam a caminhar em direção ao seu objetivo principal, passando pelo homem que estava estirado no chão, abandonando-o no local.

Mais tarde...

Enji, Wisteria, Yuna, Lingyun e Rei estão quase chegando ao Prisma gigante!

De repente, várias penas azuis, longas e onduladas caem à sua frente. Enji e os outros as percebem, e de repente algo passa por eles em uma velocidade incrível. Essa coisa muda sua trajetória e acaba entrando no peito de Enji, desaparecendo em forma de uma chama azul.

"Enji?!" Grita Wisteria, preocupada, enquanto a rajada de vento a impede de olhar para frente.

Uma luz azul ilumina todo o ambiente, e o vento trazido pela "coisa" dificulta a aproximação de Rei, Lingyun e Yuna, que protegem seus rostos, bloqueando a forte ventania.

"Waahh!!" Grita Enji, enquanto a estranha luz azul desaparece no centro de seu peito. Enji está confuso com a situação! Apesar de ver uma chama azulada arder em seu peito, ele não sente nenhuma dor!

Lingyun está surpreso e assustado, ele olha diretamente para Enji e pergunta: "V-você está bem...?" Lingyun não tem reação.

"S-sim... eu acho..." diz Enji, assustado e confuso.

Wis olha fixamente para o garoto com uma expressão preocupada.

Enji sorri e diz: "Vamos, não podemos perder tempo..."

Rei e Yuna continuam caminhando.

Lingyun tira seu celular do bolso.

"As coisas só estão ficando mais estranhas, eu jurava ter visto um pássaro muito grande, mas ele desapareceu quando encostou em Enji..." Pensa Lingyun. Nessa situação complexa, ele não sabe mais em que acreditar.

Ao se aproximarem, eles avistam milhares de pessoas sentadas próximas ao objeto colossal.

A poucos metros do prisma colossal, Enji para de caminhar ao lado de Wis, que está confusa, e pergunta: "Enji?" Ele está olhando fixamente para cima... Seus amigos o ultrapassam e percebem.

Enji está olhando para cima, encarando algo.

Lingyun olha para trás e pergunta: "Enji, o que houve?" Preocupado, ele caminha até o garoto de cabelos brancos.

"Por que parou do nada?" Pergunta Yuna, levantando a sobrancelha direita.

Enji encara algo, uma coisa que o faz sentir-se ameaçado, apenas por estar lá. Ele só sentiu essa sensação uma única vez...

E essa "vez" foi...!!!

Continua...

O caminho: Eu sou a própria serpenteWhere stories live. Discover now