Capítulo #2
Cidade Tenebra
Bloco S-n12
Casa 76AOs olhos de Enji se abriram lentamente, e ele piscou várias vezes, tentando se ajustar à luz que inundava o quarto. Aos poucos, ele percebeu que estava deitado em sua cama, rodeado por uma atmosfera estranha. Uma sensação de confusão e desorientação o dominou, mas algo pesava em seu coração.
Ele colocou sua mão sobre o lado esquerdo do peito, e então uma lágrima escorreu...
"A..." ele murmurou, com sua voz, rouca e falha.
Enji abriu levemente a boca, emitindo um leve som, como se fosse falar algo, mas foi interrompido por um pássaro que bateu na janela de vidro e caiu no chão.
"Um pássaro...?" ele questionou, surpreso.
Ele desceu correndo, esbarrando em tudo pela sua casa: livros, mesas, escada e parede. Ele finalmente abriu a porta e viu o pássaro azul no chão.
Ajoelhando-se com cuidado, Enji observou o pequeno pássaro em suas mãos. Seus cabelos, caídos e bagunçados por conta da correria, brilhavam com a luz do sol. Era como se um anjo estivesse se ajoelhando. O vento soprou suavemente em seu rosto, enquanto o garoto tinha uma expressão séria e preocupada.
O belo e inocente garoto, pegou o pequeno pássaro azul com delicadeza, erguendo-o para observar de perto. Ele fechou os olhos por um breve momento, em silêncio e em contemplação. Quando abriu os olhos, uma expressão de surpresa surgiu em seu rosto.
Com cuidado, ele se levantou, derrubando a grama que ficou em seus joelhos e roupas. Enji entrou em casa, mantendo toda a calma e tranquilidade, enquanto os sons das folhas sendo pisadas diminuíam.
Enji procura por algo nas gavetas e por um breve momento, ele vê no espelho uma silhueta estranha e quando pisca ela some, só o que resta é seu proprio reflexo. Assustado ele continua procurando...
"Encontrei!" Disse o garoto, que corre bem rápido até a cozinha, então começa a enfaixar a perna do pequeno pássaro azul, que estava deitado sobre a cadeira da mesa.
"Haah... Felizmente não foi nada sério" suspirou Enji, com um rosto despreocupado.
Enji olha para o lado, no relógio são quase às 7:10 da manhã, surpreso ele se levanta e diz "estou atrasado!!"
Ele imediatamente corre para o seu quarto, esbarrando em tudo novamente: parede, escadas, livros e porta.
Logo ele volta correndo com uma mochila muito pesada e cai da escada."Ahh!" O som do impacto da queda e de todos os livros, ecoam pela casa!
Enji se levanta com muito esforço e deixa um pouco de arroz, com uma tigela pequena de água, para o pequeno pássaro azul, que começa a comer na mesma hora.
"Nos vemos depois, pequeno!" Disse ele, com um sorriso bem simples e sincero no rosto.
No meio da rua ele percebe que o seu nariz está sangrando, Enji limpa com o dedo e fica encarando com um olhar frio... Os olhos azuis e incomuns de Enji reagem, então sua percepção e sentidos são mudados...
Enji sente um cheiro estranho, vindo de um beco escuro, junto a milhares de sons vitais. Enji não consegue controlar sua curiosidade e caminha para dentro do beco, deixando sua mochila para trás, lentamente passo a passo, os sons dos passos úmidos dele, ecoam e mudam intensamente o ar dentro do beco.
O clima já não era o mesmo, assim como o Enji.Após alguns poucos passos, Enji avista duas silhuetas humanas, e ao chegar perto, ele vê um homem de terno, barba e cabelos recem cortados, junto a uma mulher bem vestida e arrumada, dos pés a cabeça. O perfume de seus longos cabelos loiros, pode ser sentindo pelo jovem garoto, mesmo à cerca de 15 metros de distância deles.
O homem estava rendendo a mulher, segurando seus braços contra a parede. Ela chorava, já sem forças e esperanças...
"Ei..." o garoto, saindo da escuridão, se aproxima e chama a atenção deles!
O homem olha para o garoto e diz...
"Hã?! garoto, o que está fazendo aqui? mete o pé, antes que eu decida quebrar as suas pernas!"Enji, se referindo a adorável moça pergunta: "Você quer ajuda, moça?"
O sangue escorre do nariz de Enji...
Eles ficam em silêncio...Continua...
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O caminho: Eu sou a própria serpente
SpiritualDesde o início dos tempos, a predação tem sido uma realidade inescapável na teia da vida. Ela permeia cada canto do reino animal, onde o instinto de sobrevivência prevalece e a lei do mais forte se impõe. Predadores e presas dançam em um intricado e...