Mistério Dos Sombrios Vol 1

Capítulo 63

Balthazar encarou a garota de dezessete anos a sua frente de maneira apaixonada, Emily conseguia sempre ser a mais bonita visão de seus dias. Só de vê-la se sentia em paz, como se somente ela pudesse fazê-lo se sentir bem, o que era totalmente verdade. Ela sua cura, a única razão da sua felicidade.

_Como estou? _perguntou ela se pondo a sua frente e dando uma voltinha para mostrar o vestido que ele lhe dera de presente dois dias antes.

_ Belíssima. _respondeu ele a encarando intensamente, tentando ignorar a parte dentro de si que sorriu tristemente ao ver o quanto ela estava feliz e que provavelmente aquilo não duraria muito tempo já que ele havia tomado uma decisão que faria o fim daquela semana ser a pior de todas. Mas sorriu de volta pra Emily de maneira feliz, não precisava fazer aquilo agora, a conversa ficaria para mais tarde. Não estragaria aquela semana naquele dia, a garota não merecia aquilo, não naquele dia especial.

Haviam se passado três dias desde o dia em que Lúcifer havia sido morto e apesar de ainda haver marcas daquela maldita data em seu corpo, tudo que Balthazar queria era esquecer. Agora estavam na França, em um hotel no centro da cidade aproveitando seus últimos dias com ela, apesar de Emily não fazer ideia disso. Ela achava que ficariam juntos, que Lilith comandaria o inferno e que ele passaria o poder de vez para a demônio depois desses cinco dias, ele vira isso na mente dela, estava claro a cada pensamento dela e aquilo era terrível para ele. Saber que ela a cada dia se agarrava em esperanças que não eram reais era doloroso, mas não podia simplesmente dizer a ela. Não ainda.

_Vamos logo, estou morrendo de fome, quero tomar meu café da manhã. _disse ela animada, quase pulando de felicidade indo em direção ao quarto buscar algo para se proteger do frio que fazia lá fora. Fazia quase 6 ° graus em Paris naquela época do ano, mas isso não parecia impedir Emily de ficar feliz em passear pela cidade.

_Podemos tomar café no hotel querida. _murmurou ele rindo levemente por causa da alegria em excesso dela. Ela estava tão feliz naqueles últimos dias que era quase cruel pensar que tudo isso seria destruído no fim de tudo.

_Estamos em Paris Balthazar, quero tomar café em uma cafeteria de verdade e passear pela cidade até me cansar dela. _explicou Emily voltando para o vão de entrada do quarto e o encarando radiante. _Isso é tão divertido! Você pode nós fazer ir para qualquer lugar com um simples piscar de olhos e não precisamos de avião ou passaportes nem nada parecido. Podemos fazer o que quiser.

Ele a encarou de volta sorrindo e se inclinou para beijá-la suavemente, ajeitando o cachecol em seu pescoço de modo protetor. Mesmo agora vestindo o casado, o gorro e luvas, ela era linda.

_Só isso será suficiente para você? Humanos costumam ser frágeis com o frio. _quis saber não querendo que ela corresse perigo de ficar doente por causa do frio lá fora.

_Aqui não é pior que a Rússia... _lembrou ela se arrependendo no mesmo instante ao ver o olhar do demônio se tornar sombrio, se fechando em uma expressão nada amistosa. _Desculpa, sei que não gosta de falar sobre isso.

_ Não precisa calcular suas palavras comigo. Fale sempre o que quiser falar, Emily.

_Mas sei você não gosta que falemos sobre isso, sempre fica irritado quando o assunto surge. E prometi não falar em nada além de nós dois durante esses cinco dias, e vou cumprir a promessa que fiz. _disse Emily segurando a mão dele na sua e entrelaçando seus dedos, o olhar dele se suavizando aos poucos com o toque.

_ Não estou irritado com você, sou incapaz de ficar furioso com o amor da minha vida. Eu só não quero lembrar quem eu sou durante esse tempo, quero esquecer essa parte da minha vida durante esses dias. _explicou Balthazar trazendo a mão dela que segurava a sua pra próximo de seu rosto e deixando um beijo carinhoso nela. _Quero que saiba que eu nunca amei ninguém como eu amo você. Eu adoro tudo em você. Cada parte sua, a maneira como você é, seu jeitinho. Eu lamento tanto as coisas pelas quais fiz você passar no passado. Se um dia você puder me perdoar...