29

505 41 7
                                    

29

ASSIM QUE ALICE DESCOBRIU o que aconteceu, sentiu sua cabeça doer. Provavelmente por forçar tanto as memórias. Parou de andar. Pippo colocou a mão em sua bochecha, e ela olhou pra ele que ainda estava em seu colo. Um sorriso tomou os lábios do garotinho, soltando em sequência uma gargalhada gostosa para os seus ouvidos. Ela sorriu de volta, sem graça, enquanto retomava o caminho seguindo Gabriel, em silêncio.

Alice não sabia como que havia criado coragem de se expôr daquela forma pra ele. Mostrou uma versão completamente insegura e paranóica perto dele, como ela se sentia se pensasse demais. Mesmo assim, estava bêbada, não tinha nem ideia do que estava falando.

Ambos se aproximaram do quiosque, se apoiando na bancada.

    مرحبا ماذا تريد؟ —

O funcionário perguntou para eles, em árabe, os dois franziram o cenho.

— I'm sorry, we don't understand. We are Brazilians - A garota revelou, com um meio sorriso nos lábios e o atendente assentiu.

— Okay, what do you need? - Perguntou, corretamente agora.

— Sand toys, for them. - Gabriel respondeu. Apontando pras crianças.

— Are your children? It is a very beautiful family. - O funcionário perguntou, pegando os brinquedos de areia embaixo do balcão.

— Oh no. He is the son of some friends. — O jogador respondeu rapidamente e o funcionário encarou a garota, lambendo os lábios.

— So is she single? - Ele apontou pra ela que quando se atreveu a dizer algo, o garoto ao seu lado a interrompeu.

— She is my bride. We're getting married soon. - Respondeu com um sorriso falso nos lábios, e Alice ficou séria.

— Oh, right. I'm sorry - O vendedor ficou sem graça. — It was 100 dollars.- Voltou pro assunto principal; os brinquedos. O jogador pegou sua carteira que estava localizada no bolso de sua bermuda de praia direita e a abriu, resgatando uma nota de 100 dólares pra ele.

— Here. - Estendeu o papel em sua direção, que não demorou nem 5 segundos pra tomar da mão de Gabriel. Alice pegou os brinquedos que estavam dentro da sacola.

— Então agora somos noivos e estamos perto de nos casarmos? - Ela sorriu, irônica. — Achei que estava bravo comigo.

— E eu estou. - Disse, sem olhar pra ela.

— Então por que disse aquilo?

— Porque nossos amigos e meus amigos não gostariam de eu ter deixado um cara dar em cima de você na minha frente. - Revelou e deu um meio sorriso.

— Seus amigos ou você? - Alice rebateu e Benício riu.

— Não da pra esconder titio. - Ele soltou uma gargalhada e os dois mais velhos riram.

Assim que chegaram mais perto do lugar onde estavam, colocaram as crianças no chão e deram os brinquedos pra elas. Que correram com a sacola na mão em direção até Paquetá e Duda.

— Vamos conversar sobre isso? - Alice se virou pra Gabriel, que a ignorou por completo seguindo em direção á uma bola de futebol jogada ali (que era nossa). — Qual é, Gabriel. Eu tava bêbada...

FOGO E GASOLINA - Gabriel MartinelliWhere stories live. Discover now