Capítulo 47

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TSUNADE NARRANDO

A cirurgia tinha sido um sucesso.

Mesmo com seus órgãos rompidos e seus tecidos estraçalhados, o byakugou e o sangue de Karin ajudaram muito. O resto, conseguimos ajustar na cirurgia.

Uma cirurgia que não foi nada fácil, tendo demorado umas quinze horas.

De alguma forma, Kakashi havia acalmado o menino Uchiha, o qual achei que teria que sedar. O mesmo estava descansando no apartamento de Kakashi, mesmo com protestos.

Suspirei, infeliz com isso.

Crianças destruídas pelo mundo ninja. Memorias infelizes, de todos que eu já amei, passaram pela minha mente. 

No final, todos somos crianças destruídas por esse mundo doentio e cheio de sangue, o qual eu enfiei minha filha. 

Finalmente, depois de tanto segurar, uma lágrima escorreu pelo meu rosto.

Encostada na porta, só conseguia ver os aparelhos conectados em Sakura, ajudando-a respirar, ajudando-a viver.

Minha bebê está assim e é minha culpa.

Em passos lentos, me aproximei de Sakura, sentando na cadeira ao lado de sua cama.

Olhei o tubo em sua boca, trazendo ar para ela.

Céus, o que eu fiz?

Só consegui encarar meus pés, sentindo meu coração doer toda vez que eu a olho.

Lágrimas molharam minha calça, enquanto eu soluçava.

Minha bebê.

Tremendo, sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto, eu peguei a mão de Sakura, uma mão cheia de agulha, interligadas a remédios e soro.

Eu não conseguia a olhar, com vergonha, medo, tristeza, receio.

- Desculpe, minha bebê. – Tentei falar entre soluços. – Eu não deveria ter te colocado nessa missão.

Segurando a mão de minha filha, eu só conseguia pensar no monstro que eu sou por colocar minha própria filha em uma missão suicida.

A menina de cabelos rosadas, com uma determinação inabalável e apaixonada, deveria ter sido apenas minha pupila. Mas como não se afeiçoar a ela, sentir orgulho a cada conquista dela, sentir tristeza em cada desapontamento dela? 

Minha filha, minha bebê, está em coma e é minha culpa.

Minha bebê foi ferida e a culpa é minha.

Sasuke não estava errado, eu deveria tê-la protegido, mas eu falhei.

Eu falhei de novo em proteger as pessoas que eu amo.

— — S2 — —

INO NARRANDO

Ela está viva.

Sakura Haruno, minha amiga e rival, está viva.

Faz apenas meia-hora que Tsunade liberou visita e eu esperei cada segundo por isso.

Sakura estava magra, frágil, sobre todos aqueles equipamentos médicos a ajudando viver.

Eu não consegui conter as lágrimas.

Minha amiga, minha melhor amiga está viva.

Eu tentei não correr, mas foi praticamente impossível.

- Sakura. – Chamei, assim que cheguei perto dela, tomando sua mão. – Que merda você estava pensando, testuda? – Exclamei, irritada e feliz ao mesmo tempo.

O Sacrifício da CerejeiraWhere stories live. Discover now