twenty six

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A primeira pessoa que eu consegui conquistar, depois de Adele, foi Caleb

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A primeira pessoa que eu consegui conquistar, depois de Adele, foi Caleb. À princípio, ele pareceu bastante desconfiado e me encheu de ameaças caso eu tentasse me "esgueirar" — tenho quase certeza que ele nem conhece o significado dessa palavra — para o quarto da sua irmãzinha, que fica no fim do corredor, mas então eu me lembrei de uma conversa que tive com Max onde ela me contou que seu irmão mais novo tem uma paixão avassaladora por basquete, mas que não levava muito jeito para a coisa. Bastou eu dizer que trabalhava com esportes e que poderia lhe dar umas dicas, ensinar alguns passes, que de repente viramos melhores amigos.

Adele, que foi gentil desde o início, ficou encantada quando eu disse que ficaria feliz em ajudar a preparar a ceia para o dia de Ações de Graça, e ficou impressionada com os meus dotes culinários. Gostei dela logo de cara. É uma mulher muito tranquila, pacífica, mas não parece se incomodar com a energia caótica da própria família. Ela é muito parecida fisicamente com a filha mais velha — apesar de não ter cabelo rosa, e sim, preto brilhante —, mas não podia ser mais diferente em questão de personalidade. Foi até engraçado o jeito que ela tentou me perguntar sutilmente se a minha relação com Maxine era algo mais que amizade, quando ficamos sozinhos por alguns minutos na cozinha, e pareceu levemente desapontada quando garanti que somos bons amigos, apesar de termos nos beijado uma vez e eu pensar constantemente em tirar a roupa da sua filha. Claro que eu não disse isso a ela.

Rupert, por outro lado… bom, esse é mais difícil de manusear. O cara é desconfiado até o último fio de cabelo, e tenho certeza que não engoliu essa história de "amigos", apesar de ser verdade. Ele continua usando aquele tom fingido de simpatia, mas não perde a oportunidade de me lançar olhares cheios de farpas pelas costas da mulher e da filha, sendo repreendido por ambas o tempo todo por fazer comentários extremamente ácidos.

Na verdade, não me sinto nem um pouco incomodado com isso. Sei que ele está agindo como um bom pai, tentando proteger a sua filha de malfeitores, e digamos que eu não seja flor que se cheire… mas, claro, ele não precisa saber disso. Não espero que o cara confie em mim logo de cara, mas estou tentando passar uma boa impressão mesmo assim, esperançoso de que ele baixe a guarda em algum momento.

Passamos o resto da manhã na cozinha. Até mesmo Caleb não escapou da responsabilidade de ajudar com a ceia do Dia de Ações de Graça, seguindo as instruções da mãe. O cômodo se torna extremamente apertado para tanta gente, e, às vezes, precisamos passar de ladinho para chegar ao outro lado. Vou ficando cada vez mais à vontade, feliz por participar da reunião em família. Faz tempo que não me sinto tão leve, e Max parece perceber isso, pois me lança alguns sorrisos de ternura sempre que o seu pai não está olhando.

Mas… confesso que, bem lá no fundo, uma parte de mim se sente extremamente triste. Esse ambiente familiar, tão acolhedor e confortável, me traz lembranças inconvenientes da minha própria família. Fico pensando no que pode estar fazendo os meus pais agora, se estão empenhados em fazer o almoço para comemorar o feriado… então me lembro do olhar triste da minha mãe, do esforço do meu pai para fazer tudo ficar bem, e da minha incrível habilidade para estragar tudo, então a felicidade escorrega pelo meu peito como se eu não fosse digno de senti-la.

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