capítulo 22

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Com o coração acelerado, irrompo pela porta da imensa mansão, atravessando o salão de baile com meu vestido vermelho esvoaçante. Cada passo é impulsionado pela urgência de descobrir a verdade, de compreender o que aconteceu. As luzes cintilantes do baile banham meu rosto, contrastando com a angústia que se instala em minha expressão.

Os murmúrios e risos ao meu redor se misturam em uma cacofonia distante, enquanto meu foco está totalmente voltado para o desaparecimento repentino de meu pai. Meu coração pesa com a incerteza e o medo do desconhecido. O que teria levado o homem poderoso e imponente que conheci a abandonar sua própria mansão?

Meus passos reverberam pelos corredores ornamentados, ecoando o tumulto que habita minha mente. Cada porta que passo parece sussurrar segredos que desvendar. E enquanto avanço, minha determinação cresce.

As escadas se estendem diante de mim, convidando-me a alcançar o segundo andar, onde os segredos parecem estar ocultos. Subo rapidamente, ignorando o cansaço que se acumula em minhas pernas. O rugir de dúvidas e temores ecoa em minha mente, mas não me permito fraquejar.

Chego ao topo da escada, e uma porta maciça se apresenta à minha frente. Com um fôlego profundo, empurro-a e adentro o escritório afastado, um santuário de mistérios. A luz pálida da lua invade o ambiente, destacando a desordem que agora reina. Os papéis estão revirados, gavetas abertas, a mesa de canto jogada no meio do escritório.

- EU NÃO ACREDITO - a voz de Erick corta o silêncio enquanto ele passa o braço pela mesa do escritório jogando tudo no chão

- você tem que se acalmar, o stress não vai ajudar a achar ele - falo o mas gentil e suave que consigo enquanto ele se senta na cadeira de Vicenzo

- mas a gente VAI acha-lo, e depois EU vou mata-lo - seu rosto estava repleto de stress, sua mão percorreu o cabelo tirando-o do lugar

Meus dedos deslizam pelas superfícies polidas da mesa, enquanto minha mente corre para compreender o que está acontecendo. O tempo parece suspenso enquanto mergulho nas pistas deixadas para trás, buscando respostas.

Em meio à confusão, uma carta se destaca, abandonada em meio a um livro de cálculos. Meu coração dispara enquanto me aproximo e a pego delicadamente. Cada palavra que se desenrola diante de meus olhos é como um golpe certeiro, uma revelação dolorosa.

- Meus queridos filhos, se vocês estão lendo esta carta, é porque eu já parti, deixando tudo para trás. Antes de mais nada, quero pedir desculpas por todo o sofrimento que causei a cada um de vocês. Eu falhei como pai e como líder. - comecei a ler em voz alta assim que senti outra presença a minhas costas - as ações que tomei nos últimos dias foram movidas pela ganância e pela obsessão pelo poder. Eu fui consumido pela escuridão que permeia nosso mundo, cegado pelo desejo insaciável de acumular riquezas. E, infelizmente, não consegui enxergar o verdadeiro valor da família que tinha ao meu lado.

Coiote pegou a carta da minha mão sem acreditar no que estava escutando, e continuou a leitura

-Levei vocês a cometerem crimes, roubar e trair a confiança dos outros, tudo em nome de um ideal distorcido que eu acreditava ser o caminho certo. Enganei a todos nós e não tenho palavras suficientes para expressar o arrependimento que sinto. A verdade é que, ao fugir com todo o dinheiro que vocês conquistaram, estou tentando evitar que sejam arrastados ainda mais para o abismo que eu mesmo criei. Esse dinheiro é manchado de sangue e corrupção, e não quero que vocês sejam consumidos pela mesma maldição que me acompanhou por tanto tempo.

- ah eu não acredito nisso, aquele cretino ainda levou todo o dinheiro do NOSSO roubo?? - incrédulo Erick se levantou e encostou a lado do Coiote para que pudesse ver com seus próprios olhos

Herdeiros Do Submundo Where stories live. Discover now