capítulo dez.

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justin bieber.

Brooke enruga o nariz quando encosto uma gaze molhada com soro fisiológico em seu joelho machucado. Além dele, seu antebraço direito e um dedo do pé também estão sangrando.

— Eu te disse que era melhor ter colocado proteção, Justin. - ela choraminga.

— Pelo menos não vai precisar levar ponto. - digo revirando os olhos.

— Sim, mas olha quanto sangue tá saindo do dedo do meu pé. - aponta para o dedinho que pingava sangue há cinco minutos.

— Ele nem sangra mais, Brooke. O sangue já tá até se... Ei, para de se mexer. - reclamo puxando sua perna novamente. - Só falta limpar um pouco mais aqui e... Pronto. Todos os machucados limpos.

Brooke suspira encarando suas novas marcas e olha para mim. Zac havia ido para casa da mãe enquanto eu trouxe Brooke para casa da minha, já que havia uma caixa de primeiros socorros aqui para que eu usasse nela.

— Você ainda vai tentar outras vezes, né? - questiono levantando e fechando a caixa.

— Daqui há um tempo. - diz baixo hesitante. - Há um bom, bom tempo.

Rio baixo e vejo como cada coisa, cada instante é subjetivo para cada um de nós.

Há um ano em uma das nossas patrulhas noturnas estavam comigo Maia e mais seis caras, quando integrantes do outro lado nos acertaram com algumas bombas e alguns gases lacrimogêneos.

Dentre os dias em que houveram conflitos, aquela tinha sido a noite mais calma de todas. Foi quando ganhei a cicatriz que fica pouco perto do meu ombro esquerdo e também a da sobrancelha.

Naquela noite nós estávamos perto de alguns prédios destruídos fazendo a ronda diária quando de repente fomos atacados por alguns soldados do lado oposto. Ao que se sabe, eles vieram depois que nos viram passando perto de um reservatório a pouco menos de um quilômetro.

Enquanto Maia, minha companheira, me cobria enquanto recarregava minha arma, os outros caras do outro lado da rua tentavam se proteger atrás de uma pequena muralha de tijolos, já bastante destruída. Quando levantei de trás do carro abandonado, disparei incessantemente contra eles, ao tempo que também éramos bombardeados, inclusive com uma granada que acabara de ser jogada em minha direção.

Após detonar, alguns destroços vieram em minha direção e atingiram meu rosto, sendo suficiente para que eu ficasse desnorteado e transtornado com a poeira que havia começado a subir.

— Ajuda aqui, Bieber! - Maia gritou enquanto eu tentava me recompor.

Pisco os olhos freneticamente e disparo contra o nada em meio a fumaça.

Mais uma granada.

Maia e eu corremos para dentro de um dos prédios, ou melhor, para trás de algumas das paredes arruinadas do que já se foi um prédio um dia.

— Caralho, Justin. Tem a porra de um negócio preso dentro da sua sobrancelha! - ela diz afoita quando sinto um líquido quente escorrendo pelo rosto.

— Era gás lacrimogêneo? - questiono ainda com dificuldade para abrir os olhos. - Não consigo abrir essa porra direito.

— Se estivesse usando os óculos talvez não tivesse lacrimejando, né? - debocha pegando uma garrafa de água de algum lugar do seu corpo. - Abre, vou jogar aí e tiro de uma vez esse troço da sua sobrancelha.

Impulso o rosto para frente e ela joga a água no meu rosto enquanto ajeito o capacete e seguro a arma com outra mão.

Maia puxa violentamente o estilhaço preso a minha pele ao passo que puxo o ar pela boca.

Battle ScarsWhere stories live. Discover now