Kim X Macau - DarkRomance
Uma tempestade violenta, um acidente de carro traumático. As coisas parecem bastante sombrias para Macau, até que ele é resgatado dos destroços por um homem recluso chamado Kim Theerapanyakul, que começa a cuidar dele para...
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Para Kim, a parte mais estranha de sua transferência para aquele lugar foi ter um bom quarto. Superou completamente suas expectativas do que seria um hospital psiquiátrico - frio, branco, estéril e puído -, mas o quarto que ele chamaria de lar tinha quase o mesmo luxo de um quarto de hotel de médio porte. Era pequeno, projetado para um único ocupante, mas era agraciado com cores neutras e suaves sem ser monótono. As paredes eram claramente isoladas e cobertas com drywall, em vez de blocos de concreto ou tijolos pintados, e a única janela que ele tinha era grande e deixava entrar muita luz. Mais importante ainda, ele tinha uma pequena saída de ar gradeada no teto que lhe fornecia bastante calor nas noites frias.
Os móveis eram modestos. Ele tinha um sofá cinza ligeiramente gasto em uma extremidade do quarto, que ficava entre uma estante vazia de aglomerado de madeira e uma mesa de cabeceira leve e barata da Ikea ao lado de uma cama de solteiro simples. O colchão era de tamanho padrão, em oposição ao tapete fino e insignificante que ele usava em sua cela de prisão. Era tudo claramente de segunda mão, mas estava em melhores condições do que qualquer coisa que Kim tivera durante anos.
Certo, havia barras de ferro forjado instaladas do lado de fora de sua janela, mas ele as aceitaria de bom grado em troca do fato de que o calor da sala não vazava pelas paredes finas como papel. O isolamento também mantinha os ruídos externos baixos, dando-lhe paz e sossego. Sua roupa de cama era confortável e macia o suficiente, e ele até tinha um edredom semi-achatado para se enrolar à noite para se proteger.
Outra desvantagem era que ele não tinha seu próprio banheiro. Os chuveiros e banheiros comunitários disponíveis eram limpos, bem conservados e ofereciam divisórias de aço inoxidável e portas de vaivém para privacidade. Nada podia ser trancado, por motivos de segurança do paciente, mas era o mais seguro possível, preservando a dignidade de seus pacientes.
“Apenas fique feliz por não estar na prisão”, eles o lembravam presunçosamente.
Ele sabia que era a verdade.
Além disso, permanecia o fato de que, se mantivesse seu bom comportamento por tempo suficiente, recuperaria os privilégios e a dignidade que merecia. No dia seguinte à transferência, ele começou a receber terapia, aconselhamento de luto, diagnósticos e medicamentos. Demorou um dia inteiro para começar, mas ele foi tratado como um ser humano o tempo todo e isso parecia tão estranho.
Esse foi outro ajuste estranho a fazer: estar cercado por pessoas que realmente se importavam com ele, seus sentimentos e seu bem-estar. Havia enfermeiras que se certificavam de que ele tomasse seus remédios e fizesse suas refeições sem intimidá-lo ou rebaixá-lo para fazê-lo. Eles regularmente acompanhavam seu humor e registravam se ele alucinava ou não, sem exagerar os sintomas para dar-lhe uma má reputação.
