Capítulo 3 - Carina

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No momento em que eu entrei naquela sala eu sabia que não sairia coisa boa.

Entro com meus pais na sala que o segurança nos indicou que entrássemos, e lá estava ele.

O tão temido e o meu bicho papão, Orion Black.

— Que bom ver vocês novamente — ele diz com o sorriso mais falso que ele poderia dar — Por favor, sentem-se.

— Não pretendemos demorar — diz meu pai, ficando na minha frente enquanto minha mãe se posicionava ao meu lado.

— Não vamos, mas não quero que fiquem desconfortáveis.

— Como se você se importasse com o nosso conforto — meu pai rebate.

Orion suspira pesadamente, como se tentasse manter a calma.

— Não precisa estar com armaduras levantadas o tempo todo. Não quer se sentar, tudo bem, fique em pé então — ele muda o olhar para mim — Quer se sentar, Carina?

— Não — respondo seca.

Era impressionante como eu parecia sempre um bebê indefeso perto dele. Será que eu nunca seria capaz de enfrentá-lo como eu deveria?

— Tudo bem, fiquem em pé. Mas se quiserem, o sofá está aqui — ele diz apontando para o sofá na parede — Vocês devem estar se perguntando porque os chamei aqui.

Ele se senta na cadeira atrás da mesa. Acredito que essa seja a sala dele agora, já que estava tão confortável.

— Bem, chamei vocês por um motivo específico, por isso pedi que trouxessem apenas a Carina — ele começa, apoiando os cotovelos na mesa — Vocês já sabem porque eu ganhei essa sala no ministério, não é?

— Por ser um velho safado e manipulador? É, sei sim — meu pai responde cruzando os braços.

— Não fale assim com o seu pai. Não sou tão velho e não sou safado. Talvez manipulador, admito — ele dá uma risada fria — Enfim. Como vocês bem sabem, a filha de vocês, mais conhecida como minha neta, quase matou um dos alunos de Hogwarts.

Como...

Blaise. Óbvio que ele não ia ficar calado.

— O que? — minha mãe pergunta incrédula.

— Não está sabendo? Sua filha usou uma maldição imperdoável em Blaise Zabini em uma festa clandestina de Hogwarts. Chegou ao meu conhecimento e eu só consegui pensar, caramba, como a minha neta é poderosa — ele diz em tom filosófico — Poderia até comparar com os poderes de nosso querido Lorde Voldemort nessa idade.

Minha mãe tem que segurar o braço do meu pai para ele não avançar.

Ele suspira e passa a mão nos cabelos.

— Ela deve ter tido os motivos dela — diz meu pai, tentando me defender.

— Assim como Voldemort teve os dele para se tornar o que se tornou.

— Está comparando Carina com Tom Riddle? — minha mãe questiona incrédula.

— Os dois eram incrivelmente bons em poções. Tem o mesmo talento sobre as maldições imperdoáveis, os dois tem uma sede de vingança e são igualmente atraentes e bonitos. Tom Riddle era um cara atraente antes de se tornar Voldemort, sabia, Carina? Tenho certeza que você daria para ele na época. Bem no seu estilo. Bad boy que ama quebrar as regras — ele dá um sorriso malicioso.

—  Não fale assim da minha filha, filho da puta — meu pai estava começando a perder o controle — Dirija a palavra para ela desse jeito mais uma vez só para ver se você vai continuar a respirar por muito tempo.

Marotinhas - Livro 2Onde as histórias ganham vida. Descobre agora