Interdimensional

Capítulo 2 - Katsu!

Onde acaba o amor têm início o poder, a violência e o terror.

CARL GUSTAV JUNG

Os raios de sol deram lugar a escuridão e tudo se fez trevas.

— Supergirl Está me ouvindo? Supergirl! — Disse de forma eufórica e assustada ao passo que o desespero tomava conta de todo departamento.

— Alex! Brainy! Preciso de ajuda! Meus olhos...

— Diretora Danvers, perdemos o sinal dela!

— Droga! Estou a caminho, contate J'onn e peça para ele ir imediatamente ao nosso encontro.

...

Prédio da L-Corp, escritório de Lena Luthor, 02 horas antes.

"Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." Ou será que simplesmente poderíamos afirmar que dizer a verdade é o que realmente traz libertação? A essa altura do campeonato, isso já não importava mais. Afinal, Kara não tinha a menor ideia se aquele era o momento apropriado para ter uma conversa tão séria assim. Sentada em sua elegantérrima cadeira presidencial e com os braços apoiados na enorme mesa de vidro, Lena a encarava com uma postura severa e impenetrável. 

Agora face a face, a heroína de National City estava sorrindo nervosamente, e o medo do rumo que o diálogo tomaria estava deixando Kara à flor da pele. Sua mente traçou inúmeros desfechos para a conversa, mas em nenhum deles o cenário era favorável a ela. Em todas as situações imaginárias, Lena saía profundamente magoada, ou então odiando fervorosamente a amiga.

— Senhorita Luthor, me desculpe, mas não consegui impedir a entrada da senhorita Danvers.

— Tudo bem, Jess, mas espero que da próxima vez esse erro não se repita. —disse Lena firme, fazendo com que a pobre secretária sorrisse de forma constrangedora. —Então Kara, por que está aqui?

Os olhos da jovem Luthor, que antes tinham um tom de verde esmeralda, estavam escuros, profundos e indecifráveis. De fato, era um olhar que fazia cada pedaço da medula espinhal da repórter se arrepiar por completo.

— Você pediu para sua secretária não me dar acesso a sua sala? — Perguntou Kara, incrédula.

— Oh, não! Na realidade, estou muito ocupada em um projeto e, por isso, não queria ser interrompida. Sente-se Kara, me fale o que a trouxe aqui.

— Certo...É que...Bem, estou vindo da CatCo e acabei de conhecer a senhorita, Rojas. Ela se apresentou como nova dona e editora chefe da revista. Isso é um mal-entendido, não é? —franziu o cenho.

— Kara, — suspirou com pesar, — essa notícia não deveria ter sido dada dessa maneira. Sinceramente, eu pretendia falar com você antes da Andrea se apresentar formalmente, mas pelo visto, ela já o fez.

— Então é verdade?

O tom de tristeza ao compreender que um fato tão importante assim não havia sido compartilhado entre elas era perceptível. De repente, Kara sentiu um nó se formar na garganta e agora sua nova luta interna era para impedir que lágrimas teimosas caíssem de seus olhos.

— Desculpa, Kara, eu realmente ia te contar. Céus, isso faz de mim uma péssima pessoa, especialmente com você que sempre foi tão fiel e sempre me confidenciou tudo sobre sua vida.

Se Kara Danvers, não estivesse tão ocupada digerindo as novas informações, ela poderia jurar que a entonação usada por Lena, era de um tom levemente sarcástico.