Capítulo 13: Elina, a odiada

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Melissa Castro

Por mais arrependida que tivesse precisava seguir com a minha vida e com a investigação. Se mesmo colocando uma noticia tão exagerada na maioria dos jornais do país e, mesmo assim, o detetive Gonzalez não apareceu, isso só poderia significar que tudo aquilo foi como uma piada para ele.

Uma grande piada sem qualquer tipo de resultado.

E ele nem sequer parecia sentir medo das consequências de toda a exposição.

Suspirei pesadamente ao segurar a alça da mochila com força antes de avançar para a universidade. O meu objetivo era simples: descobrir tudo sobre Elina e transformar em noticia. Tudo deveria ser simples, mas nada aconteceu como esperava.

As pessoas não pareciam entusiasmadas para falar dela como se algum tipo de maldição rondasse o nome da garota gênio e, nem mesmo, as pessoas que deveriam ser seus amigos próximos demonstravam qualquer interesse.

Os professores que deveriam elogiá-la e lamentar a sua trágica morte não quiseram comentar. Era como se todos quisessem ficar afastados, isolando-a completamente. E até mesmo Flávio, a pessoa de quem ela era mais próxima se recusou a falar qualquer coisa com a imprensa.

O que isso poderia significar?

Elina era realmente uma pessoa diferente do que todos achavam ou eles não queriam ser envolvidos em uma reportagem sensacionalista?

Parecia que eu tinha destruído qualquer chance de descobrir algo.

Parece que vou precisar ser um pouco mais criativa.

Pensei ao semicerrar os olhos e sorrir ligeiramente. Nunca fui uma mulher que desistia com facilidade e estava disposta a tudo para escrever a reportagem que mudaria a minha vida.

***

Policial Jones

— Eu não sei sobre nada. — Disse sem qualquer interesse para o quinto jornalista só naquele dia. Eles pareciam ter alguma esperança deturpada de que um policial novata iria se interessar por falsas promessas e falar tudo o que acontecia na investigação.

O pior é que ninguém sabia o que Gonzalez estava fazendo.

O agente especial do FBI agia de forma única como se nada importasse apenas resolver o caso. A pressão da mídia e até mesmo o seu chefe pareciam nem existir para ele.

Talvez todos os bons investigadores agissem assim.

Dei de ombros ao avançar pela pequena mercearia ignorando os lamentos do repórter ao seguir para o caixa com as minhas pequenas compras.

—Jones, esses caras estão cada vez piores, né mesmo? — Concordei com um aceno para o que Casio, o jovem no caixa falou. Casio nasceu e pareceu querer ser enterrado nessa cidade. Se eu me importava com isso? Absolutamente não. Apenas achava sua escolha um tanto questionável como de muitas pessoas.

— Andam rondando muito por aqui? Pode chamar a policia caso eles exagerem.

— Não. Eles ficam apenas perguntando uma coisa ou outra sobre a Elina. Pra esses caras, Elina é apenas mais uma reportagem. Esquecem que ela é um ser humano, sabe? Quero dizer, ela era. Não gostava muito dela, mas ela merece respeito depois da morte, sabe?

— Sim. — Tentei lembrar sobre os motivos que faziam Elina ser tão odiada por todos. — Por qual motivo você a odiava?

Casio pareceu surpreso por um segundo.

— Ela era uma filha da puta! Fodeu com a vida de muita gente. O mais difícil seria encontrar alguém que não a odiasse.

Pisquei um tanto surpreso antes de sorrir.

A morte de Elina pareceu ser mais do que merecida.

***

Gonzalez

Encontrar o outro apartamento da Elina não foi tão difícil quanto tinha imaginado. Já que bastou uma simples ligação para a imobiliária revelar com extremo entusiasmo o endereço. O que na verdade foi um pouco preocupante.

Eles nem sequer viram um mandando, o meu distintivo ou a minha cara! Tudo que bastou foi uma ligação para enviarem tudo sobre ela.

E não duvidava nada que o assassino pudesse tê-la a encontrado da mesma forma.

O nível de segurança deles era ridicularmente baixo.

A segunda casa de Elina ficava em uma cidade há 40 minutos de distancia. E ao contrário do apartamento com boa localização e vizinhos fofoqueiros, ela parecia ter optado por uma casa menor, silenciosa e afastada.

A casa ficava localizada em uma área quase isolada da cidade, próxima a um campo aberto. A fachada clara tinha algumas manchas azuis ou cinzas, as janelas tinham grades e um único vaso com uma flor vermelha na janela esquerda.

Nem precisava olhar com cuidado para saber que estava trancada, mas se encontrasse a chave seria mais fácil criar uma causa provável.

Ou se a imobiliária me permitisse estaria tudo bem.

— Oi, eu de novo. O agente especial Gonzalez, FBI. — Disse assim que a proprietária da imobiliária atendeu a ligação. —Preciso saber se tenho permissão para entrar na residência alugada por Elina Falcon.

E como uma excelente cidadã cumpridora da lei, ela concordou prontamente. Desliguei com a sensação de dever cumprido, apesar de não ter feito nada ainda.

Poderia ter vasculhado, buscando por uma possível chave extra, mas qual seria a graça?

No FBI todos os agentes devem participar de um tipo de workshop, onde ensinam como abrir portas, fechaduras e tudo mais, com algumas ferramentas. Isso deveria ser ilegal? Provavelmente. Mas éramos o FBI e isso deveria valer algo.

E no instante em que abri a porta, um cheiro desagradável subiu pelas minhas narinas.

Um cheiro de sujeira como se algo podre tivesse sido deixado para trás. 

CONTINUA...

Fiquem tranquilas que logo o romance vai começar ersrss

Dinastia - Livro 2 de ImpérioWhere stories live. Discover now