Capítulo 62

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A família sentou-se junta na sala de espera do hospital. Esperando a saída de Juliette.

Não importava quantas vezes Juliette havia lhes dito que não era necessário, que demorariam mais para chegar ao hospital do que demoraria para fazer o procedimento. Nenhum deles lhe deu atenção. Porque embora fosse 'simples', o coração tinha seus riscos, e eles também não queriam que Sarah ficasse sozinha.

Sarah não tinha dormido na noite anterior, optando por segurar Juliette em seus braços e vê-la dormir. Acariciando seus cabelos, o rosto, os braços. Ela provavelmente era a que tinha mais medo das duas, por isso ela não queria deixá-la ir ou parar de olhá-la a noite toda. Ela não estava cansada na manhã seguinte, ela tinha um pouco mais de força.

Arthur decidiu não sair da casa de sua irmã até que soubesse que Juliette estava bem após o procedimento. As aulas ainda não haviam começado, era apenas a chegada aos dormitórios.

Sarah aceitou todos os abraços que ele poderia oferecer a ela e isso o fez se sentir importante.

Digamos que Abadia estava mais calada do que o normal. Ela estava se concentrando em segurar a mão de Sarah e ver o movimento da porta para onde Juliette fora conduzida. Ela não havia deixado escapar mais do que duas palavras desde que beijou Juliette na testa.

Seu nervosismo veio do fato dela saber que não apenas a vida de sua Juliette estava em jogo. A vida de Sarah também estava em jogo, porque como o seu coração de mãe sabia, Sarah iria logo após Juliette, se algo acontecesse com ela. Disso, infelizmente, não tinha dúvidas. E é por isso que ela estava tão focada em enviar as melhores vibrações para sua filha adotiva e para a equipe médica que cuidava dela.

Thais havia comprado chá para todos, não achava prudente dar-lhes café hoje. Ela tinha em sua bolsa a chave de uma caixa que Juliette deu para que ela guardasse. Caso as coisas não dessem certo, ela teria que entregar a chave para Sarah na companhia de Abadia. E lidar com o que estava dentro. Mas essa chave estava no fundo da bolsa.

Thais queria fingir que não existia, simplesmente porque não poderia haver outro resultado além do óbvio. Ela se recusava a ver seu casal destruído antes que tivessem a chance de viver aquele grande amor.

Gil não estava na sala. Ele estava lidando com um outro assunto que Juliette lhe havia confiado.

Thais poderia ter feito isso, mas ela já havia ajudado no processo. E como Juliette havia dito "Não haverá nenhum poder humano para tirá-la daquele hospital, até que ela saiba que estou bem."

Meia hora depois, o médico saiu dizendo que a cardioversão havia sido um sucesso, mas que eles teriam que esperar cerca de uma hora para vê-la, pois a tinham colocado na sala de recuperação, para monitorar exaustivamente seu coração.

"Ok, tudo correu bem" disse Arthur relaxando.

"Eu não vou ficar calma até que eu a tenha em meus braços novamente." Respondeu Sarah, respirando profundamente. "Mas sim, correu tudo bem" disse abraçando Abadia que a segurou e acariciou suas costas. Sabendo que sim, sua filha estava aliviada, mas que nada a acalmaria completamente até que ela pudesse ver Juliette com seus próprios olhos.

Thais ficou tão feliz que quase se esqueceu de mandar um recado para Gil contando como o procedimento havia sido.

*****

"Meu amor" disse Sarah quando pôde, finalmente, entrar e segurar a mão de Juliette na sua. "Estava tão assustada."

"Estou bem" disse Juliette apertando sua mão. "Sarará, quero ir para casa."

"O doutor já vem."

Naquele momento, o enfermeiro entrou junto com o médico que supervisionava todo o caso de Juliette.

O RoteiroWhere stories live. Discover now