Capítulo 51

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Três semanas depois, Juliette estava fazendo as malas quando ouviu uma batida na porta. Ela tirou a poeira das mãos e da camisa e olhou pelo olho mágico. "Oh Deus. Você me encontrou."

"Posso entrar?"

Juliette abriu a porta. "Entra!" Gil parecia diferente. Estava mais magro? "E isso? O que o traz a Nova York?"

Gil colocou uma sacola de terno no sofá e olhou em volta. "Olá para você também Juliette" disse olhando as fotos na parede. "Você é tão linda quanto sua mãe."

Juliette continuou embalando livros em uma caixa.

"Vá direto ao ponto Gil. O que você precisa de mim agora?"

"Não, não é o que você está pensando." Sua voz estava mais suave do que o normal. "Não tenho certeza do que dizer a você, aqui parado no apartamento de seu pai." Apontou para a caixa. "Posso ajudá-la com isso?"

Os ombros de Juliette relaxaram. Gil não era o inimigo neste momento. Na verdade, ele podia ser um bom aliado quando queria. Colocou os livros de lado e deu a ele toda a sua atenção, "Ok, me desculpe. Como está?"

"Bem, bem." Gil colocou as mãos nos bolsos. "Preocupado com você, com sua saúde e com Sarah. Esperando não ter arruinado a vida de todos nós."

A expressão triste de Juliette se transformou em uma de dor quando ela franziu a testa. "Acho que ainda não há um veredicto sobre isso." Ela não conseguia olhar para ele. Voltou para os livros.

Gil a colocou de lado e a abraçou. "O que posso fazer?"

Juliette agarrou um dos livros, tentando conter suas emoções. Ela não queria chorar na frente de Gil, mas nunca se sentiu tão abandonada em toda a sua vida. Seu pai, Sarah e sua confiança nela.

Ela estava naquele apartamento tentando decidir o que fazer com as coisas de seu pai, o que doar e o que manter. Cada coisa tinha uma pequena memória. Até as gravatas eram especiais, porque Juliette as havia escolhido para ele. Mas o que traria de bom guardar tudo e deixar nas caixas, nada. Portanto, era melhor doar a maioria, se ela conseguisse reunir coragem.

Os dois ficaram surpresos quando Juliette começou a chorar agarrada a seu peito. Gil apenas ficou ao seu lado com um braço em volta dela. "Shhh... está tudo bem. Tudo vai ficar bem, vamos consertar tudo isso."

Gil pegou um pouco da cerveja que Juliette ofereceu a ele. "Surpreendentemente, aqui tem uma visão muito boa."

Juliette encostou-se no metal da varanda. "Fica melhor depois do meio-dia e se você virar a cabeça para a direita consegue ver o rio."

Gil olhou para Juliette por um momento. Ela tinha se acalmado um pouco. Ela até zombou de si mesma dizendo que agora se sentia claustrofóbica por estar em um apartamento em Nova York, depois de ter estado em uma casa como a de Sarah.

"Sarah está na cidade." Ele tentou agir com naturalidade enquanto esperava pela reação.

Juliette endireitou as costas "Por quê?"

"Jimmy Fallon a entrevistará esta noite."

Ela deu as costas para ele, olhando novamente para a vista da cidade. "Ah!"

"Ela estará promovendo o final da temporada."

"Ah sim, claro. Faz sentido."

"Eu gostaria que você fosse surpreendê-la." Primeira parte do plano pronta, pensou, mas tinha que seguir. "Eles queriam as duas, de qualquer jeito, seria mais divertido."

Juliette agarrou-se ao parapeito com as duas mãos.

"Você não perguntou nada sobre Vitória."

"Eu suponho que você fez tudo que podia, exceto se casar com ela." Gil riu. Juliette ergueu a mão e deu um tapa forte na cabeça dele. "Ei! O que foi isso?"

"Porque não é engraçado Gil e você merecia isso de qualquer maneira."

"Ei." Gil estendeu a mão e apertou o ombro de Juliette. "Aconteça o que acontecer com ela, nós lidaremos com as consequências. Ninguém mais culpa você, nunca foi sua culpa. Eu sinto muito."

"Não haverá consequência. Estou fazendo o que tinha que ser feito. Eu ia contatá-lo de qualquer maneira para pedir o nome de um bom advogado e redator de contratos."

As linhas de preocupação na testa de Gil se aprofundaram. "Oh, inferno. Ela está chantageando você?"

"Não." Juliette balançou a cabeça. "Vou usar todo o dinheiro que Sarah me deu para pagar o resto de seus empréstimos estudantis. Em troca, ela vai assinar tudo o que eu der para ela assinar, qualquer coisa de confidencialidade, e ela será amarrada até os dentes."

"Então, ela está chantageando você." Gil tinha suas dúvidas com essa Vitória.

"Foi ideia minha, não dela. Ela me queria de qualquer jeito. E eu não vou deixá-la mexer com Sarah. Então, dinheiro é a segunda coisa que ela mais quer e vou dar a ela porque ela nunca poderá me ter."

"E ela aceitou? Simples assim?"

"Simples assim." Disse Juliette "Ela tem que amadurecer, mas tenho certeza de que pelo menos seu intelecto a levará longe em sua carreira, então, funciona para todos."

Palavras.

Essas eram apenas palavras. Gil percebeu nos olhos de Juliette o quanto ela estava magoada. Ele considerou por um momento e então disse: "Deixe-me cuidar do contrato. Prefiro que você não a veja novamente. Na verdade, isso estará no acordo, sem contato. Ponto final."

Juliette assentiu. "Obrigada Gil. Vou dizer a ela para esperar você entrar em contato com ela." Ela se encostou na parede lateral com os braços cruzados. "Então você quer que eu apareça na entrevista para surpreender Sarah. Como isso a beneficia?"

"Muito mais tempo no ar, especialmente se vocês se beijarem. E a audiência do programa vai subir, embora já seja magnífica." Gil disse jogando a carta do trabalho para convencê-la.

Juliette baixou o olhar e franziu a testa, parecendo preocupada. "Eu não respondi a nenhuma de suas mensagens."

"Ela percebeu."

"Não tenho nada para vestir. Todas as roupas que Paulina escolheu para mim ficaram na casa de Sarah."

Gil abriu a porta da sacada. "Vamos entrar." Ele abriu o zíper da bolsa. "Eu fui ver Paulina antes de deixar a Califórnia." Ele puxou um lindo terninho preto e salto alto. "Você vai tirar todos de suas cadeiras quando eles virem você com isso."

Juliette pôs a mão no cabelo, tentando pentear. "Eu preciso de ajuda com..."

"Basta dizer e eu terei um cabeleireiro e maquiador aqui em meia hora." Ele olhou para o relógio. Eles não tinham mais tanto tempo quanto pensava.

Juliette passou os dedos pelo tecido do traje "Vai ficar bom para o show."

Gil sorriu, 'isso caralho isso', pigarreou. "Sim. Ok. Vai ser bom para o show."

"E você me jura que isso não é apenas um plano? Sarah não sabe nada sobre isso?"

Ele ergueu as mãos, não estava mentindo, Sarah não sabia de nada.

"Eu juro" é por uma boa causa. "Será uma surpresa por completo." Esperemos que Sarah não morra com a surpresa. "E Juliette, eu não deixei de ser seu agente."

Juliette sorriu de lado. "Droga e eu pensava que você tivesse me largado."

"Digamos que fui um pouco impulsivo."

Juliette revirou os olhos. "Impulsivo? Deus Gil, me trataram como um nada. Eu me estressei demais e ainda tenho as sequelas."

Mas eles não tinham mais tempo para fazer isso, ele continuaria a se desculpar tanto quanto necessário, mas mais tarde. "Estamos contra o tempo. Podemos?"

Juliette aceitou. "Ok. Vamos fazer isso."

Gil pegou o telefone, apertou um botão e o colocou no ouvido. "Em marcha."

O RoteiroHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin