Prólogo

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Três anos atrás

Ouço a porta bater poucos minutos depois de eu entrar em casa, desço as escadas puxando uma mala imensa e levando no ombro uma mochila que quase não fecha de tanta coisa que tem dentro.

— Aonde você pensa que vai com essas coisas? — o tom ignorante na sua voz me dá náusea, no começo ele era bom e carinhoso, mas a alguns meses percebo mudanças, sutis no começo, mas estão lá, ele não quer que eu saia de casa, quer que eu faça o trabalho doméstico todo sozinha como se fosse meu dever. Fora os comentários tentando me diminuir e manipular querendo me fazer sentir culpada por tudo o que da errado, eu não sou besta estou muito bem vendo que ele é um babaca tóxico e abusivo e eu não vou ficar em uma relação assim.

— estou indo embora.

— Embora para onde? , você não tem nem onde cair morta, vai atrás da sua irmã cega? .

— Não abre a boca para falar das minhas irmãs desgraçado — digo passando por ele indo em direção a porta quando sinto um puxão forte no meu cabelo me levando para trás.

— Escuta aqui vadia você vai voltar para aquele quarto e botar as suas tralhas no lugar, e depois eu quero ver você naquela cozinha fazendo o meu jantar — ele cospe as palavras em mim sem afrouxar o aperto no meu cabelo — você entendeu? .

Dou uma joelhada nele que me solta e corro para a porta, mas antes que a alcance ele me empurra me desestabilizando e bate a minha cabeça na parede duas vezes seguidas me deixando tonta e joga-me no chão.

— eu vou te ensinar a se comportar sua puta.

Me levanto com apoio na parede e corro para a cozinha com ele atrás de mim, olho em volta procurando algo para me defender e pego a frigideira que estava no escorredor. Me viro e acerto o seu braço e depois a sua cabeça quando ele se aproxima.

— Não, não me larga — grito quando ele arranca a frigideira da minha mão.

Ele me empurra para o chão e tudo o que sei a seguir é sentir dor e implorar para que pare enquanto ele me chuta repetidamente, solto um grito agudo de pura agonia no instante em que ele pula em cima das minhas costas e ouço um estralo seguido de uma onda incalculável de dor na coluna.

Um chute na cabeça que me faz bater a mesma no pé da mesa me tira os sentidos e me entrego a escuridão.

A última coisa que ouço antes de apagar por completo seria algo que jamais eu poderia esquecer, o som de sirenes da polícia se aproximando ao fundo.

— Eu vou te encontrar em qualquer lugar Catarine. Minha Primavera.

Série Assassinos da Noite: O Pantera Livro IIOnde histórias criam vida. Descubra agora