18 - Teorias

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Já de noite, faltavam literalmente dois minutos, dois minutinhos, para o turno de Minho acabar e ele estava mais que ansioso contando os segundos em seu relógio, batendo o pé no chão e mordendo o inferior de sua boca, mas quando ele olhou para o lado e viu IU que estava falando ao telefone arregalar os olhos e fitar o seu rosto, ele soube que não era agora que iria conseguir ir pra casa encontrar Jisung.

- Assalto à mão armada - ela disse apenas isso, o que já fez todos os detetives presentes, se levantarem pegando suas armas e coletes.

- Minho e Ji Eun em uma viatura, eu e Byeong Kyu em outra, vamos, vamos! - Namjoon apareceu ditando apenas isso.

Eles correram até os carros, terminando de se equiparem corretamente.

- Era um rapaz. Ele foi baleado em sua própria casa, o ladrão ainda estava na residência quando ele fez a denúncia. - IU explicava, enquanto ligava o carro.

- Você acionou a ambulância? - Minho perguntou.

- Mas é claro.

As sirenes foram ligadas e as duas viaturas saíram disparadas pelas ruas da cidade.

Poucos minutos depois eles adentravam a casa de luxo, mas infelizmente a cena que eles viram não foi nada agradável. Nenhum pouco.

Estava tudo quebrado, diversas coisas jogadas pelo chão. A parede que provavelmente tinha uma televisão estava vazia, o quadro que escondia o cofre estava partido ao meio e o cofre, arrombado sem nada dentro.

Mas o pior, eram as quatro pessoas no chão. Um casal de adultos e outro de adolescentes, provavelmente pais e filhos.

O rapaz que parecia ser o mais novo dali estava desmaiado, ao lado de um telefone fixo, com muito sangue ao redor de si.

A mãe não estava muito diferente. Tinha uma poça sangue ao redor dela, mas não dava pra diferenciar qual era o dela e qual era o do marido, esse que estava caído sobre ela, parecia ter tentado protegê-la. Namjoon se aproximou para checar se ainda existia pulsação no homem e suspirou com pesar, não precisando falar nada para os outros saberem a resposta. Já a mulher, parecia estar apenas desmaiada, pois o tiro que tinha levado era no braço.

Ji Eun checou a menina e mais um suspiro foi ouvido, já o rapaz foi possível sentir uma pulsação bem fraca. Então os paramédicos chegaram e os levaram às pressas para o hospital.

Como sempre, Minho foi inundado por uma extrema tristeza quando viu metade da família saindo em cima de macas com os médicos fazendo massagem cardíaca e a outra, sendo coberta por lençóis brancos.

Cada um fazia seu trabalho, Namjoon coletava provas, Ji Eun tentava encontrar arquivos nas câmeras de segurança, Byeong Kyu, embora estivesse muito assustado, tirava fotos de tudo. Mas o detetive ainda estava travado na porta de entrada.

- Vamos, Minho! Olhe se ainda tem alguém aqui! - Namjoon teve que tirá-lo de seu transe.

O Lee assentiu e saiu subindo as escadas da casa, sempre com precaução.

Abriu a primeira porta com uma mão, enquanto segurava a arma em sua cintura com a outra e deu de cara com um banheiro que roubaram até o trinco, provavelmente era de ouro.

A segunda porta era o quarto da moça, inteiramente rosa e Minho sentiu lágrimas nos olhos quando viu uma coleção de Funkos e álbuns de Han Jisung enfeitando uma prateleira.

A outra porta era a suíte do casal, essa que estava toda revirada. Até os quadros com fotos da família estavam quebrados no chão.

A última porta do corredor era o quarto do rapaz, esse que tinha uma parede inteiramente preta cheia de posters de bandas diferentes.

Enquanto Minho observava tudo, seus ouvidos capturaram um som parecido com passos vindo de um cômodo que parecia ser um closet, mais uma vez ele segurou sua arma e se aproximou lentamente, em passos silenciosos.

Quando ele abriu a porta e acendeu a luz...

... se deparou com um gatinho rajado.

O gato correu e se escondeu em meio a caixas de sapato, assustado com tudo.

- Coitadinho - Minho tirou a mão do revólver e se agachou procurando pelo gatinho. - Xanim, xanim, pspsps - chamou e pôde ver apenas a orelhinha do gato mexendo atrás de uma das caixas. - Chegue, xanim, chegue, pspsps - tomou a liberdade para passar a mão na cabecinha do gato, recebendo em troca uma azunhada. - Eita, é bravo!

Mas o detetive não desistia fácil, com cuidado ele puxou a caixa, colocando no chão ao seu lado, revelando o gatinho que estava encolhido e arrepiado, com medo de tudo.

- Eu entendo, gatinho. Umas pessoas estranhas fizeram mal ao seu humano, né? Mas eu sou bonzinho, olha - por incrível que pareça o gato pareceu entendê-lo, já que se aproximou para cheirar a mão do alfa. - Eu sou amiguinho... - Minho dizia sorrindo.

Depois que o gato cheirou bem seus dedos, o alfa voltou a tentar alisá-lo e dessa vez o gatinho deixou. Ele ficou fazendo carinho para ganhar confiança e quando conseguiu, puxou o animal pro seu colo.

- Eu vou te levar comigo... - olhou o nome na coleira. - Dori. Só até o seu dono melhorar, tá bom? - sorriu para o gatinho e se levantou com ele.

♫ ♬ ♩ ♪ ♫ ♬ ♩ ♪ ♫ ♬ ♩ ♪

Jisung ainda se encontrava na sala da casa de Minho, estava comendo frango frito que Chan havia pedido para a janta e "assistindo" um filme - aspas porque ele não estava assistindo coisa nenhuma.

Sua mente viajava em diversas teorias sobre Minho e o seu ômega. E a que mais parecia fazer sentido era: Chan e Minho eram melhores amigos. Provavelmente de infância já que se tratavam como família. E então, o detetive começou a namorar com o tal Lilico - toda vez que Jisung pensava nesse nome era uma revirada de olho diferente - e é claro que ele o apresentou para o amigo. O alfa que no momento estava ao seu lado deve ter se encantado, já que o tal ômega era muito bonito e provavelmente muito safado, pois ele com certeza deve ter dado corda.

Os dois começaram um romance proibido, escondido de Minho. Se viam sempre nos momentos em que o alfa estava trabalhando, a prova disso eram as mensagens de mais cedo. Só que Lino é detetive... então ele deve ter suspeitado de tudo e descoberto de alguma maneira.

Por isso, não se importava em fingir ser seu namorado mesmo que fosse comprometido, pois estava usando Jisung como forma de vingança para com o namorado.

E agora, o cantor tinha certeza que todo esse papo dele pedir para que ele ficasse em sua casa, não era por preocupação e sim, porque ele queria armar um barraco. Iria voltar do trabalho acompanhado do namorado e quando chegasse jogaria na cara dele que tinha descoberto tudo e que estava saindo com o idol, apenas para fazer pouco.

Ao ouvir o som da senha da porta sendo colocada e também, da voz de Minho que parecia estar conversando com alguém. O Han teve certeza que estava certo sobre todas as suas suposições e que o alfa provavelmente passaria por aquela entrada acompanhado do outro ômega para fazer um escândalo.

O Idol já estava pronto pra levantar gritando que não tinha nada a ver com aquilo e que estava muito decepcionado com o detetive, pois tinha acreditado que ele realmente estava preocupado consigo, quando Minho entra por aquela porta abraçado com um gato.

Não só abraçado, mas também falando com o gato.

- Essa vai ser sua casinha por enquanto, não é grande como a sua antiga, mas acho que dá pra te encaixar em algum cantinho - brincou, rindo para o gato.

Esse cara fazendo vozinha fofa para falar com um animal era realmente capaz de toda aquela perversidade que Jisung tinha montado em sua cabeça?

Duvido muito..., foi o que Han pensou.

Andar de Cima - Minsung ABOWhere stories live. Discover now