8 - Viatura

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Lee Minho estava tão preocupado que pediu até pra sair do trabalho mais cedo para ir cuidar do irmão e agora, já estava chegando na rua onde ficava a instituição que o garoto fazia o curso de francês e já podia avistar os dois adolescentes ainda com o uniforme da escola, sentados na calçada de uma casa, encostados numa árvore, ao lado de uma bicicleta com o guidão empenado.

- Um dia vocês dois ainda vão me enlouquecer! - foi o que Minho falou assim que saiu do carro.

- A gente não esperava cair - Felix resmungou com um bico.

Eles usavam o uniforme de verão, então seus braços e pernas estavam todos machucados e reparando com mais calma no pé do Felix, Minho conseguiu ver seu tornozelo inchado e meio avermelhado, quase roxo.

- Meu Deus! - se abaixou e quando encostou os dedos no local, Felix deu um grito alto. - É dor mesmo ou manha? - perguntou, já conhecendo o irmão que tinha.

- É dor mesmo. Minmin, eu não consigo mexer.

- Ai meu pai! E você, Innie? Tá muito machucado?

- Só aqui - mostrou a lateral do braço que estava em carne viva, Minho fez até careta.

- Vamos ao hospital.

- Minmin... - Felix choramingou. Ele tem medo de hospitais.

- Agora. - ditou firme, já se ajeitando para pegar o irmão no colo. - Não se mexa, Jeongin, eu venho pegar você também. - e se levantou com o ômega magrinho, pequenino, de cabelos castanhos, cheirinho de brigadeiro e sardas fofas indo em direção ao seu carro.

Colocou ele com muito cuidado no banco do passageiro e foi pegar o outro ômega, esse que tinha cabelos rosados e cheirava a danone, o colocando no banco traseiro.

Minho sentou-se no lugar do motorista, pegou o celular do bolso, colocando-o no suporte e ligando para Bang Chan.

- Você me ligando? Matou alguém? - ouve-se a voz do melhor amigo do alfa.

- Jeongin e Felix aprontaram, tô levando eles pro hospital - disse simples, dando partida no seu carro.

- QUÊ?! - Chan gritou do outro lado da linha.

- Isso mesmo que você ouviu. Os dois caíram. Eu acho que o Felix quebrou o pé e seu irmão deixou metade da pele do braço dele no chão.

- Não me diz uma coisa dessas assim! Eu tô quase passando mal! Manda a localização quando chegar lá.

- Não passa mal não, que eu não sei cuidar nem de uma pessoa, quem dirá três.

- Então aprenda a dar notícia ruim! Não é assim que se fala essas coisas, tem que preparar o coração antes. Estamos falando do meu irmão e do meu ômega! Meu lobo tá louco já.

Felix corou ao ouvir o alfa lhe chamando de "meu ômega". Ele sabia que quando ele completou a maioridade e seu lobo chegou na maturidade - teve o primeiro cio -, tanto Chan quanto seu alfa se apaixonaram por si. Mas ele ainda não tinha se acostumado com aquele fato.

Felix o correspondia, claro que correspondia, ele tinha um crush em Chan desde a infância, praticamente. O seu lobo percebeu muito cedo que aquele alfa de cabelos roxos e sorriso de covinhas era o seu. Mas o mais velho só percebeu quando o ômega acabou entrando no cio na sua frente e ele viu seus olhos de lobo. Assim que aqueles olhos negros cruzaram com os seus e seu lobo se revirou dentro de si, ele teve certeza que aquele era o seu ômega. Mas tudo ficou muito confuso na cabeça do mais velho.

O mais novo tinha acabado de fazer dezoito anos - literalmente, já que teve seu primeiro cio na madrugada após o dia do seu aniversário quando muitas das pessoas que estavam na sua festa ainda se encontravam em sua casa - então Chan ficou com um pé atrás, principalmente quando o pai do ômega usou a voz de alfa para expulsá-lo da casa. Seu lobo sentiu como se tivesse fazendo algo muito errado.

Andar de Cima - Minsung ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora