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Cadê a porra do meu sonho de adolescente?

— Oi, Jade — eu digo assim que me sento em uma mesa de café próxima a piscina de bolinha onde os meninos estão

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— Oi, Jade — eu digo assim que me sento em uma mesa de café próxima a piscina de bolinha onde os meninos estão.

— Tem um segurança particular comigo, não se preocupe — ela diz e eu arregalo os olhos. — Estou em um caso perigoso e o réu está respondendo em liberdade, então eu estou tomando os devidos cuidados quando saio com Matt.

— Eu preciso de um segurança particular as vezes — sussurro ganhando um curvar de bochechas e então eu suspiro fundo. — O que há?

— Você está com problemas — não é uma pergunta, tampouco é uma permissão para entrar em minha vida sem cuidado algum. Se Jade Rossi fosse uma policial, ela seria daquelas que invade os locais chutando a porta sem cuidado algum e é o que eu mais gosto dela.

Perdi minha mãe ainda muito nova e tramitei por internatos a vida inteira. As pessoas em internatos são horríveis, não se abrem, não são sinceros e eu já fui vítima de falsas acuações diversas vezes. Bem, foi assim até que eu ergui meu queixo e disse um "basta!" bem alto. Aprendi a me defender das pessoas que tentam me apunhalar pelas costas e ergui muros dos mais duros tijolos em volta de mim, mas — coincidentemente — eu encontrei uma ruiva de olhos verdes tão durona quanto eu na faculdade.

Ela não implora por atenção como eu, não implora por uma amizade com rotinas. Ela não faz questão nada, apenas da verdade.

Como eu.

Mas, agora, ela vai ter que me perdoar, porque eu não estou pronta para dizer em voz alta os problemas de minha vida.

— Jade... Eu dou conta — afirmo com convicção e ela arqueia uma sobrancelha.

— Bebendo sozinha em um banco ao léu? — rebate e eu mordo os lábios. — Estou vendo como está dando conta. Meu avô diria que você está como um cavalo de três patas.

— Perdão?

Morto — ela completa e eu me conserto na cadeira diante do choque. — Nós, seres humanos, sobrevivemos com facilidade sem um de nossos membros. Cavalos não. Cavalos, para terem equilíbrio, necessitam das suas quatro patas e, quando por acidente, perdem uma... Eles morrem. A maioria dos donos parte do princípio que a eutanásia é o modo de evitar o sofrimento do animal, então... Ele morre.

Eu engulo em seco mais uma vez.

— Você está como um cavalo agora, Diana. Porém, uma de suas patas está adoecendo e você está perdendo o equilíbrio da sua vida — ela volta seus olhos verdes que, por um instante, deixaram os meus para olhar em volta. — Você não pode morrer para a vida real e se deixar consumir pelo os problemas. Bata de frente com eles, seja corajosa, se choque e causa um furdunço. Cavalos são fortes, inteligentes, corajosos e eles têm equilíbrio. Você é um cavalo, Diana. Então, apenas continue sendo e agindo como um como sempre foi desde que a conheci.

VÍTIMA DO ERRO (Concluído)Where stories live. Discover now