Meu Primeiro Amor

16| Heartbroken

Scarlett Johnson

Brooklyn, Nova York.
Sete e cinco da manhã.

Acordo ao ouvir o barulho do despertador e sorrio ao lembrar da noite de ontem, na qual eu não consigo acreditar que realmente beijei Amy Smith, a garota que me odiava no primeiro dia de aula e hoje já tem um espaço especial no meu coração.

Eu sei, talvez seja muito cedo pra dizer isso, mas acho que gosto de Amy, da sensação que ela me traz, da paz, do conforto, do seu sorriso, seu abraço e sua maneira de lidar com a vida mesmo que esteja tudo um caos. Amy conseguiu fazer eu me encantar por ela apenas sendo ela mesma, e eu nem sei como e quando isso aconteceu. Talvez eu sempre me senti atraída por ela e só agora me dei conta. Afinal, Amy é umas das garotas mais lindas daquela escola e também uma das mais inteligentes. Impossível não se atrair por ela.

De qualquer forma nada é capaz de me fazer ficar triste hoje, Amy Smith e eu nos beijamos! E isso pra mim, é algo maravilhoso!

( ... )

Chego na escola e estaciono a minha moto, e avisto Edward caminhando até a mim com 'cara de sono, bocejando e coçando os olhos. Provavelmente deve ter dormido mal por conta da avó que está doente, ele se preocupa muito com ela.

— Bom dia, minha flor. — sorriu ameno me dando um beijo no topo da cabeça, me fazendo sorrir. — Como você está?

— Bom dia, Ed! Eu tô bem, e você? Está tudo bem com a sua avó? — pergunto vendo ele suspirar cansado, assentindo logo após.

— É, ela tá bem. Está melhorando. Mas eu não durmo direito a dois dias, e a praia me deixou mais cansado ainda. — explicou, me fazendo lembrar de algumas cenas dele e Henry abraçados e sorrindo na praia. O que me arrancou um sorriso.

— Por falar na praia, você e Henry estavam bem fofinhos no final de semana né... — digo descendo da minha moto, ouvindo ele rir. — Tem alguma coisa 'pra me contar, senhor Edward? — pergunto vendo ele rir. Ah ele tem, ô se tem.

— Acho que Henry e eu podemos ser um bom par, não? — disse sorrindo me fazendo dar pulinhos animados. Finalmente Henry sendo notado e Edward dando atenção pra alguém que realmente preste! — Calma, senhorita Scarlett! A gente não se declarou nem nada, ok? Eu só resolvi dar uma chance pra ver o que ele realmente sente por mim, ele nem faz ideia que eu saquei que ele tá afim de mim.

— já não era sem tempo também, né? O menino gosta de você a um tempão! — digo vendo ele rir.

— Não sei como não notei, juro. — riu, caminhando junto de mim para dentro da escola. — Mas e você e Amy, tá rolando alguma coisa? Percebi você olhando pra ela ontem durante o dia... — disse me arrancando uma risada, me lembrando do nosso beijo. Só de lembrar já me sobe um arrepio bom, uma sensação boa, uma saudade da boca dela...

— Bem, eu acho que tô afim dela. Não sei dizer ainda, mas ela me atraí muito. — respondo vendo ele rir.

— Eu sei, tá bem óbvio isso. — o dei um tapa, enquanto ria de sua fala.

— Mas... — me olhou curioso enquanto entrávamos na nossa sala, e nos sentavamos nos nossos lugares. — Eu beijei ela ontem. — digo vendo ele me olhar surpreso. — E por incrível que pareça, ela não me impediu, ela retribuiu! — digo sorrindo, vendo ele me olhar mais surpreso ainda.

— Meu... Deus... — suspirou. — Eu tô chocado. Juro!

— É, eu também fiquei. — sorri. — Mas tô com um pouquinho de medo, sabe? Não sei como vão ficar as coisas entre a gente. Talvez ela se afaste de mim agora. — digo me tocando que ela dizia ser Hétero até dois dias atrás, e ontem nós estávamos nos beijando na frente da casa dela. O que pode ser um problema.

— É, ainda tem isso. Amy pode não gostar de garotas e só agiu no calor da emoção. — concordou comigo, me fazendo suspirar. — Ou ela pode não ter se descoberto, o que também é uma opção. — completou. — De qualquer forma, tente não pensar demais nisso, ok? Vamos ver como as coisas vão ficar entre vocês durante o dia. — disse então, me fazendo assentir, enquanto ficava nervosa só de pensar que Amy e eu podemos não acabar tendo nada.

É, acho acho fiz besteira.

( ... )

A manhã se passou num piscar de olhos. Amy nem sequer veio falar comigo, ou ao menos me cumprimentar. Aparentemente está me evitando.

Durante as aulas eu a olhava vez ou outra para ver se a mesma pudesse ao menos me olhar e acenar, mas o que recebi em troca foi a mais nova tentando me evitar a todo custo, inclusive no horário do intervalo. É, realmente eu fiz besteira quando decidi beijar ela ontem. Amy deve ter agido pelo o calor da emoção, como o próprio Edward falou, e agora o que me resta é ficar longe dela mesmo. Não tem o que fazer. Ainda que meu coração, meu corpo e minha cabeça peçam pra eu não fazer isso.

— Amiga? — ouço Edward me chamar, enquanto mecho na tampa da minha caneta distraída pensando na besteira que fiz. — O sinal já tocou... — disse tocando nos meus ombros e dando um meio sorriso, enquanto eu voltava meu olhar para ele.

— Ah, ok. Vamos então. — me levantei do meu lugar e comecei a guardar meu material escolar, mas parei ao ver Amy junto de Henry e Rebecca ainda na sala de aula. Meu coração deu uma leve palpitada, como das outras vezes que olhei para ela durante o dia. O que não é um bom sinal, visto que entrei em uma situação que não tem final feliz.

— Talvez ela só esteja confusa, meu amor. Dê um tempo pra ela. Talvez ela só precise pensar sobre o assunto. — disse meu amigo, me arrancando um suspiro.

— Eu vou superar isso, Ed. E quem sabe poderemos ser amigas novamente um dia. — digo terminando de guardar meu material. — Mas até isso acontecer, irei respeitar esse tempo dela e ficarei na minha. É até melhor assim. — coloquei minha mochila nas costas e saí andando em direção a saída, pronta para ir embora. Meu dia já foi cheio demais pra minha cabeça.

— Promete que vai se cuidar e não vai fazer nenhuma besteira? — ouço Edward correr até a mim enquanto subo na minha moto, e ao olhar para ele, posso ver ele me olhar preocupado. Edward é um anjo na minha vida. — Promete?

— Prometo, Ed. Fique tranquilo. — sorri pequeno para ele, e olhei para o portão de entrada, onde pude ver Amy junto de seus amigos me olhando de longe, com um olhar distante. Acenei para ela com um sorriso, como se nada estivesse acontecendo entre a gente e como se eu não estivesse sentindo o mundo desmoronar na minha cabeça. Mais uma vez. — Tchau, Ed. Amo você! — coloquei meu capacete e saí dali, desejando chegar o mais rápido que podia em casa.