⌗ 01 - Dolce Libertà

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Fique confortável e aprecie a estória, boa leitura!

#MorangoComWiskey

O filho da cosa noestra.🍓

Desconforto andava ao meu lado pelas ruas movimentadas de Nova York, os carros iam e vinham na pista e as pessoas esbarravam umas nas outras sem se importar muito se o próximo cairia ou não.

Eu estava a quatorze horas de casa procurando acalento nas ruas frias da cidade grande. Aparentemente os pulmões cansados e a mente jovem confusa me perturbavam onde quer que eu fosse.

- O que um morador de Seul faz longe de casa no meio da semana? Está passeando?

Uma recepcionista simpática, porém, metida e especuladora perguntou. Ela me enchia de perguntas a dez longos minutos enquanto eu fazia o check-in no luxuoso hotel.

- Oh sim, quase isso. - Foi a única coisa que respondi esperando que ela me entregasse o cartão-chave de meu quarto, mas ela apenas encarava minha identificação pessoal, e eu julgaria que está procurando por todos meus segredos. Na minha identidade ela definitivamente não encontraria.

Ela me devolveu o documento me olhando por trás de sua franja loira e chapeuzinho ridículo, eu quase revirei os olhos quando a mesma segurou o cartão do meus aposentos como se estivesse insegura em me entregar.

Não iria julgar, uma pessoa tão jovem quanto eu só podia ser herdeiro de alguém ou ter roubado um banco para que no auge dos vinte e três anos pagasse a estadia de quase um mês na segunda melhor suíte do hotel, do melhor hotel encontrado por mim.

Todavia, o motivo pelo qual ela me encarava definitivamente não era esse, ela via muitas pessoas entrar e sair derrubando dólares e mais dólares sem se importar, mas duvido muito que já tenha visto alguém que não estivesse fugindo tão nervoso assim.

Eu estou fugindo, e estou nervoso.

Suspirei quando tomei meu cartão, puxando a mala em direção ao elevador desajeitadamente.

Não julgarei a loirinha por estar desconfiada, ela só podia esperar que eu tivesse acabado de matar meu possível alfa e escapado com o dinheiro.

Marido não, já que felizmente não possuía um, porém, aposto que nesse segundo meu pai estar a surta com meu sumiço e minha mãe andava com seu salto fazendo barulho no piso de mármore de um lado para o outro. E apenas de imaginar a raiva de meu progenitor já senti o suor frio em minhas palmas brancas e gélidas.

Exausto, me sentia demasiadamente cansado pensando na dor de cabeça que uma hora ou outra chegaria até mim, os seguranças de meu pai e a vergonha eterna estampada em sua face; a última imagem que eu veria no pior dos casos quando houvesse o único sucessor de seus negócios morto, ou seja, eu.

Mesmo assim eu não tinha tempo para me sentir cansado, tirar conclusões precipitadas e me afundar em um pavor completamente desmotivador - ainda que racional -, não era bom. Isso me atrasaria de formas inimagináveis em minha fuga, por isso evitei pensar até então, mas foi só pisar em terra firme para que o medo viesse à tona em meu líquido corporal totalmente gélido. Os ventos trouxeram o medo até mim e o tempo não pararia para que eu pudesse fazer com que ele passasse, as coisas estavam feitas e se eu morresse pagando por isso... bem, seria trágico, porém esperado.

Amanhã seria o dia em que todo o trabalho de vidas passaria para mim, a essa hora os maiores representantes de máfias russas, italianas e alemãs estavam se hospedando em minha casa, ou no que costumava denominar assim. Não me arrependo de ter escapado, mas não posso deixar de me sentir culpado e envergonhado pelo desgosto de meu pai.

Doce Park  [Jjk+Pjm]Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora