፝֯֟⋆˖❛◌ ༾ཻུ۪۪⸙ 011 Caçando Problemas

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As sirenes zumbiam em seus ouvidos de modo frenético e estridente, Anelyz franziu as sobrancelhas em agonia e encarou a visão do lado de fora da casa de sua janela quadrada espelhada.

Incendiadores.... Terroristas, rebeldes anarquistas que eram pagos pela burguesia para realizar o seu trabalho sujo, exterminar a prole proletária para ser reduzida em cinzas e seus impérios milionários e crescessem encima deles.

— Ane! Vamos, vem! — uma de suas amigas refugiadas te acordou da transe que era encarar o fogo pelo vidro, o brilho alaranjado apavoroso refletido em seus olhos... queimando tudo... Eliminando suas vidas... Sua história novamente de tudo.

Ela precisava acordar. Se mover em busca de sua vida... Agir de acordo com suas determinações. Por mais dilacerante que fosse respirar no planeta Terra. Não poderia deixar se abater de novo, não depois de tudo que ela passou.

— Espere!.

Exclamou em uma só voz, se erguendo do chão, afastando-se da janela e correndo pelo assoalho até a sua parte da beliche, foi até o criado mudo ao lado da cama que dormiu por poucas noites e agarrou o porta retrato amadeirado. O analisando, passando a ponta fina dos dedos pela imagem diante de seus olhos.

Dois cabelos ruivos. Dois sorrisos animados e contentes, bochechas encostadas em um abraço quente e caloroso, irmãs apaixonadas pela vida, pelo verde ao redor da foto...

— ANELYZ SIGRID VOCÊ VAI MORRER.

O tom apavorado e do grito de sua amiga a acordou do transe, da sensação de pré morte e fim de vida. Anelyz não podia se render facilmente afinal, não quando se era uma Sigrid também.

— Já tô indo!. — avisou agarrando sua mochila junto da fotografia e foi correndo junto da amiga para longe do quarto improvisado.

Haviam ficado por longas semanas na casa antiga, lar de uma senhora idosa que fazia tricô e cuidava da própria horta para comer, uma senhora bondosa e traumatizada pelos anos em que lutava para sobreviver... Senhora que havia sido carbonizada em sua sala, na cadeira de balanço por não ter tido tempo de correr antes do fogo se alastrar pela madeira da cabana.

Anelyz corria sentindo as lágrimas pulando no ar, pelo desespero, pelo choro dos que já haviam sido silenciados, por todos aqueles que corriam desnorteados, sem rumo, com a fumaça pela roupa e as mochilas grandes e pesadas com tudo que precisariam nos últimos dias.

— Trouxeram os caminhões? — perguntou encarando a amiga do Black Power elevado, a garota acenou concordando e escapando pelos fundos da cabana, assim, elas conseguiram correr quintal a fora para os caminhões estacionados na estrada.

Várias cabeças, vários rostos com fuligem e lágrimas molhadas. Perdidos, sem rumo ou esperança, eles estavam de fato vivos?

Anelyz correu afoita, apenas parando quando uma mão desconhecida a ajudou a subir e embarcar encima do caminhão de carga já em movimento. Ela subiu, preocupada, olhando todos. Alguns tussiam, outros tentavam ligar para seus parentes ou amigos que haviam ficado para trás, ou avisando que estavam bem... Alguns não proferiram uma única palavra. E era desses, que Ane realmente temia seu estado mental.

— Para onde vamos agora Amber? — perguntou a amiga negra e a olhou após respirar fundo. Dando de ombros.

— Eu não contava que escapassemos dessa vez Ane.

A ruiva novamente sentiu vontade de chorar.

— Temos que ir para algum lugar... — ouviu uma outra adolescente dizer de dentro do caminhão.

— A gente está do lado mais ferrado da Terra. — um garoto de touca informou — Temos que ir para o Colorado. Vocês sabem que as coisas estão começando a prosperar por lá.

❖ 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐨𝐫𝐥𝐝 𝐨𝐮𝐭𝐬𝐢𝐝𝐞 𝐄𝐚𝐫𝐭𝐡 | 𝐍𝐞𝐭𝐞𝐲𝐚𝐦Où les histoires vivent. Découvrez maintenant