፝֯֟⋆˖❛◌ ༾ཻུ۪۪⸙ 005. Aproveitando a queda

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O sol estava no meio do céu, pude notar por isso ser mais de meio dia, todos chegavam para se reunir juntos no que parecia uma espécie de refeitório ao ar livre. A união do povo era de fato impressionante, um cuidando do outro, todos juntos e unidos a fim de se fortalecerem.

Nós humanos temos muito o que aprender com eles. A cada segundo isso fica ainda mais evidente a mim.

O cheiro de carne assada na brasa da fogueira perfumava o ambiente e a fumaça se espalhava pela aldeia inteira a medida que o vento corrente e fresco a trazia e levava pelos nossos narizes ansiosos.

Procuro Nateyam com os olhos, mas não encontro nada além de diferentes rostos azuis, em expectativa, animados, unidos na multidão.
Nativos falando em seu idioma local, moças em turmas rindo e conversando em conexão e folia. As observava silenciosa de longe, gritavam, pulavam e me lembraram muito da energia colérica das adolescentes da minha antiga escola na América. Não havíamos tanto de diferenças assim... era só ver, era só reparar, e veríamos que nossas semelhanças não eram tão singulares como fazíamos parecer.

Levo um susto de pular o peito ao ouvir um instrumento ribombar do meio da aldeia, sorrio abertamente vendo no mesmo momento os pés, as mãos e o corpo dos Na'vis se agitarem com o som.

Eu estava no meio, no centro, próximo do instrumento exótico que mais parecia um violão, misturado com um Keytar, e sorria cada vez mais ao sentir a energia forte que vibrava no lugar, palmas, pisadas firmadas de acordo com a música, risadas e gritos alegres. Eu amei a energia desse povo, era acolhedora o bastante para fazer com que eu acompanhasse nem que desengonçadamente as palmas fortes e altas que ecoavam pela selva.

Olho envolta querendo localizar minha nova amiga para vibrar ali comigo, mas apenas consegui encontrar Neytiri e T'haka conversando em meio a música, repuxo o lábio para o canto e tento não me distrair o bastante que me impeça de curtir a melodia.

O ritmo havia mudado, e agora eles estalavam os dedos e dançavam uma dança caliente e ensaiada, as garotas se uniam em rodas enquanto os homens se juntavam cada vez mais ao meio dos instrumentos, com flautas, berimbau e tambores grandes. O som era ensurdecedor, lindo e hipnotizante.

Não havia canto, não havia grito, apenas palmas, estalos e barulho de pés animados que dançavam coreografadamente. Eu olhava tudo maravilhada agora no canto da tribo.

- Está com fome? - A voz de Kiri me aliviou e nunca me senti tão grata por localizá-la finalmente naquele meio. - Estamos esperando a comida ficar no ponto certo. Dançar nos prepara para comer.

Sorrio concodando.

- Faz sentido. Dançar queima muitas calorias, aumenta a ânsia de repor as energias...

Ela arqueou uma sobrancelha.

- Você é definitivamente uma cientista... - balancei a cabeça sem entender, mas aquilo era tão óbvio. - A minha mãe também era! - seus olhos se iluminaram.

- Isso é ótimo Kiri! - retribui sua animação e levei um susto quando levei um empurrão de alguém, mas na verdade, todos estavam se unindo para dançar, em uma roda grande e calorosa do centro. - É costume esperar a segunda refeição fazendo festa?

Kiri negou sorrindo também atenta a performance no centro da tribo.

- Não, eles na verdade estão ensaiando para a festa que terá no fim da semana, a noite é quando as coisas realmente ficam interessantes por aqui Doutora...

Levantei as sobrancelhas arqueando os lábios para baixo. Se de dia eles tremiam essas árvores com seus passos e música, imaginem só a noite.

❖ 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐨𝐫𝐥𝐝 𝐨𝐮𝐭𝐬𝐢𝐝𝐞 𝐄𝐚𝐫𝐭𝐡 | 𝐍𝐞𝐭𝐞𝐲𝐚𝐦Where stories live. Discover now