❖ 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐨𝐫𝐥𝐝 𝐨𝐮𝐭𝐬𝐢𝐝𝐞 𝐄𝐚𝐫𝐭𝐡 | 𝐍𝐞𝐭𝐞𝐲𝐚𝐦

፝֯֟⋆˖❛◌ ༾ཻུ۪۪⸙ 002. Humanos & Na'vis

O crepúsculo estava chegando. Eu nunca havia admirado a noite em Pandora fora da janela da nave. As três luas eram enormes, órbitavam em nossa vista, compondo a paisagem distopica e até mesmo fantasiosa.

A floresta tropical de um planeta como este, te ensinava como realmente era viver. Mostrava o cruel e o belo, a cor vibrante da bioluminescencia, a importância em haver garra em suas decisões.

Eu estava amando minha expedição fora da Terra. Viagens de campo como essa me deixam a um passo de conseguir o meu tão sonhado Phd. Já
pensou?.

E se eu voltasse viva para o Missouri quem sabe pudesse contar uma história sobre tudo que estou vivendo aqui.

Claro que… Para isso eu teria que ficar de bico calado na aldeia dos omatikayas e não provocar os nativos com meus comentários, e também precisaria convencer Neteyam da minha índole inofensiva, caso contrário ele me escoltaria por toda essa floresta.

E ter um alien azul atraente atrás de mim não é uma das coisas mais indicadas nesse momento.

— Podemos parar um pouco aqui? — peço em meio o caminho.

Nateyam vira o rosto na minha direção.

— Porque? Há aracnídeos lakun por todas essas rochas…

Impressionante como ele mesmo fez a pergunta e em seguida logo a respondeu.

— Exatamente! — exclamei jurando sentir meus olhos brilharem. — Preciso de uma amostra, elas são raras, o veneno é desconhecido…. Preciso estudá-las. Não fazia ideia de seu habitat em rochas úmidas… apenas vi nos livros da Grace...

Eu pego o frasco de vidro que estava amarrado em meu cinto. O destampando.

— Não me faça quebrar o pote. — o azulado ameaçou me encarando com uma expressão não muito boa.

Qual é...

— Faz isso e eu realmente me torno uma ameaça para seu povo. — agaixo no chão a procura da aranha, as luzes das folhas e plantas já começaram a brilhar. — Eu não vou matá-la, vou estudá-la.

— Nenhum ser vivo é preso contra sua vontade aqui na floresta. É contra o equilíbrio da Natureza Doutora.

Ele sempre me chamava de Doutora com ironia, sempre.

Me levanto da posição de estar agaixada e ergo o queixo para olhar em seu olhos, apesar da sua diferença de altura.

Levo os pulsos até a altura de seu rosto e sorrio na lateral. Triunfante.

— Bom. Eu fui. E aí. Seu criminoso, como se sente após desequilibrar o ciclo da natureza? — estreitei os olhos, ardilosamente.

Nateyam pareceu surpreso, reprimiu os lábios e apenas respirou fundo decidido a ao menos me esperar em minha expedição.

— Se for mantê-lo vivo acho melhor cumprir sua palavra...

Quando eu quero alguma coisa. Nem o ser mais alto, mais azul e intimidante do mundo é capaz de parar o meu querer.

— Vamos… cadê você? — procuro incansavelmente a aranha rara de doze patas e uma cor florescente de laranja e azul.

O Na'vi atrás de mim suspirou se abaixando ao meu lado. É remorso é?

— Precisa atraí-los para você. — acompanho o som de seus lábios se moverem para cima e para baixo, fazendo um agradável som com a língua entrando em contato com sua boca, um barulho viciante e agora sabia ser a isca perfeita para as aranhas lakun.