፝֯֟⋆˖❛◌ ༾ཻུ۪۪⸙ 001 - azul por toda parte.

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eu vejo você
a floresta respira nosso calor
encarar seus olhos amarelos
fez sumir toda a minha dor.

፝֯

Azul

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Azul.

Azul por toda parte. Em meu sistema nervoso, em minhas palavras e em meu coração palpitante, que batia, não em euforia. Mas em desespero.
Ouvi dizer que azul é a cor mais quente. Não entendia o sentido da hiperbole em um tom tão frio e melancólico quanto esse.

Mas após conhecer Neteyam Sully, percebi com meus olhos despertos que, sim, azul é a cor mais quente já existente.

Fervia. Queimava. Arrepiava cada parte da minha pele, o formigamento em meu baixo ventre evidenciava a anomalia. E… Caramba, eu fui sequestrada, estou sendo presa e por um alien tão gato quanto o Henry Cavil.

Azul não era uma cor. Era uma sensação. Viciante o bastante para querer mais dela a cada segundo.

— Dtra Corine. Câmbio…

Meu comunicador ouricular jazia no chão, após me raptar, os Na'vis jogaram ele para longe. Mas ainda assim, eu podia ouvir a voz bem distante da minha equipe me chamar pelo aparelho eletrônico.

Floresta bioluminescente, um Oxigênio diferente, bioma exótico e letal, risco de morte a cada segundo, nativos selvagens e profundos. Onde eu fui me meter.

Não estamos mais na Terra.

Nao estou com meu grupo de campo.

Ser pega pelos nativos Omaticayas é o mesmo que afundar com um peso no pé, você dificilmente vai conseguir voltar para onde veio vivo. E se tenho apenas algumas horas de vida antes de sucumbir a morte, quero deixar registrado a minha aversão a falta de comunicação em equipe. Vinhemos em cinco cientistas, três se separaram e um deles me fez companhia coletando amostras. Eu não sei o que aconteceu, mas quando virei as costas o cientista não estava mais lá. Dado em conta os perigos da floresta, é de se preocupar se meu companheiro de campo continua vivo. Eu sou apenas uma pesquisadora espacial cara, terminei a faculdade e fui estagiária de Norman Sully durante cinco anos. A essas horas eu devia estar em minha nave voltando para o complexo... Me preparando para me jogar de pijama no colchonete e assistir duas temporadas de big-bang teory enquanto voltávamos para a base militar.

Mas agora eu sou um corpo esquecido, com cordas no pulso e presa por aliens que me odeiam como sua pior inimiga. E qual é, eles tem motivos o suficiente para odiar os humanos. Sabendo como eles são. Eu não duraria um dia na aldeia azul.

Eu já estou morta.

Respiro fundo tentando não pensar no pior, ainda estou respirando ao menos.

Uma movimentação nas moitas de folhas foi ouvida.

— Ela é estranha….

Ouço uma filhote omaticaya dizer, oscilando com seus pés, de um lado para o outro, me encarando de longe. Parecendo assustada.

❖ 𝐓𝐡𝐞 𝐖𝐨𝐫𝐥𝐝 𝐨𝐮𝐭𝐬𝐢𝐝𝐞 𝐄𝐚𝐫𝐭𝐡 | 𝐍𝐞𝐭𝐞𝐲𝐚𝐦Where stories live. Discover now