E de fato, anos atrás, quando Sunhee insistiu para que Taehyung aceitasse a proposta dos Jeons, ela sabia que o sobrinho encontraria um grande amor, pois era o que o futuro lhe contara:

Que Taehyung amaria e seria amado; que ele sofreria e conheceria a dor, vivendo todos os sentimentos intensamente.

O que Sunhee não sabia, à época, era que o amor vivido por Taehyung seria com Jeongguk. Quando ela descobriu, através de sinais enviados pelo próprio Taehyung — como no dia em que ele apareceu com um casaco que obviamente fora um presente de aniversário dado por Jeongguk — já era tarde demais.

Ela teria sido menos insistente se soubesse que Taehyung amaria um alfa herdeiro de um clã como os Jeons? Sunhee já nem sabia.

Aparentemente, Lyre também não acreditava nela.

— Tínhamos um acordo para mantê-lo escondido, Sunhee! — a feiticeira explodiu, levantando-se abruptamente. — E você o deixou cair nas mãos de um Lorde!

— Um acordo? — A voz de Jeongguk soou pesada e profunda. — Com quem?

— Fizemos uma promessa ao pai dele de que iríamos protegê-lo — a tia explicou com suavidade, buscando os olhos de Taehyung. Ela tentou segurar sua mão, mas ele se retraiu. Rejeitada, ela endireitou a postura, engolindo em seco diante do nó em sua garganta.

— E por que ele escolheu vocês duas? — Arslan falou pela primeira vez na conversa. — Qual era a relação de vocês com os nowbei?

— Taehyung foi confiado a mim justamente pela minha habilidade de prever certas coisas no futuro — Sunhee clarificou. — O pai dele achou que ele ficaria seguro comigo, pois eu poderia guiá-lo por um caminho sem muitos percalços.

Havia uma pergunta entalada em Taehyung, todavia ele não conseguia reunir coragem o suficiente para deixá-la sair.

Seu pai fizera o pedido… então onde estava sua mãe?

— Ainda não explica onde foi que conheceu o pai dele — Arslan pressionou.

Sunhee deu-lhe um sorriso astuto.

— Vossa Alteza de fato possui demasiado interesse nos nowbei, não é? Consigo sentir em sua aura. É exatamente o tipo de pessoa gananciosa que o pai de Taehyung queria evitar na vida dele. — Ela ergueu um dos lados dos lábios. — Se tivesse lhe visto em minhas visões, eu teria feito de tudo para impedir que Jeongguk o mandasse para você.

— Deixe-o; a minha história com ele já está resolvida. Também quero saber o mesmo, tia. — Taehyung não conseguia evitar usar o termo para referir-se a ela, mesmo que àquela altura já estava óbvio que eles não eram parentes de sangue. — Como você conheceu meu pai?

Sunhee se ajeitou no lugar de novo. Lyre, em silêncio, enviava faíscas através do olhar em sua direção. Não aceitava que ela o mandara para Jeongguk de bom grado.

— Foi Lyre que marcou você em seu nascimento. Nós duas éramos as únicas feiticeiras em todo Arquipélago de Gaelar. Mais precisamente, vivíamos na Ilha de Altar.

— A ilha em que mora o tio Edmund… — Jeongguk murmurou.

— Você estava na casa de Edmund quando o marquei, Taehyung — Lyre explicou. — Era ele quem estava abrigando você e seu pai, depois da… — Lyre hesitou, trocando um olhar com Sunhee.

Jeongguk apertou a mão que estava no ombro de Taehyung, querendo mostrar que estava ali. Podia sentir o beta tremendo sob seus dedos. A sua vontade era de tomá-lo nos braços e roubar para si toda a sua aflição, mas Jeongguk temia que, ao abraçá-lo, Taehyung se desmontaria. 

Servante (jjk + kth) (ABO) - ConcluídaWhere stories live. Discover now