A porta do carro se abriu e o vento forte entrou brevemente, inquietando o calor que o aquecedor barato da viatura forçava-se a produzir.
-Minha nossa, que frio!
A policial, com seu cabelo preto e de cachos fechadinhos por baixo do chapéu característico dos uniformes dos policiais locais, me estendeu um copo quente de chocolate-quente do Starbucks.
Ela, muito correta e simples, salientou:
-Estes inícios de inverno são perigosos aqui na Pensilvânia.
Lembrando mais uma coisa, reteve a mão aveludada dentro do bolso de seu casaco grande, que também faz parte de seu uniforme de trabalho, de lá tirando algo...
-Cookies? -A olhei, confuso.
-São seus preferidos, não são?
-Sim, mas... -A mesma só me dava cookies quando algo de especial, esporádico, ou até mesmo incomum, acontecia. -O que eu fiz?
-E precisa fazer algo para receber biscoitos, Kook?
A mesma apertou minha bochecha, como fazia quando eu era pequeno, também revivendo o apelido que me dera quando criança, por eu gostar muito dos biscoitos com gotas de chocolate.
-Só pensei que seria bom os comprar. Não gostou?
-Não é isso... -Sorri constrangido. -Eu gostei. Cookies sempre são muito bons. Pensei que você brigaria comigo.
-Por que?
-Você sabe... -Tomava a bebida quente, sentindo o gostoso sabor do chocolate domar meu paladar enquanto a quentura da bebida reconfortava meu corpo.
-Ah, sobre o ocorrido de ontem? Quando você fugiu da última família que o adotou, e deixou todos nós muito preocupados por seu sumiço? Além de termos o encontrado só hoje, na frente da pizzaria do velho Wang?
-Sim, Tia Darla... -Empurrei a língua contra a bochecha, me sentindo moralmente fodido por ter a preocupado tanto. Não era a minha intenção sumir daquele jeito...
-Por que fugiu da casa dos Jefferson? Eles não o trataram bem?
-Eu... Digo, eles não fizeram nada. Eu só pensei que dessa vez poderia estar ainda mais perto de achar a minha mãe.
-Jungkook...
-Tia, eu juro que a vi! Ontem, depois de ter acompanhado os Jefferson na igreja.
-Poderia ser qualquer outra mulher.
-Mas não era! Eu sinto que não era. E a minha intuição nunca erra!
A morena suspirou, enfim tirando seus óculos de grau do rosto, me olhando sério em seu modo apreensivo de ser, mas ainda estando séria.
-E se ela fosse sua mãe? Deixaria tudo para trás e a seguiria sem nem mesmo me informar?
-Sim.
-Mesmo, Jungkook?!
-Sim. Até porque, você não é a minha mãe. Não te devo satisfações.
Tia Darla voltou a ficar em silêncio, dessa vez, seu olhar parecia dizer que eu a decepcionei com minhas palavras.
Merda... Eu não... Não queria ter dito aquilo. Não deveria a dizer aquilo.
-Tia...
-Ainda não sendo sua responsável legal, sou a pessoa que te conhece e protege desde quando você só tinha 6 meses de vida. -A policial me interrompeu. -Não posso compreender muitas coisas, mas reconheço quando alguém está fazendo alguma tolice sem antes pensar nas consequências futuras que suas ações o tratará. Você ao menos pensou no seu amigo Taehyung, na Senhorita Fox, no seu Tio Carlos, ou em mim, as pessoas que verdadeiramente almejam o seu bem e sua felicidade.
YOU ARE READING
Shazam!
FanfictionToda criança já sonhou, ou ainda sonha, em ser um Super Herói. Jeon Jungkook, poderia contar nos dedos quantas vezes ele já desejou acabar com seus problemas usando mágia ou habilidades sobre-humanas. Mal podia esperar por ser agraciado com o dom de...