IV. A princesa & A assassina

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O primeiro a atacar foi burro o suficiente para gritar conforme descia a espada na direção da assassina. Uh, que erro. Ela desviou com graciosidade antes de se virar e perfurar o centro do estômago do homem com força o suficiente para que a ponta da lâmina saísse por suas costas. Um urro de dor, e então o som deslizante da lâmina voltando, empapada de sangue, deixando um buraco para trás.

''Má notícia, querido. Não há band-aid que possa consertar um corte de espada.'' Ela sorriu com desdém.

O próximo movimento foi um gesto gentil. Cortesia da parte da assassina, que apenas cortou a garganta do homem, lhe oferecendo uma morte rápida e não tão indolor. Ele caiu duro no chão, e a mulher se virou com uma expressão cruel de divertimento no rosto fino, delicado.

''Vamos logo com isso, rapazes.'' Ela disse, a voz quase um sussurro. ''Tenho uma Princesa para resgatar.''

Catrina derrubou vinte homens em dez minutos. E, então, mais dez, em cinco.

Ao tirar a espada do peito do último, ela voltou o olhar para a jovem que estava acorrentada no centro de um antigo tablado. Pendurada, seria uma palavra melhor. As correntes pesadas desciam do teto, firmes, espessas e enferrujadas. Os pés descalços da herdeira apenas roçavam o chão encardido. Os cabelos cacheados estavam presos em um rabo de cavalo baixo, alguns cachos escapando e lhe cobrindo os olhos vigilantes, atentos.

Escuros como a própria perdição.

''Você demorou dessa vez'' Foi o que a Princesa disse, e Lynn não conseguiu segurar a risada de escárnio.

''Quantas vezes eu já te disse, Amélia, que eu não vou ficar te tirando das emboscadas em que se mete?'' A assassina chacoalhou os ombros para se alongar, e então dobrou o pescoço para os dois lados.

''Eu acho interessante observar, Catrina, que por mais que me diga isso repetidamente sempre que pode... Você continua aparecendo. Não se cansa de fingir que não se importa?''

Lynn a ignorou e se limitou a prender os longos cabelos loiros em um coque alto, desleixado, que revelava a parte raspada da nuca.

''Gosto de te ver presa assim'' A assassina ronronou, se aproximando enquanto observava Amélia de cima a baixo, se demorando naquela regatinha branca que ela usava. ''Tão... Vulnerável.''

Amélia não se permitiu corar.

''Pretende me soltar ou vai ficar me devorando com os olhos?''

''Segunda opção'' Lynn a circundou, admirando aqueles músculos das costas expostas de Amélia, a forma como o corpo estava coberto por uma fina e brilhante camada de suor.

A Princesa revirou os olhos.

Lynn parou bem de frente para ela, e sua expressão de divertimento se fechou em algo perigoso ao ver um corte no lábio inferior de Amélia.

''Me socaram a boca.'' A Princesa disse, como se para tentar apaziguar o ódio profundo que se instalara nos olhos bicolores da assassina.

''Qual deles'' A pergunta soou mais como uma ordem.

''O primeiro que você matou'' Amélia falou, e engoliu em seco. Não por medo. Lynn... Lynn estava próxima demais.

''Eu deveria tê-lo feito sofrer mais, então.'' Lynn afirmou, seca. Rancorosa.

''Não há como voltar no tempo'' Amélia a encarou. ''Agora me solte. Esse lugar está fedendo a sangue. E já estou pendurada há quase duas horas.''

Um desembainhar hábil, e Amélia se viu com uma adaga afiada contra o pescoço. Ela engoliu em seco. A lâmina meticulosamente limpa refletia a fraca luz amarelada do ambiente nos olhos de Lynn, que se aproximou mais.

Darling I'm Ready (to burst into flames for you)Where stories live. Discover now