Meu pai e eu sempre fomos muito próximos, entretanto nos últimos tempos nós estamos meio afastados. Acho que é porque ele tem treinado muito e tido muitos jogos.
Quando está em casa, geralmente ele passa mais tempo com minha irmã mais nova. Eles são muito próximos, deve ser por isso.
Estava na frente da escola esperando minha mãe, estava junto de uma amiga minha e minha mãe apareceu junto da minha irmã. Me despedi e entrei no carro cumprimentando as duas, fui o caminho todo quieta enquanto minha irmã falava de como ela e papai se divertiram juntos.
Quando chegamos em casa, fui direto para o meu quarto e nem sequer falei com meu pai. Tomei banho e desci para almoçar. Estavam todos ali, montei meu prato e me sentei mexendo no celular.
- Larga o celular enquanto come - disse meu pai e eu o ignorei. - Ouviu?
- Tá - larguei o celular e terminei rápido de comer. Lavei meu prato e subi para o quarto batendo a porta.
Na cozinha:
- Deveria ir falar com ela - disse Daiana, a mãe de Aurora.
- Mas o que está acontecendo com ela? - foi a vez do pai se pronunciar.
- Querida, vá para a sala por favor - pediu a filha mais nova, que foi sem reclamar. - O que acontece é que você não está dando atenção para ela, só para a pequena. Ela se sente excluída e mal.
- Eu não percebi. Nós sempre fomos próximos, e foi do nada. Acho que depois que ela cresceu nós nos distanciamos, parece que ela não queria mais falar nem conversar comigo, nem passar tempo comigo. Quando a pequena nasceu, passou a me dar atenção enquanto estou em casa, e Aurora nem sequer olha na minha cara - ele suspirou e a mulher colocou a mão sobre a dele. - O que eu faço agora? - olhou para ela.
- Fale com ela - deu um beijo nele e ele assentiu, se levantou e subiu.
No quarto:
**Ponto de vista de Aurora**
Estava conversando com um "amigo" por ligação quando ouvi alguém bater na minha porta.
- Posso entrar? - perguntou atrás da porta.
- Pode. 📲 Tenho que ir, depois conversamos. Eu também. - desliguei a chamada. - O que quer? - perguntei ao meu pai.
- Conversar, podemos? - se aproximou e eu assenti. Ele se sentou ao meu lado.
- Então, o que foi?
- Olha filha, me desculpa. Eu não tenho te dado atenção suficiente, nem passado muito tempo com você. É que, sei lá, desde que você cresceu parece que não queria mais passar o tempo comigo, conversar e sair. Eu entendi que você já estava crescida e não queria passar seu tempo comigo. Aí, quando sua irmã nasceu e cresceu, quis passar tempo comigo e eu não percebi que não estava te dando a devida atenção que você merece - ele suspirou e os olhos estavam cheios de lágrimas. - Filha, me desculpe. Eu prometo que vou ser um pai melhor para você - me encarou e eu soltei as lágrimas que prendia.
- Tudo bem, eu desculpo você - o abracei.
- Então, com quem estava falando? - me perguntou ainda no abraço e eu o soltei.
- Um amigo - fiquei com vergonha.
- Amigo mesmo é - disse rindo.
- Mais ou menos, eu gosto dele e estamos meio que juntos - minha vontade era de enfiar a cabeça num travesseiro.
- E eu posso conhecer ele?
- Pode, a gente marca alguma coisa.
- Então, quer passar o resto do dia com seu pai? - sorriu.
- Claro! - o abracei novamente.
O resto do dia ficamos assistindo filmes, desenhos, conversando, brincando, até cozinhamos, o que não deu muito certo. Amanhã vamos ao parque, estou muito feliz.
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