Remédio

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Harry odiava a enfermaria, ele já esteve tantas vezes naquele lugar que poderia numerar as pedras das paredes e apontar sem olhar todas as rachaduras do lugar.

- não adianta ficar com a cara emburrada. – Harry bufou ao ouvir Draco dizer. Um bufo parecido veio da cama ao lado. – estou falando com os dois.

- está tudo bem, senhor Malfoy. Deixe comigo. – disse madame Ponfrey trazendo um frasco e dois copos. – depois dessa poção eles vão melhorar rapidinho.

Harry olhou para Draco com olhos tristes, fazendo sua melhor cara de cão abandonado. Ele não queria tomar poções, ele estava com dor, e se sentia mal, mas não queria tomar aquela coisa de gosto horrível. Já bastava ter sido acordado com o gosto horrível no meio da noite. Ele não queria fazer isso de novo logo pela manhã.

Agora que paro para pensar, como cheguei na enfermaria? Se perguntou o moreno por um segundo. E eu nem estou mais com febre, poxa. Pensou se sentindo injustiçado.

- não adianta fazer biquinho, Potter. – Draco disse muito sério.

- eu non’ peciso’, já tô meior’. – comentou Tom desesperado, olhando a enfermeira encher um copo com a poção.

- você precisa sim, mocinho. – a enfermeira falou tentando parecer séria, mas sua voz denunciava o quanto ela estava se derretendo pela fofura do garotinho. – logo depois você estará ótimo e vai poder ir brincar lá fora. Você não quer ir brincar com seus amiguinhos?

Tom segurou o copo oferecido para ele com as duas mãos. Seus olhos foram do conteúdo dentro do copo para o moreno na cama ao lado. Os olhos de Harry cruzaram com os do menor e ele sorriu tentando incentivar Tom, mas sua própria careta ao ter um copo empurrada para suas mãos não ajudou muito a transmitir confiança.

- beba, Potter. – Draco falou, e fechando os olhos Harry tomou todo o conteúdo de uma só vez. – bom menino. – o loiro sorriu e se virou para Tom. – sua vez agora, Tom.

- hum... Axu’ que num’ peciso’ maisi. – falou um pouco nervoso. – é muntu’ bom mesmo esse memedio’, só di xeila’ eu já tô bom. Bligado.

- Tommy. – Harry chamou o garotinho antes que Draco lhe desse uma bronca por inventar desculpas. – o remédio é ruim, eu também não gosto. Mas eu bebi e já me sinto melhor, beba também, você vai se sentir muito melhor depois.

- isso mesmo, você não quer ser corajoso igual o senhor Potter? – madame Ponfrey perguntou com a voz suave.

- non’. – Tom  respondeu sem pestanejar, o que deixou a enfermeira surpresa, Harry um pouco ofendido pela recusa do menor e Draco teve que fazer um grande esforço para não rir.

- porque não fazemos um acordo. – o Malfoy falou arqueando uma sobrancelha. – você bebe apenas esse copo, e eu te dou um sapo de chocolate. O que acha?

- cinco. – o menino mostrou os cinco dedos da mão.

- dois e você não pode deixar uma gota no copo. – Draco devolveu.

- teis’ sapo, pa mim, pu’ Arry e pu’ xiriu’. – barganhou contando nos dedinhos.

- certo, três sapos. Agora beba. – disse Draco vencido.

Tom respirou fundo, suas mãos apertavam o copo e ele virou o conteúdo de uma vez, o gosto horrível do remédio encheu seus olhos de lágrimas e quando terminou, ele entregou o copo para a enfermeira e estendeu os braços para Draco, pedido por conforto.

- pronto, você fez bem. – Draco segurou o garotinho com um braço e com o outro alcançou o copo de água oferecido por Harry. – aqui beba isso agora.

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