MY BABY IS FIT LIKE A DAYDREAM

825 49 13
                                    




- ANTÔNIO! – eu grito, pulando em cima dele. – EU SABIA, CARA, EU SABIA QUE VOCÊ IA CONSEGUIR! PARABÉNS! Você merece demais, demais! Você foi incrível.

Ele ri, extasiado, e me ergue do chão, seus braços firmes ao meu redor.

- Eu tô tão feliz, Amandinha. Tão, tão feliz. – o som de sua voz sai abafado porque seu rosto está em meu pescoço, mas ainda assim eu consigo sentir a emoção em suas palavras. – Obrigado por tudo. Eu não teria conseguido sem você me dando força.

Eu me afasto um pouco e coloco minhas duas mãos em seu rosto, sorrindo loucamente.

– Essa vitória é sua, cara! Eu sabia que você ia conseguir. É como você dizia pra mim, você pode muito! Muito mesmo.

Ele sorri pra mim, ainda ofegante, e então olha para baixo, parecendo alarmado.

- Porra, Amandinha, foi mal! Te abracei todo sujo, estraguei sua roupa. – ele se desculpa, apesar de ter sido eu que pulei em cima dele.

- Estragou nada. – ainda eufórica, eu finalmente olho ao nosso redor e imediatamente congelo.

A Roberta, o Dindinho, as crianças, o treinador do Antônio, alguns funcionários do evento... todos estão nos encarando. Sinto meu rosto esquentar e dou um passo para trás.

Antes que eu possa me sentir ainda mais constrangida, a Maricota e o Mateus tomam a frente, falando e gritando ao mesmo tempo, e o último abraça o tio em empolgação.

- Titio, eu tô tão feliz por você! – Maria diz, com um sorriso de orelha a orelha. – Mas vou esperar você tomar um banho para eu te abraçar.

Ele ri.

- E vocês? Vão esperar também? – ele pergunta e todos concordam. - Podem sentar aí que eu já volto, então.


Aproximadamente meia hora depois, alguém da equipe do Antônio avisa que ele já finalizou o atendimento médico e pergunta se queremos vê-lo antes dele ser liberado.

- Vai você, Amandinha. Você que é a médica. – a Roberta fala. – A gente espera vocês aqui, ele não costuma demorar.

Eu não vejo como eu posso ajudar nessa situação, considerando que ele recebeu atendimento médico, mas não discuto.

Eu entro em seu camarim e o vejo sentado em cima de uma maca, com os cabelos molhados do banho e sem camisa. Ele segura uma bolsa de gelo na região abaixo de seu olho esquerdo, que está inchada e vermelha, e outra em cima de seu joelho esticado. Vejo também que ele sofreu uma laceração no supercílio.

- Amandinha! - ele sorri quando me vê e eu caminho em sua direção, tentando detectar mais alguma lesão. A visão dele machucado causa um embrulho em meu estômago e eu preciso ter certeza de que está tudo bem.

- Fraturou alguma coisa? Luxação, contusão?

- Uma fratura simples na costela. – ele diz apontando para a costa e em seguida para o rosto. – Lesões superficiais no rosto. O joelho é só por precaução.

Balanço a cabeça para demonstrar que ouvi o que ele disse e me aproximo, levantando levemente o seu queixo para que eu possa olhar seu rosto mais de perto. No meio da minha euforia não reparei em como ele estava machucado e eu me sinto mal por ter pulado nele daquela forma, principalmente por conta de sua uma costela fraturada. Eu sei que poderia ser muito pior (depois de pesquisar sobre as lesões mais comuns aos lutadores de MMA, eu passei boa parte da minha tarde com o Luciano lhe fazendo perguntas a respeito), mas, ainda assim, me incomoda profundamente vê-lo desse jeito.

- Que foi? – pergunta alarmado. – Tem alguma coisa errado? Quer falar com o meu médico? Ele já saiu, mas posso pedir pra voltar.

- Não foi nada. Só não tinha reparado nisso aqui. – passo os dedos com muita delicadeza sobre a região machucada, quase sem tocar, e ele fecha os olhos em resposta. – Tá doendo muito?

Call It What You Want - DocshoeWhere stories live. Discover now