THE FINAL COUNTDOWN

737 48 12
                                    


Eu estou preparando nosso café da manhã quando uma Amanda extremamente mal-humorada, parecendo ainda estar dormindo, entra a cozinha com meu celular em mãos. Ele toca incessantemente e eu percebo que me esqueci de desconfigurar o alarme antes de sair do quarto.

Eu começo a me desculpar, mas paraliso ao olhar para ela com mais atenção.

Ela tá sexy pra caralho.

Eu não faço ideia de como, porque eu tenho certeza que ela não estava usando isso ontem à noite, mas ela está com um conjunto de pijama vermelho escuro. De seda. E renda. Extremamente curto. Não sei nem se dá pra chamar de pijama.

Algumas partes ainda são transparentes, deixando muita pele à mostra. Muita pele à mostra... Engulo em seco. A  pele clara e cheia de pintinhas, em destaque pela cor do pijama, sua cara de brava e os cabelos loiros bagunçados formam uma imagem muito convidativa.

Meus olhos não conseguem parar em lugar algum e saltam dos seus seios, para suas pernas, para sua coxas e para o seu rosto incessantemente. Minhas mãos formigarem para tocar nela e as fecho em um punho.

Sem nem me dar conta, começo a caminha na direção dela, mas desperto do meu transe quando ela estica a mão pra me entregar o celular sem falar nada, dando meia volta logo em seguida.

Sou então agraciado com a visão da bunda dela no short mais curto que eu já a vi usando.

Caralho.

Meu corpo está aceso, pronto para algo que não vai acontecer. Eu reagi tão instintivamente que nem tive tempo de racionar.  Meu cérebro começa a repassar o momento em que ela entrou na cozinha em um looping e eu não consigo bloquear todas as imagens e pensamentos que meu inconsciente começa a fornecer.

Respiro fundo, fecho os olhos e me concentro em repetir meu velho e conhecido discurso porque eu preciso sair dessa mentalidade o mais rápido possível: "A Amandinha merece meu respeito acima de tudo. Nós somos amigos, temos uma conexão muito especial e não vou estragar isso confundindo as coisas."

Após conseguir me acalmar um pouco, volto minha atenção para os ovos que estava fritando e percebo que os deixei queimar.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

- Amandinha? - sinto uma mão em meu ombro, mas ignoro, e me viro para o outro lado.

Ouço uma risada baixa e distante.

- Amandinha. - a voz repete, dessa vez mais próxima.

Abro os olhos. O Antônio está agachado ao lado da cama, me encarando. Pisco algumas vezes. Onde que eu estou mesmo? Levanto os olhos e escaneio meus arredores. Ah, é, estou no quarto dele. Em Miami.

- Bom dia. - minha voz está rouca.

- Bom dia. - ele diz sorrindo para mim. - Levanta que eu fiz nosso café da manhã.

Eu me sento na cama e bocejo. Me espreguiço. Olho para baixo e percebo que devo ter tirado o casaco durante a noite e agora estou só com o pijama. Me enfio debaixo das cobertas de novo.

- É... eu já vou. Me dá só um minutinho.

Ele me dá uma olhada estranha.

- Tá certo, vou ficar te esperando.

Eu me troco e vou para a cozinha, onde tem uma mesa linda de café da manhã.

- Caramba, Sapatinho. - olho para ele surpresa. - Você quem fez tudo isso?

Call It What You Want - DocshoeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora