A Última Noite

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"uma noite com a certeza que fizemos tudo errado."
– jão

Maya estacionou o carro na calçada, sem se importar que estava bloqueando a saída da garagem da casa. Respirou fundo antes de soltar o cinto para sair, batendo os dedos ritmados no volante por alguns segundos, finalmente criando coragem para atravessar aquele jardim.

– Mamãe! – Riley correu largando a corda de pular no gramado, se jogando nos braços da mãe que se abaixava pronta para segurar a filha.

– Que saudade, minha pequena – murmurou deixando beijos pela bochecha da garota, que gargalhava com o carinho. – Como você está?

– Eu tô bem. Sabia que eu ralei meu joelho hoje de manhã e nem doeu? Mas a Mamma colocou um curativo das Meninas Superpoderosas, então pode ter sido isso.

– Sério? Será que você não está virando uma delas? Certeza que você ia ser a Lindinha.

Apesar da risada contagiante da menor, Maya sentiu um aperto no peito ao chamá-la assim mais uma vez. Carina sempre costumava dizer que a filha caçula das duas era idêntica à "a que é loira e usa azul" do desenho, nunca se lembrando o nome de cada uma, mas conforme os anos se passaram, a italiana passou a chamar ambas a esposa e a filha pelo apelido, brincando com a similaridade física das duas.

– Cadê os seus irmãos e a sua Mamma? Você está sozinha aqui fora? – perguntou levantando a garota para seu colo.

– Eles foram no banheiro, estavam brincando comigo. A Mamma tá lá dentro, a Zia Gabri apareceu e elas foram fazer alguma coisa na cozinha, eu acho.

– Vamos procurar eles? – disse já seguindo caminho pela porta principal, que estava totalmente aberta por conta das crianças estarem do lado de fora.

Imediatamente ao atravessar o hall, Bishop viu os filhos mais velhos descerem as escadas correndo, também em direção à mãe, agarrando sua cintura sem nem se importarem em esmagar as pernas da irmã.

– Boa tarde pra vocês também, meus amores – comentou rindo ao fazer carinho no cabelo do garoto que escondia o rosto no casaco da mais velha, sem seguida fazendo o mesmo com a irmã do meio.

Escutando a movimentação, Carina seguiu caminho até a sala para tentar descobrir porque alguma das crianças tinha corrido pelos degraus.

– Maya, oi. O que faz aqui? – questionou tirando as mãos dos bolsos da calça.

– Max me ligou pedindo que eu viesse.

– Claro, certo. Mas você podia ter me avisado.

– Eu sei, desculpe. Foi de última hora, eu acabei de sair da estação. – Apesar de ter o olhar focado na italiana, boa parte de sua atenção era direcionada aos filhos que continuavam agarrados na loira, certamente pela saudade. Estava prestes a voltar a falar com os três quando a presença de mais uma pessoa levou o nível de estresse da bombeira aos céus. – Gabriella.

– Maya. Que surpresa te ver.

– Surpresa em me ver com os meus filhos, na minha casa? – disse em um tom sarcástico.

– Até onde sei, essa não é mais a sua casa.

– Ainda chateada que errou a aposta sobre eu e a Carina nos divorciamos em dois anos?

– Errei apenas um zero.

– Vocês duas podem ao menos não continuar com isso perto das crianças, por favor? – Carina resmungou notando que Cora, apesar de ainda presa na cintura da mãe, encarava a outra italiana. – Meninos, vocês podem ir lá pra cima rapidinho? Preciso conversar com a mãe de vocês por uns minutos.

i love you in every universe - marina oneshotsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora