For... Ever?

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"patinho de borracha, alegria das alegrias,
quando eu te aperto, você faz um barulhinho"
— jeff moss

Eu talvez não tivesse amor à minha própria vida ao decidir fazer aquilo.

Por sorte a encomenda chegou quando eu estava sozinha em casa. Guardei a embalagem plástica dentro da mochila que eu levava para o trabalho e comecei a listar, no bloco de notas do celular, lugares aleatórios. E o que eu estava para começar a fazer, iria – sem dúvida alguma – mudar o meu recém casamento.

Faltavam poucos minutos para que a minha esposa chegasse, então procurei rapidamente por um papel em branco para escrever o recado que colocaria todo o meu plano em prática.

– Ei, você já chegou! – confesso ter levado um susto ao ouvir a porta da sala se abrindo antes do que eu esperava.

– Fui liberada uns minutos mais cedo então decidi vir – assenti com a cabeça antes de me aproximar o suficiente para roubar-lhe um beijo.

– O que acha de um banho e depois chocolate quente debaixo das cobertas? – propus tentando conseguir alguns curtos instantes sozinha para terminar o que eu fazia antes de voltar para a rotina.

– Hm, eu topo. Você vem também?

– Vou só terminar de guardar a louça e te alcanço.

Ela deixou um último beijo no canto da minha boca antes de se afastar indo em direção ao nosso quarto, e assim sendo, escrevi o que faltava e segui o mesmo caminho até o cômodo.

Seja bem vinda ao começo do pesadelo do resto da sua vida.

– Meu amor – a ouvi dizendo acompanhada dos barulhos de seus passos –, foi você que deixou isso na minha agenda? – estava com o bilhete em mãos enquanto me olhava confusa. Eu apenas dei de ombros ao desviar o olhar. – E por que isso parece uma mensagem assassina?

– Eu não sei o que é isso.

– Você é a única que tem acesso fácil às minhas coisas.

– Eu não sei o que é isso – repeti calmamente, sem me afetar com o questionamento.

– Okay, então – soltou um suspiro que soou triste e, por alguns instantes, pensei se deveria deixar tudo aquilo de lado e apenas enchê-la de beijos pedindo desculpas pelo susto. – Vou me arrumar para o trabalho.

– Tudo bem. Eu já vou indo, preciso resolver umas papeladas antes do horário. Mas almoçamos juntas, hm?

– Claro, só aparecer na minha sala.

Dei apenas um selinho nela antes de pegar a bolsa e sair de casa. O caminho foi tranquilo como sempre, e em poucos minutos já seguia rumo à minha sala.

– DeLuca-Bishop – abaixei a cabeça ao ser cumprimentada sem parar de andar.

Depois de fechar a porta e as persianas, procurei a mesma embalagem e joguei todas as peças em cima da mesa. Contar todos e organizar por cor seria um processo chato e demorado, mas eu mal podia esperar pelo resultado.

Eu já estava prestes a terminar quando meu celular apitou com o toque diferente, o que significava que era uma mensagem da mulher com quem agora eu dividia o sobrenome.

"Foi você, não foi?"

"Claro que sim." – ela sabia que era eu. Eu sabia que era eu. Agora a parte boa começaria.

"Eu te odeio."

"Não, não odeia."

"Você tem sorte de ser gostosa, senão eu pedia o divórcio agora mesmo."

i love you in every universe - marina oneshotsOnde as histórias ganham vida. Descobre agora