13. Amanda

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Hoje era domingo e já faziam dezenove dias desde a minha chegada em Miami. Na terça-feira de manhã estaria retornando para o Brasil, para cumprir os milhares de compromissos agendados.

Estávamos na casa de um amigo dele, que estava promovendo uma festa com direito a muito churrasco, como despedida para mim.

Eu estava na piscina brincando com as crianças com algumas bolas quando uma ruiva e dois amigos chegaram.

O Antônio que estava ajudando na churrasqueira e de costas, a cumprimentou com bastante educação e, ela ficou ali em pé ao lado dele cheia de sorrisinhos batendo um papo.

Eu já estava louca da vida com a quantidade de vezes que ela pousou a mão sobre os braços dele, ou quantas vezes encostou as bochechas ali enquanto ria.

O Antônio tinha que estar de brincadeira comigo, não era possível. Me virei para as crianças e decidi ignorar, por que a minha vontade era afogar a cabeça dele dentro dessa enorme piscina.

Já faziam mais de meia hora que eles estavam ali conversando, e minha irritação já estava em níveis estratosféricos com a quantidade de vezes que ela tocou nele.

Saí da piscina com a Maria e o João, e nos sentamos todos molhados nas cadeiras pra brincar com alguns jogos.

O olhar do Antônio bateu em mim e na mesma hora, ele pediu licença para ela, e veio até onde eu estava trazendo uma toalha e a minha roupa. Eu apenas o encarei e indiquei pra ele colocar sob a cadeira. Retornando minha atenção para as crianças.

Eu não ia vestir roupa por que já já retornaria para a água, ele retornou pra churrasqueira e continuou conversando com ela, mas me encarando a cada minuto, mostrando que estava incomodado com o fato deu estar sentada de pernas cruzadas, e de biquini em um lugar cheio de homens.

Em um dado momento, um dos caras que eu não conhecia se sentou na espreguiçadeira ao lado, e começou a conversar comigo e com as crianças, me lançando olhares furtivos que caiam principalmente sobre as minhas coxas e os meus seios.

Quando eu já estava suficientemente incomodada, eu retornei com as crianças para a piscina e ficamos lá mais alguns minutos, até que resolvemos sair, no mesmo instante ele veio até mim.

- Eu reparei como ele estava te olhando - disse todo enciumado.

- Engraçado, eu achei que a única coisa que você tinha reparado na última hora era na ruiva alisando seus braços, cheia de dentes na boca - retruquei.

- Você está vendo coisas onde não tem - disse fechando a cara.

- Claro, por que só você é tapado o suficiente pra não ver as coisas que estão bem diante dos seus olhos - eu falei baixo enquanto pegava a toalha e minha roupa e saia dali andando desfilando a minha bunda.

Eu não ia criar uma confusão no meio de todos os amigos. Na verdade eu detestava essas ceninhas de ciúmes, e ficava chateada do Antônio sentir raiva de pequenas coisas e não perceber o óbvio.

Ele se sentou com os rapazes pra tomar uma cerveja e a ruiva logo se sentou ao lado dele. Puta que pariu, deveria ser um teste comigo, uma pegadinha, aquilo não era possível.

Quando a mão dela repousou na perna dele, eu tinha certeza que eu ia matar o Antônio. Eu reparei que no desconforto ele logo deu um jeito de tirar, mas eu estava louca dele ainda estar ali, sentado perto dela.

Todas as mulheres, exceto a ruiva, resolveram entrar na piscina com as crianças, cai na água e fiquei brincando com a Maria que não desgrudava de mim.

Já era final de tarde, e eu queria muito ir embora, mas o Antônio seguia na rodinha conversando com todos e bebendo.

Entrei pra casa junto à esposa do Júnior.

DocShoe - PatienceWhere stories live. Discover now