Capítulo 15

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Adan abriu os olhos devagar enquanto ouvia o barulho do seu alarme, que parou antes que ele estivesse devidamente desperto. Seu corpo estava pesado e quente. Ele estendeu a mão em direção a cabeceira, mas foi impedido por uma segurando o seu pulso e voltou a pousá-la na cama.

Adan voltou a fechar os olhos e os abriu quando ouviu o batimento de um coração contra a sua bochecha. O peso em cima de seu corpo se tornou mais palpável até que ele percebesse que estava por baixo de Boris.

O seu celular voltou a apitar e Adan tentou alcançá-lo, mas Boris foi mais rápido.

– Quantas vezes essa merda vai tocar? – disse o bailarino, desligando o alarme.

A voz de Boris estava suave, não como se tivesse acabado de acordar, mas sim como se ele estivesse sendo cuidadoso. Menos embriagado pelo sono, Adan teve uma noção de como estava. Eles estavam em seu quarto, na cama, e parte do corpo de Boris estava em cima do dele.

– Eu coloco para tocar seis vezes porque sempre ignorava os meus alarmes, então até a sexta vez eu já estaria acordado e teria que levantar.

– Então essa foi a última vez, graças a deus – disse Boris antes de abafar um bocejo com a mão.

– Tudo bem, agora sai. Tenho coisas para fazer até a gente ir para o cinema – disse Adan.

– Não.

– Como não? Sai.

– Eu já conversei com o Juan, com a Amara e com a Loren. Hoje você vai ficar na cama, a não ser que seja algo estritamente necessário. Tipo um incêndio ou algo assim. Então volta a dormir – disse Boris, colocando mais o peso de seu corpo sobre o de Adan.

O negro respirou devagar e olhou para a sua mão enfiada por baixo das roupas do loiro.

– Que cueca mais feia – disse Adan, retirando a mão das nádegas de Boris. – Parece algo que só um velho usaria.

– Deixa a minha samba-canção em paz. Você não reclamou enquanto ficava me apertando.

– A culpa não é minha se você se jogou nos meus braços enquanto dormia – zombou o menor.

– Mas foi você que me puxou. E pior, Juan também passou pelo mesmo enquanto eu estava lá embaixo. Ou seja, você é um apertador de nádegas em série.

Adan abafou o riso no peito de Boris e depois o abraçou.

– Obrigado – sussurrou.

– Está tudo bem, não custa nada.

Eles pararam de falar e o mais baixo teve a certeza de que Boris queria perguntar sobre o que aconteceu. Apesar de não ser algo novo em sua vida, era novo para Boris e Juan, mas as palavras morreram e a sua língua não conseguiu se mover.

Ele apreciava muito o esforço para ajudá-lo, mas em algum momento, teriam que sair da cama. Mesmo se decidissem cancelar o cinema, ainda teriam que ajudar Amara com as coisas da casa, não era justo que ela fizesse tudo sozinha. Também tinha a entrega do trabalho na segunda e a consulta quinzenal com a sua psicóloga, que ele precisava mais do que nunca nesse momento. Além disso, teria que trabalhar, pois sábado era um dos dias mais lucrativos da semana.

– Cadê o Juan? – perguntou, tentando se agarrar a fantasia de passar o dia inteiro na cama.

Um suspiro saiu da boca de Boris, mas foi tão baixo que poderia ser confundido com um bocejo abafado.

– Ele está lá embaixo ajudando com o almoço. Com certeza cansou de ter a bunda beliscada por um certo dorminhoco – disse Boris acariciando a bochecha de Adan com o nariz.

Sour CandyWhere stories live. Discover now