𝔗𝔥𝔢 𝔖𝔱𝔯𝔞𝔫𝔤𝔢 𝔅𝔬𝔶 [COMPLETA]

𝔄 𝔣𝔯𝔢𝔦𝔯𝔞

Olá, alteza! É bom te ver por aqui!

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Yibo estava encolhido na cama com seus bonecos ao redor, seu corpo tremia vertiginosamente, um medo como jamais sentiu parecia ameaçar sua pequena existência.

Logo hoje, no que precedia ser o dia mais feliz de toda sua curta vida, em que ele receberia um pouco dos lábios do mordomo por quem nutria uma profunda afeição e amor, uma tragédia se pronunciava. Era detestável pensar que Xiao Zhan pudesse ver além de sua parte grotesca já apresentada, os terríveis efeitos da maldição lançada por seus pais quando ele tinha apenas 15 anos.

O jovem conde quase podia sentir que seus sentimentos eram correspondidos em igual intensidade ou até mais por seu mordomo.

Em sua conversa sobre o amor conjuntamente a mescla de afeto e reverência vinda de Xiao, ele entendeu e sentiu em seu coração e alma ao que ele se referia aos pequenos gestos. Tudo que o mordomo fazia por ele era feito com a maior dedicação e cuidado, cada mínimo detalhe de seu dia era programado a não lhe faltar ou reclamar de algo.

Por um curto instante chegou a pensar que o mordomo transmitia o amor a ele do despertar ao adormecer. Talvez as ações fossem mais fáceis de lidar do que dizer as palavras...

"Palavras... elas não amam ninguém!"

Qualquer um pode dizer palavras doces e profundas, quando o coração está vazio e as palavras apenas jorram um discurso vazio.

Ele não era um ignorante completo, ouviu com atenção as palavras de Xiao durante todo esse tempo com suas conversas incessantes. Era como estar livre e imaginar-se em cada coisa narrada a ele, viajando pelos grandes reinos e conhecendo características das pessoas do alto ao baixo nascimento.

Era curiosamente encantador o modo como o mordomo contava histórias, fazia parecer que ele tinha um vasto conhecimento e vivência, apesar da aparente pouca idade. O conde podia saborear as deliciosas histórias e vivê-las através dele, muito mais imersivo do que quando tinha suas aulas enfadonhas. Sempre fez tudo obrigado, nunca realmente quis aprender os modos e etiquetas para parecer ser um nobre de uma casa antiga, ilustre e de prestígio.

A ascensão de sua família não era um legado, foi forjada macabramente, embora ele tenha feito tal descoberta da pior forma possível. Apenas um vislumbre da lembrança faz seu sangue enregelar de pavor, havia suportado tanto, mas as feridas ainda insistiam em se abrir nesses momentos.

"Por que justo quando posso ter uma parcela da verdadeira felicidade, me é negada? Que mal fiz eu para ter um destino tão cruel?"

Suspirando de melancolia, abraçou ainda mais seu boneco de coelho, que estava com os dias contados, no prazo de uma semana se tornará apenas um pedaço de pano.

"Eu sinto muito, mas terei que te substituir... Perdoe-me!"

Seu coração palpitava de medo e as lágrimas eram captadas no tecido de outro boneco que estava sobre seu rosto, em uma vaga tentativa de protegê-lo. Não era reconfortante ter a chuva tamborilando sinistramente nas vidraças, tornando sua desgraça ainda mais profunda.