Sinto algo gelado sobre minha panturrilha, mas não dava para me mexer... Logo sinto minha pele queimar, droga, ela foi cortada!

- Aahhh!!-  grito de dor.- Por favor me deixa em paz!- imploro entre o choro.

A melodia melancólica volta...

- Espero que você aprenda, Angel, que não se deve armar para mim!

Novamente sinto minha outra panturrilha ser cortada, estava ardendo imensamente, isso estava acabando  comigo! O lugar que foi rasgado estava latejando, dava  para sentir o meu sangue escorrendo.

Ouço os passos se afastarem...

Aquele som horrível de zumbido toma conta do quarto escuro, e agora, sinto um ferro  quente em minha barriga, que atravessa a blusa e queima a minha pele.

- Argh!!

O som aumentava mais e eu nem sabia que isso era possível.
A dor de cabeça junta com a ardência da panturrilha e agora com a ardência da queimadura.

Outra vez fui atingida no mesmo lugar e eu já podia sentir o meu corpo  fraquejar... Não aguentava mais me rebater na cadeira.

O som para mas ainda estava preso em minha cabeça.

Tudo ficou quieto...
Mas sei que o pior está por vim.

Ouço a porta ser aberta, mas estava de olhos fechados, estava sentindo tanta dor que mal conseguia abri-los.
Ouço alguém se aproximar de mim, e grito ao sentir algo como um gelo em minha panturrilha, e depois na barriga.

Os passos se afastam e tudo fica silencioso...
A cada minuto que passa sinto o ar mais frio.
Eu já estava morrendo de frio, mas não conseguia me aquecer...

...
Mais tarde

- Moça, acorda.- uma voz doce ecoa, mas eu não conseguia abrir os olhos.

Diferente de como estava quando apaguei, agora sinto que estou deitada em algo macio. Abro os meus olhos e me assusto com a mulher que estava sentada me olhando, tomo outro susto ao ver que estava com outra roupa.

- Não se preocupe, eu mesma dei um banho na senhorita e cuidei de seus ferimentos! Por favor, coma um pouco, irei ajudá-la.- ela se aproxima com uma bandeja.

Eu estava morta de fome!
Eu não poderia negar...

A moça gentil me alimentou, e depois me deu alguns remédios para dor.

- Pode me chamar de Talya. Acho que eu sou a única com noção nesse lugar!- ela sussurra a última parte.

- Onde estou?

- Está em Beeston, na mansão do chefe. É como ele gosta de ser chamado aqui! Não posso nem falar o seu sobrenome, mas acredito que saiba quem é.

- Sim...

- Sinto muito por tudo  que a senhorita está passando...- ela fala baixo apenas para eu escutar.- Espero que consiga sair dessa!

Um doce pesadelo Where stories live. Discover now