❛Toat | ᵐᵍ + ʲʰ

0.9

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Insistências

Taehyung estacionou em frente ao casarão do amigo. Seu humor não estava dos melhores, definitivamente não depois da noite anterior. Mas se forçou a pôr um sorriso no rosto, principalmente quando foi atendido na porta por Jihyo. Aquela senhora o dava calafrios às vezes, mas era num todo muito gentil. Adentrou a mansão muito conhecida por si, despreocupado, seguindo para a sala de jantar, encontrando senhor e senhora Jung desjejuando. — Bom dia, família! — saldou, deixando um selar na bochecha do ômega, que sorriu largo com sua presença.

— Taehyung, moleque! Finalmente lembrou da nossa existência? — Hayun tinha um vínculo entre as sobrancelhas e os lábios repuxados, o alfa mais novo aumentou ainda mais o sorriso no rosto. — Desculpe, ajumma. Estive muito ocupado esses últimos dias, mas prometo que não sumo mais! — Ergueu as mãos, em sinal de rendição. Hayun lhe olhou atravessado, em desconfiança, mas concordou com a cabeça. — Certo, certo, vamos fingir que acreditamos. Agora sente-se e coma, alfa. — Jeongho deu leves batidinhas no assento vazio ao seu lado.

Kim Taehyung era um dos, se não o único amigo de Hoseok que o ômega não tinha alguma implicância. Não era segredo para ninguém o fato de Jung Jungho não aceitar nem uma das amizades do filho. Não suportava aqueles alfas estranhos em sua casa, ou quando alguns ômegas atirados que fediam a cigarros baratos iam buscar Hoseok. O dava nos nervos. Sinceramente, não acreditava no caráter daquelas crianças e isso era uma pauta constante nas discussões que tinha com o Jung mais novo. Mas, Taehyung era diferente. Ele e Hoseok cultivavam uma amizade forte desde a pré-adolescência, quando estavam cobertos de espinhas e ainda tinham medo de ômegas. Poxa, vivenciaram a fase mais feia do outro, o que poderia os unir mais que aquilo? Não podia desconsiderar o fato de Taehyung ser um alfa muito bom; era educado, altruísta e um excepcional aluno, o que era uma ótima influência para Hoseok. Jeongho o admirava muito, por ser tão forte e feliz, mesmo aguentando certo peso nas costas.

— Obrigado, mas já comi..., na verdade, vim aqui só sequestrar o seu filho, ajusshi — explicou, não sem antes roubar um bolinho da mesa, Taehyung não era de ferro. — Ele está trancado no quarto, Tae. Já tentamos o tirar de lá e não tivemos sucesso... mas você pode ir, talvez tenha mais sorte que nós. — Hayun voltou então sua atenção ao jornal, assim que o Kim subiu as escadas em direção ao quarto do filho. Diferente do seu marido, a alfa não tinha tanta implicância com as amizades de Hoseok, apesar de também ter um carinho em especial por Taehyung. Para ela, o Jung mais novo já tinha idade o suficiente para distinguir as pessoas boas das más, e poderia escolher qual que fosse, só teria que arcar com as consequências de suas escolhas depois.

Taehyung abriu a porta, sem ao menos bater. Uma careta estranha tomando seu rosto. — Nossa, que buraco é esse? — falou com desdém, adentrando o quarto. Estava escuro, cheirando a comida podre e alfa. Taehyung andou em passos apressados até a janela, abrindo as grandes cortinas. Precisava de um pouco de ar puro naquele cômodo. Na cama, Hoseok grunhiu, incomodado com a iluminação repentina. — Bom dia, alfa! Rise and shine! — Taehyung exclamou alegre e puxou o edredom com força, exibindo o corpo atlético, coberto apenas por uma boxer preta. Hoseok rolou no colchão, arremessando um de seus travesseiros felpudo no amigo, não estava com ânimo para ele. — Dá o fora, Taehyung — Hoseok rosnou.

O alfa não estava muito alegre, e a euforia do amigo, aquela hora da manhã, por motivo algum, apenas o irritava mais, mesmo que não fosse exatamente uma boa razão. Hoseok queria ficar sozinho, vegetar em seu lugar. Não estava bem, seu estômago revirava. Sentia fome, todavia não conseguia se alimentar. Seu corpo doía, estava tão cansado, como se tivesse corrido uma maratona debaixo de um sol.