— Obrigado. — Ele trabalhou a garganta, abrindo e fechando a boca, debatendo consigo mesmo se deveria ou não expressar todas as dúvidas que enchiam sua mente. No fim, decidiu apenas por selar os lábios com os de Taehyung em um beijo terno.

Os lábios macios de Taehyung receberam o toque com um suspiro. Ele rodeou o pescoço de Jeongguk com os braços, puxando-o para mais perto. Ainda que suave, o beijo era uma reivindicação, e fazia Taehyung sentir-se dono de cada textura da boca de Jeongguk, de cada ar que ele exalava, cada som que fazia.

Jeongguk quebrou o contato para mirar Taehyung com mais intensidade. Encaixou as duas mãos atrás das orelhas dele, roçando os polegares na pele do beta, afagando os arrepios que haviam surgido com o ar frio que entrava pela sacada. Apesar da brisa gélida, o sol do meio-dia coloria e ajudava a aquecer a parte da cama em que estavam. O cenário dava-lhes uma aura celestial.

— Não consigo tirar os olhos de você.

Jeongguk perguntou à Luna se aquilo um dia terminaria; aquele deslumbramento, aquele apego a cada detalhe que formava Taehyung. Se dependesse dele, nunca teria fim. Se dependesse dele, iria exaltar cada pequeno pedaço que compunha Taehyung para sempre.

Os olhos de Jeongguk cintilaram com certa travessura. Ele mergulhou para beijar Taehyung de novo, deixando beijos estalados nos lugares menos prováveis de sua face: numa das fileiras de cílios inferiores, na ponta do nariz. Depois, Jeongguk direcionou os lábios para o tórax de Taehyung, não em uma trilha contínua, mas visando pontos específicos que não pareciam ter um padrão.

Logo em seguida, Jeongguk fez o caminho de volta para a face, repetindo o mesmo gesto de novo e de novo, deixando centenas de beijos nos mesmos lugares escolhidos por ele. O carinho ficou mais enérgico e brincalhão. As pontas do cabelo de Jeongguk fizeram cócegas na pele de Taehyung, que começou a revirar-se com as risadas que borbulhavam dentro dele. Sem conseguir se conter, desatou em uma crise de risos.

— J-Jeongguk! O que… o que está fazendo? — Taehyung perguntou entre uma e outra gargalhada, já sem fôlego.

Jeongguk continuou com a deliciosa tortura, também enchendo o quarto com sua risada molodiosa e ardilosa. Taehyung tentou rolar para o outro lado da cama e se desvencilhar, mas Jeongguk o puxou de volta para embaixo de si.

Ele finalmente cessou o ataque, segurando Taehyung pelos pulsos. Os dois buscaram fôlego, ainda vestindo sorrisos bobos e displicentes.

— Você tem várias pintinhas — Jeongguk revelou, dando-lhe um sorriso tão cheio de afeto que fez Taehyung perder o fôlego de novo. — Estava ligando todas elas. — Dessa vez com a ponta do indicador, Jeongguk desenhou formas na pele do peito de Taehyung, utilizando-se como guia as minúsculas marcas de nascença que haviam ali. — Eu queria saber o que encontraria ligando os seus pontos.

Uma fisgada de emoção sufocou Taehyung. Ele mirou os olhos de obsidiana emoldurados por finas linhas de expressão advindas do tempo. O sorriso que Jeongguk estampava, porém, o deixava meia década mais jovem.

De repente, nem a eternidade parecia um prazo suficiente para estar ao lado de Jeongguk.

Os dois trocaram um olhar longo e significativo. Jeongguk deitou-se ao seu lado de novo, puxando-o para seu peito sólido, e entre carícias ternas eles contemplaram os últimos momentos antes de levantarem para iniciar o dia.

— Sinto-me culpado por sentir tanto contentamento no meio do caos — Taehyung confessou.

Jeongguk o agarrou ainda mais para perto.

— Se há algo que eu aprendi nesse último ano, é que o mundo não dá uma pausa para podermos aproveitar as coisas boas… — Jeongguk afagou-lhe os cachos. — Custou-me muito entender que tudo que temos é esse momento: esse interlúdio entre os nossos problemas.

Servante (jjk + kth) (ABO) - ConcluídaWhere stories live. Discover now